VIZINHOS BOTAM A BOCA NO TROMBONE CONTRA O SÃO PAULO

A propósito do post Richarlyson – Preconceito Absurdo, publicado aqui no Boca no Trombone há mais de um mês http://bocanotrombone77.blig.ig.com.br/2008_10.html#post_19083709
o movimento Morumbi Cidadania Site: http://morumbi.wordpress.com
aproveita a deixa e PÕE A BOCA NO TROMBONE denunciando irregularidades que estariam sendo cometidas pelo São Paulo Futebol Clube e que causam inúmeros aborrecimentos para os moradores vizinhos ao Estádio. Abaixo a carta do Movimento e a seguir, a Resposta do sr. J.A.M. Simões, Ouvidor do São Paulo Futebol Clube que se limita a informar que o Presidente do S. Paulo foi intimado para prestar esclarecimentos sobre as denúncias do Inquérito. No final, rápido comentário meu sobre o assunto.

Enviado ao Boca no Trombone pelo Morumbi Cidadania

Nos do Morumbi Cidadania, grupo de moradores organizados para fazer valer nossa cidadania na região do bairro Morumbi, gostaríamos de contar com seu apóio e colaboração para divulgar os seguintes fatos, dada a sua credibilidade e transparência como jornalísta :

– durante muitos anos somos diariamente desrespeitados pelo São Paulo Futebol Clube, a entidade ignora totalmente o entorno e diminui a qualidade de vida dos moradores nos dias de jogos e também diuturnamente com as atividades sócio-esportivas.

– nos organizamos e conseguimos junto ao Ministério Publico do Meio Ambiente a instauração de inquérito para averiguar uma série de denuncias documentalmente comprovadas, como exemplo temos a comprovação da SABESP que o referido clube não tem esgoto conectado na rede, o que é crime ambiental.

– no próximo último 27 / 03 o presidente do São Paulo foi intimado para prestar esclarecimentos sobre as denuncias do inquerito em audiencia no Ministerio Publico na 4ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital, conforme determinação do Promotor de Justiça Dr. José Eduardo Ismael Lutti.

– estamos a disposição para quaisquer esclarecimentos que o Sr. julque necessário para verificar a veracidade das informações aqui mencionadas.

– nossa objetivo é combater a impunidade, no futebol e em todos os seus aspectos para fazer valer o respeito pela cidadania em toda a cidade de São Paulo!

Atenciosamente

Morumbi Cidadania

L. D’Alkmin
S. O. Santoro

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O Boca no Trombone entrou em contato com a entidade na ocasião que mandou novo texto.

Prezado Sr. Paulo

Primeiramente minhas congratulações pela atenção ao caso, o sr. foi o único jornalista que entendeu a relevância da luta que empreendemos contra entidades e orgãos hostis à população e que necessariamente devem se adequar ao respeito a cidadania.
Segundo gostaria de completar algumas informações como segue:

O grupo Morumbi Cidadania solicitou, após a instauração do inquerito por parte do Ministério Público do Meio Ambiente, uma reunião com a Ouvidoria do São Paulo Futebol Clube.

Fomos recebidos pela Ouvidora Dra. Andrea, quando foi entregue uma listagem dos problemas amplamente conhecidos que ocorrem na região.

Não houve qualquer tipo promessa ou ação com relação à situação, simplesmente obtivemos a informação que deveria ser elaborado um “projeto” para ser apresentado aos responsáveis pelos diferentes setores de atividade do clube, e o mesmo poderia levar meses para ser desenvolvido.

A partir de 10/03 será publicado no blog do Morumbi Cidadania toda a documentação referente ao inquerito da 4ª Promotoria do Meio Ambiente para que seja possível o acompanhamento da imprensa e outros.

Agradecemos sua consideração esperando que a publicação desses fatos que certamente contribuem para a cidadania na cidade de São Paulo.

Atenciosamente

Morumbi Cidadania

L. D’Alkmin

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A Resposta da Ouvidoria do São Paulo Futebol Clube:

Prezado senhor Paulo,
Conforme as suas próprias declarações o assunto está na Justiça não sendo mais relativo á Ouvidoria.
“o presidente do São Paulo foi intimado para prestar esclarecimentos sobre as denuncias do inquerito em audiencia no Ministerio Publico na 4ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital, conforme determinação do Promotor de Justiça Dr. José Eduardo Ismael Lutti.)Fique com Deus,
Ouvidor( J.A. M.Simões)”
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Comentário do Boca no Trombone

O carinhoso Ouvidor do S. Paulo que termina sua manifestação desejando que eu fique com Deus (retribuo a ele o mesmo desejo)
perdeu a oportunidade de dar explicações mais abrangentes, aliás, direito dele e do clube de permanecerem calados. É uma pena.

Ocorre-me outro problema na mesma região do Morumbi, onde há o Estádio de Futebol e, praticamente colado, o Hospital Albert Einstein. É mais do que óbvio que hospitais e Estádios de Futebol são estabelecimentos incompatíveis e não poderiam jamais ser vizinhos. Não sei quem chegou primeiro. Errado está o órgão que permitiu e concedeu licença de construção para o que chegou depois.

Mais uma vez repito meu bordão, desta vez adaptado, O Homem é capaz de chegar à Lua e aqui não se enxerga coisa tão clara como essa!!!

Para a burrice, não há limites!!!

Recordes sucessivos de congestionamentos de trânsito em S. Paulo fazem que autoridades anunciem medidas de urgência.

Mas não precisa ser nenhum especialista para perceber que é ABSOLUTAMENTE INCONCEBÍVEL que em ruas de comércio e trânsito pesado seja permitido o estacionamento. Com ou sem talão de zona azul, trata-se de verdadeiro absurdo.

Conheço a Teodoro Sampaio bem, mas sei que o fato se repete nas ruas principais de todos os bairros e até mesmo no Centro.

Talvez para não se indispor com o comércio e comerciantes, permite-se o estacionamento nessas vias. Para favorecer uma categoria, pune-se a cidade inteira, tanto os que andam de carro quanto os que usam ônibus (ricos, classe médias e pobres). O be-a-bá da física ensina que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço físico ao mesmo tempo. Uma faixa para estacionamento (tenho até vergonha de escrever algo tão óbvio) significa uma faixa a menos para escoar o trânsito.

Curioso é o paradoxo da coisa, ou a falta de bom senso. Enquanto (falo sempre da Teodoro) carros estacionados ocupam uma pista, entupindo tudo, nas ruas transversais abundam vagas.

Alguém já disse que a natureza limitou a inteligência, mas não limitou a burrice. É um caso típico.

Voltando ao meu setor, duas frases minhas sobre o assunto:

No instante final, um anjo deveria vir nos avisar de que seríamos ressarcidos de todo o tempo perdido no trânsito.

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Súplica do paulistano ao raiar de todos
os dias: “que o trânsito hoje me seja leve!”

Poético, né??? Mas na segunda, na terça, na quarta ….. feira…, ninguém vai ver poesia alguma das 6 da manhã às 22,30 hs na cidade!!!

RICHARLYSON – PRECONCEITO ABSURDO

A torcida do São Paulo, antes do começo do jogo de ontem contra o Audax, saudou os jogadores do time gritando o nome de cada um deles – do goleiro ao ponta esquerda. Segundo ouvi na Rádio hoje de manhã, Richarlyson não teve seu nome mencionado porque seria homossexual. No post COMO NASCEU O PORCO, em que falo do apelido do Palmeiras, concluo:

Em tempo, sou corinthiano, mas não tenho nada contra o Palmeiras. Já São Paulo, Santos…são paulinos, santistas….

Fazia certa restrição aos sãopaulinos pó de arroz que conheço. Desse jeito vou ser obrigado a dar mais abrangência ao meu sentimento restritivo…

Como Nasceu o Porco

Domingo tem Corinthians e Palmeiras. Uma historinha, cultura de almanaque, para você contar para os amigos na hora do jogo.

Meados da década de 70. Domingão ensolarado no Morumbi lotado, minutos antes de começar o jogo, jornalista corinthiano solta no campo um Porco vestindo a camisa do Palmeiras.

A partir de então, todo mundo quando queria se referir ao Palmeiras, ao invés do nome do clube, dizia Porco. Os palmeirenses, que no início se revoltavam, decidiram a assumir a brincadeira e a se auto-denominarem Porco.

Em tempo, sou corinthiano, mas não tenho nada contra o Palmeiras. Já São Paulo, Santos…são paulinos, santistas….

Lap Top, Sonho; mimeógrafo, realidade

O sonho nos gabinetes de Brasília, incluindo no do presidente da República, é com crianças de escolas públicas de todo o país usando seus lap tops individuais. Dezenas e dezenas de milhões de computadores. Mas a realidade do ensino brasileiro está a anos luz disso. Anos Luz mesmo!!!

Dedicadíssima professora de Escola Estadual de São Paulo, na tentativa de incrementar suas aulas e despertar o interesse dos alunos, tem por hábito preparar folhas com exercícios e distribuir em classe.

Faça agora um brutal esforço de imaginação para adivinhar como essas folhas são produzidas. Esforce-se um pouco mais. Tenho certeza de que você não chegou nem perto.

Terminou o tempo!!!

Muitos fins de semana, em casa, ela coloca folhas de estêncil em sua máquina de escrever e datilografa os exercícios. Você não sabe o que é estêncil e suponho não ter capacidade de explicar. Assim, colo o verbete do meu Aurélio Eletrônico.

“Folha de papel recoberta por substância gelatinosa e gravada ou perfurada por estilete ou por máquina dactilográfica, de jeito que, ao passar entre um rolo de tinta e uma folha de papel em branco, nesta reproduz fielmente as letras ou desenhos traçados; matriz.”

Tradução livre: trabalho desumano, extemporâneo, absurdo, estressante, já que não se pode cometer qualquer erro. Isso sem contar que a pessoa, ao fim de poucos minutos, fica azul, literalmente azul da tal da tinta. Mas a missão da nossa heroína ainda não terminou. Em seguida, ela coloca o tal do estêncil no mimeógrafo e imprime a astronômica quantia de… 32 cópias (uma para cada aluno).

Famoso dramaturgo brasileiro, para mostrar o ritmo alucinante de seu trabalho de colocar um capítulo por dia de novela no ar, disse, em palestra em meados dos anos 70 (quase quarenta anos atrás), que já escrevia direto no tal do famigerado estêncil.

Dramaturgo sempre ganhou muito bem e sujou seus dedinhos a preço de ouro há infinitos anos. Agora, permitir que dedicadas professoras trabalhem, fora do expediente, em condições da pré-história, em pleno século 21, é absolutamente inconcebível, verdadeira barbárie.

Governadores, prefeitos, secretários e Ministro da Educação estabeleçam e destinem verbas por decreto para que, enquanto não chegam os tais computadores de 100 dólares, todas as escolas sejam obrigadas a ter ao menos um computador, com programa de texto, naturalmente, e uma impressora.

Em tempo, a dedicada professora não dá aula em escola da margem esquerda do afluente do Rio Amazonas. Ela trabalha bem próximo ao Shopping Morumbi.

Trote, Telefonia e Capacete

Três assuntos: trote, mudança de empresa de telefonia sem perder o número e piadinha sobre capacete de motociclista.

Trote:

Nas ruas próximas às faculdades, sempre nos começos de semestres letivos, cena absurda se repete. Motoristas são abordados por meninas e meninos bonitos com rostos pichados que pedem um dinheirinho.

Não dá para acreditar que Universitários do século 21 ainda acham engraçado/divertido colocar colegas calouros para ficar perambulando entre carros, ambulantes e mendigos em nome de uma brincadeira absolutamente extemporânea, inoportuna e de mau gosto.

Amigos me dizem que personalizo muito meus textos, mas não posso deixar de usar frase minha sobre o assunto:

O que se pode esperar de um país cujos jovens universitários obrigam seus colegas calouros a disputar esmolas com mendigos nos semáforos?
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O número do telefone, finalmente, será do Assinante

Assisto ao Jornal Nacional, com freqüência em companhia de competentíssimo administrador de Fundo de Ações. Milionário, por talento/esforço próprio, trata-se de uma das pessoas mais low profile (discreta) que existe. Há uns quatro anos, quando começaram a ser oferecidas diversas opções de empresas telefônicas, ele saudou a novidade durante o noticiário. Comentei com ele que de quase nada adiantaria para mim e para todos os cidadãos. Avisar amigos e clientes da mudança do número é trabalho hercúleo, praticamente impossível. Ele explicou:

– Isso só acontece no Brasil. Nos outros países, o assinante/ o cidadão é o dono do número. Ele leva esse número para a empresa que ele quiser. Nos Estados Unidos há pessoas que a cada dois meses mudam de companhia telefônica.

Já se passaram alguns anos dessa minha conversa e, ao que parece, essa medida que foi anunciada ontem no Jornal Nacional só vai valer para todos os brasileiros a partir de março de 2009. Isso, como dizia uma francesa, minha professora na Aliança, se essa lei pegar, porque, segundo ela, aqui no Brasil algumas leis pegam e outra não.

Resta-nos rezar!!!
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Capacete sem Selo do Inmetro –

A obrigatoriedade do selo do Inmetro nos capacetes de motociclista no país, em vigor há quase um mês, foi suspensa. Minha professora explicaria: essa lei não pegou.

Para divertir e mostrar que não sou mal humorado, afinal o que dá pra rir dá pra chorar, como já disse Billy Blanco, uma piadinha a respeito:

A mulher ficou entalada na privada. Gritou um pouco e quando percebeu que o zelador ouvira e já estava abrindo a porta de entrada, para atenuar o constrangimento, pegou o capacete do marido que estava no banheiro e se cobriu.

Solícito, o zelador tranqüiliza a mulher e, ao mesmo tempo, informa:

– A senhora pode ficar sossegada. Vou pegar as ferramentas, chamar um colega e vamos tirar a senhora daí.
Agora, o motoqueiro, o motoqueiro já era!!!

Liberdade é uma Coisa; Barbárie é outra.

As salas de cinema e de teatro cumprem a lei e antes do início de cada sessão informam a respeito de hidrantes, saídas de emergência e da proibição de fumar. Solicitam ainda que a platéia permaneça em silêncio, desligue os celulares, e não faça barulho.

Acontece que a falta de educação e a falta de respeito pelo próximo imperam e essas solicitações de nada adiantam. A platéia imagina que quando os atores estão em silêncio é a deixa para bater papo com o amigo, namorada e começa a conversar com se estivesse em uma sala de visitas, no mesmo volume de voz, inclusive. Muitos esquecem de desligar o celular e, acreditem, atendem o celular sem a menor cerimônia. Nessa selva, certamente o búfalo (elemento grosseiro, verdadeiro bárbaro, no mau sentido) que se limita a mandar jatos de luz no olho do vizinho a cada dois minutos para verificar quem ligou, considera-se verdadeiro príncipe, de tão educado.

Um conhecido meu que freqüenta círculos endinheirados atribui a falta de educação ao fato de as crianças não serem mais educadas pelas mães e sim pelas babás. Sendo ou não as babás responsáveis, o certo é que abusos continuados não podem ser admitidos. Vítimas de uma barbárie rapidinha (rapidinha pra barbárie é curioso, né???; rapidinha combina muito mais com substantivo imensamente mais saboroso) todos nós somos o dia inteiro e a maioria nem se dá conta. Agora, agüentar o búfalo ao seu lado durante duas horas, conversando, fazendo barulho com papel de bala e de pipoca, mandando jatos de luz no seu olho a cada cinco minutos, apesar de acontecer em todas as sessões de cinema e de teatro, é demais e deveria ser mesmo proibido.

Curioso que numa época em que seguranças imensos fardados de ternos pretos circulam por todo lugar o tempo todo, nas salas de cinema não exista um único funcionário para reprimir e até mesmo expulsar aqueles que incomodam. Se for complicado explicar para o segurança o que incomoda, basta fazer que ele assista àquele filminho de proibições que já existe e dar autoridade para ele expulsar da sala quem estiver desobedecendo o que diz o filminho.

Saída mais divertida também existe, mas julgo que não fará o menor efeito. Alguma cadeia de cinema poderia lançar um concurso para escolher o roteiro de um filme/animação de um ou dois minutos que ridicularizasse ao máximo esses bárbaros que tanto incomodam nos cinemas e nos teatros. O autor do roteiro premiado teria a produção do filme e honorários bancados pelo promotor do concurso. A cada tantos meses, poderia ser produzido um novo filme com o mesmo intuito. Para baratear a coisa, uma ou mais cadeia de salas de cinema/teatro poderiam patrocinar essa iniciativa.

Esse filme seria exibido sempre antes do início de cada sessão. Segurança de terno preto do tamanho de um armário estaria de prontidão em todas as sessões apenas para lembrar que o filminho é para valer. Aliás, deve fazer parte do roteiro do filme que o anúncio é sério e um segurança está ali para provar isso.

Não me venha ninguém dizer/escrever que minha idéia é de ditador, de nego autoritário, de cara mal humorado. Quem me conhece sabe que não sou nada disso. O que sugiro é o mínimo dos mínimos. E digo mais, sem querer ser megalomaníaco: algum órgão do governo, ligado à educação, deveria até me mandar um email agradecendo pelo texto.

Mino Carta responde sobre sua Olivetti

Mino Carta publicou no Blog dele, também aqui no Ig, simpática resposta ao meu texto Carta para Mino Carta e sua Olivetti. Colo abaixo a resposta do famoso jornalista. Quem quiser, pode ler direto. Para quem preferir ler primeiro o que eu escrevi e depois a resposta dele deixo o link do meu post

http://z001.ig.com.br/ig/40/19/1010195/blig/bocanotrombone77/2008_01.html#post_19037299

Abaixo, o texto do Mino.

08/01/2008 18:59

Não vou abandonar a Olivetti

O simpaticíssimo Paulo Mayr envia uma carta “para Mino Carta e sua Olivetti”. Resumo a deliciosa missiva. Sugere que eu aposente de vez a minha máquina de escrever para render-me aos encantos de um computador Pentium 4. Garante que não sentirei falta da minha fiel companheira, enquanto ganharia muito, em tempo e qualidade, caso usasse “esta maravilha acessível a praticamente todas as pessoas do século 21”. Não é que Paulo desgoste da Olivetti, pelo contrário, até hoje ama a sua velha Remington, presente do seu pai quando tinha apenas três anos. Mas se recusa a entender que um cidadão contemporâneo dispense os favores oferecidos pela tecnologia mais atual e vencedora. Ocorre, meu caro Paulo, que não sou do século 21. Se tanto, sou do 20, com leves, porém freqüentes, recaídas no 19. Não há como alterar o destino, a determinação inenarrável dos fados gregos. Luz elétrica, rádio, televisão, telefone e válvula hydra são o meu limite. Ignorei a secretária eletrônica e o fax, nos tempos idos. Temo o computador, e sua bocarra pronta a me engolir. Na minha visão, centenas de milhões de seres humanos já foram mastigados e deglutidos. Estou errado? É possível, é provável. Fui, no entanto, em eras priscas, operado das amídalas e em tempos mais recentes, disseram-me que deveria tê-las conservado, sentinelas da garganta. De todo modo, um abraço mediterrâneo.
enviada por mino
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Computador de 2 cm de espessura – bruxaria???

Leio na Internet que Steve Jobs, “fundador e guru da Apple, lançou hoje o Mac Book Air, computador de 4 mm de espessura na parte mais fina e menos de 2 cm na parte mais grossa. Feito em Alumínio, pesa 1,3 kg e vai custar US$ 1.800,00. A novidade foi apresentada na Mac World 2008, nos Estados Unidos. A máquina tem ainda um processador de 1,8 ghz Intel Core 2 Duo, 80 GB de Hd e 2 GB de memória Ram. Segundo a nota, Jobs tirou o laptop de um envelope comum de papel pardo.”

Não precisa entender muito de informática e nem ser um fã da modernidade para se dar conta de que se trata de coisa absolutamente fabulosa. Como diz um engenheiro competentíssimo e piloto de jato amigo meu, o estágio a que chegou tudo isso é inacreditável e não dá nem para entender. Com todo o seu ceticismo, ele resume bem a coisa:

– Parece bruxaria.

Tudo isso me faz lembrar episódio muito engraçado do primeiro Colegial no Santa Cruz. Zilda, professora de História, hoje dona do colégio Palmares, estava mostrando que na Antiguidade já havia razoável rede de esgoto, o Direito Romano estava bem estruturado, o sistema político funcionava com eficácia. Continuou enumerando coisas e fatos até hoje indispensáveis e mostrando que o homem já dispunha daquilo tudo havia mais de mil anos. De repente, ela pára a exposição e pergunta:

– João, você acha que o homem progrediu muito nesses dois mil anos de história???

Baseado na exposição que ela acabara de fazer, ele disse que não.

Foi o bastante para Zilda ficar fora de si:

– Hoje existe televisão, transplante de coração, telégrafo sem fio, avião a jato, submarinos e mais um monte de invenções fenomenais e você tem a coragem de dizer que a Humanidade evoluiu pouco.

E pensar que da antiguidade até 1971, quando ocorreu a cena, talvez tenha havido até menos progresso do que de 1971 até hoje. Termino lançando mão e dando mais abrangência ainda à explicação do meu amigo, o cético engenheiro.

– Parece bruxaria, não. É bruxaria!!!

No Inferno, o Ventilador está sempre ligado

Leio que as vendas de ventiladores explodem e batem recordes sucessivos.

Duas frases/teorias me ocorrem. A primeira é minha; a segunda, atribuída a Napoleão.

A minha: “Ar condicionado, invenção divina; ventilador, do Diabo”.

Certa vez, um vento chato incomodava todos na sala. Citei a teoria do Napoleão, naturalmente dando-lhe o crédito:

“Prefiro um exército inimigo pela frente a um vento encanado pelas costas”.

Arrogante, um sujeito contesta:

– Napoleão nunca disse isso.

Pois se não disse, deveria ter dito!!! (ele ou algum outro comandante)

O inferno possivelmente é assim: calor insuportável, ventilador com a potência da hélice de avião, pagode no último volume e um chato para ficar contestando. Cerveja quente, como são servidas na maioria dos bares, almoço e jantar com televisão completam o cenário.