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Crônica – Todo Mundo Sempre Soube. Todo Mundo, não…

Considero minha inteligência média.

  • Se houver onze pessoas, eu vou ser mais inteligente do que cinco e cinco serão mais do que eu.
  • Ou se for estabelecida a média do QI dessas dez pessoas,  o meu vai estar bem próximo.

Entretanto, o que eu sou desligado e ingênuo é  coisa astronômica.

A família inteira, desde sempre,  desconfiou, aliás, tinha certeza, de que aquele nosso parente era gay.  Eu o considerava assexuado.  Minha impressão  era de que mulher não fazia a menor falta para ele; tampouco  homem.

Achava que  não se importava com sexo e ponto.

Quando ele  soube que eu ia passar  o Carnaval fora, pediu minha casa emprestada porque precisava pintar o seu quarto. Concordei, afinal, mais do que parente, parente,  é meu amigo:

– Luís, não vai  trazer a mulherada aqui pra casa, viu?

– Fica tranquilo, Paulo.

Falei só pra levantar a moral dele e ele pareceu gostar das minhas palavras.  Fiquei contente por, além de solucionar o problema de hospedagem,  demonstrar que apostava no seu poder de sedução.

Dentre as manias que eu tenho, não, não é só entrar no chuveiro cantando a mesma canção, tampouco  só pedir o cinzeiro depois de a cinza no chão, como personagem da música;  mesmo porque não canto ou fumo.

Minha mania é sempre, sempre,  voltar de viagem antes do prazo estipulado.

E não seria diferente daquela vez.  Corrigindo,  foi diferente daquela vez.  Quero dizer,  50% diferente.  Os cinquenta por cento semelhantes:  voltei mais cedo.

E os 50% inéditos.  Cheguei lá pelas  duas e meia da tarde em casa. Silêncio absoluto.  Assim, fui subindo para o meu quarto. Abro a porta devagar.

O Luís  e um sujeito dormindo nus.    N U S    E    DE         CON-CHI- NHA!

Fechei a porta do quarto, desci a escada sem fazer o mais ínfimo ruído,  peguei minha mala de volta,   e fui pro cinema.

Na volta pra casa, já tratei de ir buzinando e metendo a mão na campainha.

–  Paulo, cê chegou mais cedo.  Que ótimo!

– Cheguei.  Na verdade, cheguei   B E M     M A I S     C E D O!

E nunca, em tempo algum,  toquei no assunto, com ele,  e, menos ainda, com qualquer parente.

Gay Facebook – Desconfio de que Estou Fazendo “Relevante” Descoberta

Nada tenho contra gays, quaisquer minorias e também maiorias.   Como já afirmei aqui,  quase a totalidade daqueles que conheço, bem como, suponho, toda a humanidade é constituída por pessoas do bem.  E eu gosto de todo mundo.

Dito isso,  lá vai.

Talvez eu tenha sido um dos primeiras sujeitos  a perceber, décadas atrás,  que os gays (que naquele tempo nem eram chamados gays), em geral, ao se referirem a outro homem, falavam P E S S O A, mesmo que não houvesse qualquer relação de sexo com  a tal  P E S – S O A.

Pois bem,   acho que estou fazendo outra descoberta, que vai mudar a história da humanidade (risos).

Conheci pessoalmente um cara muito legal, engraçado e divertido, eu o via com bastante regularidade.  Para mim, nada tinha de gay e, repito, a opção sexual do cara não é de relevância ínfima.

As postagens dele no Facebook, entretanto,  me fazem desconfiar de que ele é homossexual.  Não é que ele poste fotos de homens bonitos e musculosos.

É o tipo de coisa que ele posta.

Veja e discorde de mim se for capaz.

  • Celebridade x comprou casa nova.
  • Fez questão de ser um dos primeiros a informar  que dois casais mundialmente famosos estavam se separando.
  • Que existe por aí uma babá que destrói lares
  • Casal de celebridade comemora aniversário dos filhos pequenos em buffet famoso
  • Sobre o “look” de uma atriz
  • Informou que acabara de começar determinado Programa de entrevistas comandado por celebridade  muito gostosa, e famosa  por se casar com milionários e saber escolher a dedos no Planeta Inteiro o Pai de sua “Produção “Independente”;  lógico – com pensão milionária, pingando todos os meses.
  • Que Xuxa Convocou Imprensa para Falar de seu novo Programa

As fofocas, mais fofocas mesmo,  são repetidas diversas vezes.

Óbvio que não vou dar o endereço do facebook da fera para vocês conferirem.

Mas que eu acho que estou sendo um dos primeiros a perceber que se pode reconhecer gays pelo facebook, acho que estou mesmo.

Vantagens disso???

Nenhuma, a não ser que proporcionou esse textinho divertido e que talvez os leitores do Trombone passem  praticar o instigante  exercício de descobrir se o cara é gay pelo tipo de coisa que ele posta no Facebook.

E antes de alguém, estabanada e afobadamente, me acusar de preconceituoso, é bom reler a primeira linha desse texto, combinado???

O Risco do Truvada!!!

Autoridades Sanitárias, temendo que o aparente sucesso do Truvada, pílula de prevenção do vírus da Aids, venha  propiciar que os grupos de riscos relaxem, faz lembrar piada de relativo mau gosto.

O rapazinho gay deu até ficar sem … .  Foi submetido a um transplante.    Quando volta para o primeiro exame de rotina, o médico constata  que ele já tinha liberado geral novamente.  Fica indignado.

– Você louco,  não faz nem quinze dias que foi operado e já tá na orgia!!!

O gay:

–  Se o meu, que era meu, eu dei até acabar, esse aqui eu quero que se foda!!!

O Politicamente Correto e Incorreto ao Longo do Tempo

Gosto de quase todo tipo de humor, até de humor negro – hoje, politicamente, incorreto.  Aliás, piada é quase impossível não ser politicamente incorreta.  Não gosto do  humor que eu batizei de excretivo (sobre excreção) e também coisa muito grosseira/primitiva.

Recebi pela Internet frase bem grosseira e abro exceção:

“Sou do tempo que fumar era bonito e dar a b…. era feio.  Hoje, fumar é feio e dar a  b…. é bonito! Sorte nossa sermos velhos.”

Se é verdade, fiz bonito até hoje apenas quanto ao segundo ítem, ou seja, 50%.  Passou-se o tempo, de acordo com o gaiato que inventou a frase, mudaram-se as concepções e eu continuo nos mesmos 50%.

Como a coisa está grosseira hoje, piada idem bem grosseira.  Lá vai:

O gay deu tanto, tanto que acabou tendo que fazer um transplante de…..  Menos de quinze dias depois do transplante, volta ao médico e já estava arrepiando.  O médico:

– Mas você é maluco.  Nem teve alta ainda e já saiu dando feito louco por aí….

O gay:

– Doutor, se o meu que era meu eu dei até acabar, esse aqui, que nem meu é,  eu quero que se exploda!!!

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Explicação que julgo dever aos  leitores do Boca:  Escrevi sem saber se ia aproveitar ou não.   Apesar do mau gosto explícito e intenso tanto na frase quanto na piada, achei que a coisa não ficou tão baixo nível quanto era de se supor.  Julgo ter tratado com o máximo de sutileza que frase e a piada permitiam.  Não sou dos que perdem o amigo, mas não perdem a piada.  Também não gosto de perder a classe para não perder a piada.  Como diz ou dizia a garotada:  Acho que mandei razoavelmente bem!!!

Frio, Gays e Saudades do Pirandello

De 9.05.07

A propósito do frio de hoje, um caso divertidinho. Há muitos anos, estava assistindo a uma palestra sobre gastronomia. O Palestrante era Gay. Aí eu perguntei:

– Eu tinha uma professora francesa muito fresca que dizia que não se pode tomar sopa no Almoço. O que você acha?

Ele disse que era a maior besteira que já tinha ouvido. O legal mesmo foi o início da Resposta dele. Com a voz e a entonação mais afetadas possível, fuzilou:

– FREEESSCA MEESSSSMO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Aproveito o embalo para mandar ver mais uma, que, digo sempre, foi o emprego mais divertido do QUIÇÁ “qui” já ouvi.

Estava chegando no fabulosíssimo e saudosíssimo bar Pirandello com um amigo, que é saudado em alto e bom som pelo Maschio, dono do bar, gay assumidíssimo, para abusar dos superlativos:

– Fulano, O Homem que eu queria ter na minha cama; quiçá na minha vida!!!!!!!!!!!!!

Saudades do Pirandello!!!!!!!!!!!!!

Termino com uma frase minha: “para a psicanálise, a família é o segundo útero”; e o bar, o terceiro.