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MILAGRE!!!

Pode acrreditar.  Não estou mentindo; não estou sonhando.

No encontro das ruas Homem de Mello e Pinto Gonçalves, Perdizes, está o bar Três Irmãos , bem botequim de esquina mesmo.  Recoste-se na cadeira para ler essa bomba:  nesse bar não há televisão!!!

Raimundo, o irmão presente, receba e transmita  para toda a família   parabéns do fundo do meu coração, tímpanos e olhos.

Hoje Eles Determinam a Iluminação de Nossas Casas e Não Dizemos Nada; Amanhã…

A tal lei, portaria, ou seja lá o nome que tenha, que proíbe a frabricação de lâmpadas incandescentes e impõe a amaldiçoada luz do apagão é de tal forma arbitrária que faz lembrar poema famoso.  Aliás, o trecho conhecido desse poema sempre foi atribuído a Maikóvsky, na verdade ele tem o título de No Caminho, com Maiakóvski, é de autoria de Eduardo Alves da Costa.

Lá vai:

(…)

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Pois é, hoje,  em nome de não sei o que, eles agridem nossa  retina e nossos  nervos;  amanhã,  podem decidir que comer vegetais, frutas e animais é nocivo  à natureza e nos imponham uma dieta à base de pedra, areia e larva de vulcão…

Se não dissermos nada contra essa afronta, o precedente está aberto para afrontas bem menos sutis.  Apesar de eu achar  essa violência que querem impingir  aos nossos olhos nem um pouco inocente, muito pelo contrário.

Se quiser ler o texto que publiquei ontem a  respeito do mesmo assunto, clique aqui

Solicito, assim mesmo, de maneira bem formal, a quem estiver de acordo comigo  que divulgue esses dois textos meus através de suas redes sociais para que consigamos barrar mais essa violência que querem nos impingir goela abaixo, pupila/retina adentro…

Fórmula Letal: Luz do Apagão + Complexo de Vira-Lata

“Presentes, Cozinha e Decoração” anuncia o letreiro de loja na Oscar Freire.

Repetindo: Na Oscar Freire,  loja de Presentes, Cozinha e Decoração.

Embora a loja seja na Oscar Freire, de decoração,  as lâmpadas são as do apagão.  Por lâmpada do apagão, entenda: aquelas lâmpadas brancas que  agridem profundamente pupilas e retinas de qualquer super-herói, por mais super-herói que seja.

Como se diz, a falta de consciência profissional no Brasil é tão grande que traficante cheira e puta goza.  Dá para refazer/completar  a piada/frase.  No Brasil, a falta de consciência profissional é tão grande que traficante cheira, puta goza e loja de decoração usa luz do apagão.

Em tempo, na TV da Loja, sem som, graças a Deus, publicidade dos produtos vendidos.  Letreiros em inglês, por óbvio.

Complexo de Vira-Lata + Luz do Apagão é muito para esse corinthiano coração.

Muito ÃO ÃO AO para rimar com AGRESSÃO, AGRESSÃO, AGRESSÃO.

Entenda o que é complexo de Vira-lata, clique aqui

Considerações Sobre uma Noite de Não Inverno e de Pequenos Infernos!!!

Quinze de Julho.  Pleno inverno.  Saio à noite de manga curta.  Levo malha de linha.  Mas não preciso usar.   É só o mais mínimo absurdo de uma série que encarei.

Embaixo do minhocão,  para fazer batida, Polícia  fecha duas faixas de trânsito.  Congestionamento monstro.  Consigo escapar.  Ao passar a pé pelo bloqueio, poucos metros à frente,  vejo um carro Dodge Dart lindo, da década de 70.  Lindo mas com escapamento aberto.  Estava estacionado, acelerando, fazendo barulho ensurdecedor  e a Polícia nem aí!!!

A pé, chego ao bar/teatro na Pça Roosvelt  onde estava se realizando um sarau, para o qual recebera convite através de email.  Até onde eu sabia, iluminação era ítem fundamental para teatro.  Pois bem, ali só havia as famigeradas lâmpadas do apagão.  Não é frescura, não.  Eu não consigo ficar sob essas lâmpadas.  Aliás, não sei como alguém consegue.  Enfrentei bloqueio policial, congestionamento, andei vários quarteirões  a pé para chegar.  Chegar, e sair cinco minutos depois.

Na volta, sou brindado com um monumento ao mau gosto.  Na rua Araújo, um hotel, com nome em Inglês, naturalmente.  Trata-se de um prédio antigo, para não dizer velho.   Não sei se para esconder a velhice do prédio,  ou por julgar elemento arquitetônico  sofisticado, foram erguidos uns arcos na fachada.  Chega a ser engraçado. Se passar pela Rua Araújo, não perca a oportunidade de ver.

No rádio do carro, a única salvação da Noite: entrevista com Carlinhos Vergueiro na CBN.  Entre outras coisas, falou do Festival de MPB Abertura de 1975, da Globo,  que ele venceu com a belíssima, porém conservadora música, Como Um Ladrão.  Eu estava na Platéia.  Não posso dizer que concordei plenamente nem que discordei plenamente da escolha do Juri.  Letra belíssima, com música conservadora, se é que  existe música conservadora!!!

Ouça a música. Clique aqui Paulinho da Viola canta com o autor Carlinhos Vergueiro. Repetindo,  Belíssima Música!!!

O Mundo Está Virando Um Imenso Pasto de Búfalos

“Antigamente tudo era bem mais chique” – taxou  Rita Lee – . Eu  suponho que com  esse chique ela quisesse dizer que antigamente era tudo bem melhor, ou, como preferem os pessimistas, tudo era “menos pior” do que é hoje, que, por sua vez, é “menos pior” do que vai ser amanhã.  Infelizmente!!!  Não sei porque essa frescura minha de por “menos pior” entre aspas.  “Mais pior” é infinitamente a barbárie a que estamos submetidos  e que, a cada dia – repetindo – vai se tornar “mais pior “ainda.

Dois itens simples, mas que provam a teoria de forma definitiva: as malditas televisões ligadas o dia inteiro em restaurantes e aquelas hiper infelizes e infernizantes lâmpada econômicas. 

Como dizia minha tia Ciloca – carioca –  essas duas maldições  deviam ser proibidas por Lei!!!

Casas com 2.000m2 de terreno no Jardim América que devem pagar cerca de R$ 1.000,00 por mês  só de IPTU usam a tal da lâmpada na fachada e no jardim.  Para economizar quanto???  Essa economia vai fazer uma diferença no bolso do  pobre do proprietário …

Há mil anos, entrevistei,para a revista Fatos e Fotos,  Paulo Cotrin,  intelectual, dono do legendário João Sebastião Bar do qual lastimo infinitamente não ter sido contemporâneo.  Meu xará foi um dos pioneiros de crítica de Gastronomia em Jornais.  Lembro que seus textos no Jornal da Tarde eram ricamente  ilustrados por Patrício Bisso, multimídia, também excelente desenhista. Perguntei  quais os itens que ele julgava mais importantes para fazer suas críticas de restaurantes.  Ele me disse que tão importante quanto a comida era a iluminação.  Uma iluminação errada era capaz de acabar com uma boa comida.  Suponho que ao dizer isso, ele estava falando de sutilezas do tipo iluminação direta x iluminação indireta.  

Tenho certeza de que, como eu,  ele jamais entraria em um restaurante com a famigerada Lâmpada do Apagão (donos de restaurante, apagão é coisa do passado!!!). Televisão ligada em restaurante acho que nem em seu mais horripilante pesadelo ele possa ter imaginado.

Comer sob tais lâmpadas e com TV ligada -como diz o pessoal de hoje com seu rico e variado e original vocabulário – vamos combinar , o sujeito  só deveria ter o direito de fazer em sua própria casa sozinho ou desde que ninguém da família fosse contra.

Não é/são idosincrasia (s) minha (s) não –  o mundo está virando uma imenso pasto de búfalos.  Chamar vândalos de búfalos, como disse meu amigo José Vaidergorn, em comentário em algum texto meu aqui no Boca,  é uma imensa injustiça minha –   Injustiça com os búfalos!!!

José, você  está  mais do que certo!!!