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A Danada da Cachaça – Aqui e Na Inglaterra

Recebi divertido vídeo que retrata bem o amor do Inglês pela Tradição e pela bebida.  O amor à bebida, como se vai poder observar, é bem maior do que o amor pela tradição, já que, por conta da primeira, a segunda vai que vai aos trancos e barrancos.  Trata-se de uma série exibida desde  1963 na TV Alemã.  A cada ano, uma nova história sobre o mesmo tema.

A propósito, uma piadinha que tem certa semelhança com o vídeo.

Sujeito sempre chegava ao bar, sentava-se à mesa e pedia quatro pingas.  O garçon colocava uma em frente ao cliente e as outras três, uma em frente a cada um dos quatro lugares.  Intrigado, o garçon pergunta o porquê de beber as quatro pingas daquela maneira.

O freguês explica:

– Eu bebia com três amigos.   Um morreu e dois foram morar fora do Brasil.  Em homenagem a eles, bebo sempre assim.

E a rotina continuou.

Um dia o cliente pede três pingas.

Entusiasmado, o garçon pergunta:

– E aí, um dos seus amigos voltou, é por isso que o senhor pediu apenas três pingas???

O freguês explica.

– Não, nenhum voltou.  Eu é que parei de beber.

O Divertido mordono do filme faz lembrar um pouco a personagem dessa piada.

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Leia abaixo o texto explicativo e, em seguida, assista ao vídeo.

“Queres dar boas risadas, com um entretenimento sadio? Lê, então, o que se segue e, ao depois, assiste o desempenho destes dois artistas. Vale a pena !
É muito bom.

Na Alemanha, desde 1963, a cada ano novo é exibido na TV o filme “Dinner for One?” (Jantar para um?). É um filme cult, produzido pela emissora alemã Norddeutscher Rundfunk (NDR), transmitido em inglês, que esboça muito bem o humor britânico.

Estrelado pelos atores britânicos Freddie Frinton e May Warden, o filme se desenrola durante um jantar realizado para marcar o aniversário de 90 anos de uma anciã inglêsa da alta sociedade chamada Miss Sophie que é servido pelo seu velho mordomo James. Para a comemoração, Miss Sophie convida sempre os seus amigos mais próximos: Mr.Pommeroy, o Sr.Winterbottom, Sir Toby e o Almirante Von Schneider.

Ao longo dos anos, os amigos foram morrendo e agora sobram apenas Miss Sophie e seu mordomo. Mesmo assim, o fiel James serve o jantar de aniversário de Miss Sophie como se seus amigos ainda estivessem vivos. Durante o jantar, ao ser servido cada prato, é mantido um diálogo que se tornou lendário na Alemanha:

James: “É o mesmo procedimento do ano passado, Miss Sophie?”
Miss Sophie: “O mesmo procedimento de todos os anos, James.”

E, com cada prato, James serve à Miss Sophie e seus amigos uma bebida alcoólica: Xerez, Vinho Branco, Champanhe e Vinho do Porto.

Ao brindar, o mordomo faz o papel de cada um dos quatro convidados e vai tomando a bebida de seus copos.

Quando chega o momento da sobremesa, ele já está completamente bêbado. A interpretação do mordomo (Freddie Frinton) é ótima do começo ao fim e vai crescendo a cada instante.

Uma preciosidade!!! “

Assista CLIQUE AQUI

Assalto a Banco e Fundação de Banco – A Dúvida Permanece

O dramaturgo alemão  Berthold Brecht, antes da metade do século passado,  já perguntava:  o que é um assalto a um Banco se comparado à Fundação de um Banco?

Vasqs, o bam bam bam das mini-crônicas, meio século depois, em seu Blog Ostras ao Vento, retoma a coisa:

“Noticiário barra-pesada
Atenção. O banco Cifrão S.A. obteve um lucro líquido de 30 bilhões de dólares nos últimos 12 meses. Até agora ninguém foi preso.”

Deleite-se com as mini-crônicas, desenhos e outros gêneros de literatura do Vasqs no seu blog  OSTRAS AO VENTO .  Aliás, leia lá sobre o lançamento do livro dele no dia 3 de setembro,  na Livraria HQMix Pça Roosvelt, 142, centro de S. Paulo, das 17 às 21 hs.

Finalizando, mas ainda em Tempo: até o José Simão  costuma citar o Vasqs em suas colunas

Roney Giah, Compositor e Tudo Mais – Por Léo Nogueira

O amigo Léo Nogueira é letrista.  Conhece o poder da síntese, mas não o exerce.  Seus textos  no blog O X do Poema são longuíssimos, sempre.  Roney Giah, também amigo do Caiubi,  é músico renomado, com alguns prêmios internacionais.  Veja o Perfil que Léo fez do Roney em  na concorrida seção do X do Poema –  Ninguém me Conhece.

Colar e copiar textos, às vezes, implicam em pequenos problemas aqui no Blog.  Um trecho abaixo vai sair mal diagramado, visual feio e, pior, letra pequena.  Não há o que se possa fazer.   Mas vale o sacrifício.

Divirtam-se:

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Roney Giah, Compositor e Tudo Mais – Por Léo Nogueira.

Quando comecei a frequentar o Clube Caiubi, uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi a quase ingênua atmosfera de rebeldia, própria da juventude dos compositores e de suas canções, cheias de frescor e originalidade. Contudo, notava-se certo amadorismo. Por vezes o compositor não passava segurança na hora de interpretar sua própria canção e terminava por estragá-la. Mas isso também pertencia ao pacote “espírito rebelde”. Os erros eram aplaudidos e, de tão condescendente que era a plateia, o mesmo compositor, na terceira ou quarta tentativa, já mostrava melhor desenvoltura.

A juventude tem a seu favor o aspecto tempo (os mais velhos chamam a esse aspecto “espectro”), pode se dar o luxo de errar e aprender. E o Caiubi era um movimento jovem. Mesmo os não tão jovens assim que lá chegavam aprendiam logo a ostentar essa bandeira juvenil, ainda que em espírito. Foi nessa época que apareceu por lá Zé Rodrix. Veio. Viu. Gostou. Voltou. E ficou. E trouxe com ele a bagagem da experiência adquirida em tantas décadas de estrada. Ele olhava no olho do erro e sabia cegá-lo.

E com Zé RodrixCaiubi começou a dar os primeiros passos rumo ao profissionalismo. Sim, havia muito o que fazer, vários dos compositores que ali se apresentavam e mostravam belas canções nunca tinham subido num palco antes. É preciso frisar que, como a principal bandeira do Caiubi era (é) a música autoral, sobravam compositores e faltavam intérpretes, o que fazia que os próprios compositores se fizessem intérpretes.

Mas todos sabemos que a melhor propaganda é a que faz o público satisfeito, o chamado boca a boca. E, quando menos se esperava, o público aumentou e, com ele, vieram outros artistas. E quer uma coisa melhor pro artista que tocar onde o público está? Assim foram chegando outros nomes, uns se sentindo em casa, como o grupo Rossa Nova, a dupla Carol Pereyr e Márcio Pazin; outros sondando o espaço, como Ito Moreno e Adolar Marin; alguns no meio termo, como Élio Camalle; sem falar nos que vinham de fora, como Clarisse Grova e Alexandre Lemos… Cada um acrescentando sua experiência de estrada ao Clube (a bem da verdade, o Rossa Nova vem dos tempos das vacas magras).

E foi aí que, numa daquelas noites, meio como quem não sabe exatamente onde está pisando, penetrou pela velha rua Caiubi 420 um tipo alto, loiro, de olhos claros, como que recém-chegado da Finlândia ou da Dinamarca… Ah, trazia um violão (não entrava tão desavisadamente assim…). Sentou-se e passou a escutar atentamente os que se apresentavam. Até que chegou sua vez. A humildade dele não subiu ao palco. O que se viu (e se ouviu) naquele momento foi um camarada personalíssimo, tranquilo, seguro, prender a plateia com suas belas canções de inusitadas letras, violão bem tocado e uma voz que, se fechássemos os olhos, nos remeteria ao canto negro dos irmãos americanos da metade superior do globo. Só que em português.
O nome do moço: Roney Giah. E eu errei o país, seus genes tinham mais a ver con una bella pastasciutta. Na segunda segunda lá estava ele de novo. E na terceira. E na quarta. Logo ele era tão de casa, que a primeira noite foi se tornando cada vez mais longínqua. Mas Roney, apesar de certo ar principesco, não pensava duas vezes em arregaçar as mangas e ajudar com o que fosse possível, desde tocar um violão sobressalente na canção de um colega até manusear a mesa de som. Acho mesmo que se preciso fosse ele faria as vezes do garçom.
Roney, raciocínio rápido, entendeu na hora o espírito da coletividade caiubista. Diria até que o melhorou, pois não trazia em si nenhum tipo de ostentação. Dominava com segurança seu ofício e isso lhe bastava. Trocamos CDs e (observação: sempre quando falo que troquei CDs, de minha parte me refiro a algum CD da Kana, pois, pra felicidade geral da nação, não possuo um pra chamar de meu – por enquanto! – será uma ameaça?) pude ouvir, maravilhado, sua competência muito bem amparada pela qualidade sonora e musical de Mais Dias Na Terra, CD com boa quantidade de possíveis hits radiofônicos valorizado ainda mais pelo brinde de belas letras.

Certa vez ameaçamos uma parceria, mas ficou só na ameaça. Roney chegou a vir em casa, onde labutamos bastante em prol do desenlace de duas canções, que nos venceram pelo cansaço e continuaram no limbo, na qualidade de duas meias canções. Com o tempo, percebi que no quesito parceria o espírito coletivo de Roney enfraquece um pouco, talvez porque tudo o que queira expressar em suas canções o faça por meio de suas próprias palavras.

E chegou o grande dia do lançamento do Mais Dias Na Terra no MIS (Museu da Imagem e do Som). E, mais uma vez, Roney mostrou todo o seu profissionalismo num show afiado, empolgante, cheio de climas, com ensaiada banda e seu protagonista efervescido, apoteótico como se estivesse num Rock in Rio, a exemplo dos shows de seu colega Ricardo Soares. Aliás, talvez o grande defeito do show (pra que não falemos só de flores) tenha sido sua larga duração, pois, como a plateia estava gostando, Roney preferiu satisfazê-la a deixá-la com o gostinho de quero mais.

Mas a trajetória de Roney vai além do MIS e do Caiubi. Ele esteve nos States estudando música com feras e lhes apre(e)ndendo também a tecnologia. Emplacou pequenos sucessos e conseguiu até contrato com uma gravadora (inglesa). Mas antes disso sua música já tinha passeado pelo Prêmio Visa, batido na trave no Prêmio Tim e no Grammy Latino, sua guitarra já esteve a serviço da banda do etc. etc. Dá até preguiça copiar aqui tantos feitos. Façamos assim, abaixo vou postar o link pra seu site e vocês poderão notar como o moço é “rodado”.

Contudo, Roney também tem defeitos. E nós, os baixinhos, adoramos procurar defeitos em figuras como ele. Foi assim que, com muito custo, percebi que ele vez em quando pisa na jaca com a “flor do Lácio”, mandando um “ter” em vez do “tiver”, respirando no meio de um “pá… ssaro” y otras cositas, digo, other things. Mas ele não quer nem saber. Pode alegar (com razão) que não passa de inveja de quem está impedido (não pelo juiz) de fazer gol de cabeça, e continua no ataque, Queimando A Moleira, Co’as Goela E Tudo, preparando dois ou três novos CDs simultaneamente, acreditando que é só dessa forma que pode justificar seu pedido diário de renovação de passaporte terreno, pra passar Mais Dias Na Terra.

***

Ouça algo mais de Roney aqui.

Leia as letras aqui.

Roney também está no Caiubi.

Visite  site do Roney

Sandy Falou o Que Rita Lee Cantou!!! Ouça.

E continua dando pano para manga, e até para um enxoval inteiro,  a declaração da Sandy: “É possível sentir prazer anal”.

Era de se esperar o que ao  expor intimidades desse jeito?

Agora é o pai da  moça,  Xororó,  na coluna da  Mônica Bérgamo a se lastimar. Disse ele:

“Que pai que gosta de ler aquilo?  Fiquei triste com a maneira como [a frase] foi colocada. Estou há dois meses focado no DVD, não tive tempo de acompanhar. Mas conheço minha filha e sei o que ela falou”, afirma ele, endossando a versão de Sandy de que a declaração foi publicada fora de contexto.”

Muitos anos atrás, Rita Lee, com pimenta no humor , já abordou a coisa na Música Agora é Moda. Diz um verso: “Agora é moda, saber que dói mas é gostoso”

Uma companheira de viagem pela Inglaterra, sempre que uma mulher fazia uma coisa que não lhe agradava,  dizia: “Eu, mandar essa mulher tomar no ….  Tá louco, que eu vou dar um dica boa assim  para uma tonta dessas!!!

Leiam a letra da música da  Rita.  Nessa música ela fala de atitudes cada vez mais presentes.  Observem  que a música já é  antiguinha.  O passar dos anos, entretanto, só a tornou mais atual.  Leiam.  Querendo ouvir enquanto lêem, cliquem aqui.

Agora é Moda – Com Rita Lee

Composição: Rita Lee – Lee Marcucci

Agora é moda, sair nua em capa de revista
Agora é moda, pichar a vida de artista
Agora é moda, bionicar o corpo inteiro
Agora é moda, culpar o mercado estrangeiro
Dance, dance, dance – Dancei!

Agora é moda, poupar dinheiro pro futuro
Agora é moda, pegar alguém pulando o muro
Agora é moda, acontecer uma tragédia
Agora é moda, a inquisição da Idade Média
Dance, dance, dance – Dancei!

Agora é moda, matar pra não morrer de fome
Agora é moda, chauvinista pra ser homem
Agora é moda, ter vocação pra ser famoso
Agora é moda, saber que dói mas é gostoso
Dance, dance, dance – Dancei!

Agora é moda, economizar a gasolina
Agora é moda, coroa e cara de menina
Agora é moda, tentar salvar a natureza
Agora é moda, achar que tudo é uma pobreza
Dance, dance, dance – Dancei!

Agora é moda, chorar de tanto dar risada
Agora é moda, morrer na curva de uma estrada
Agora é moda, ser o dono da verdade
Agora é moda, dizer que amor não tem idade
Dance, dance, dance – Dancei!

Agora é moda, bancar o fino e educado
Agora é moda, dançar pra não ficar parado
Agora é moda, fazer novela de vanguarda
Agora é moda, chegar depois da hora marcada
Cheguei!
Dance, dance, dance – Dancei!

Irreverência ao Quadrado no Sopa de Letrinhas de Hoje

Quem gosta de irreverência bem humorada já tem diversão garantida para essa noite no Sopa de Letrinhas, sarau com quase 10 anos de existência do  Clube Caiubi, no Bagaça Bar.

Irreverência ao Quadrado é o que se espera, já que estarão no mesmo palco, entre outros, Vlado Lima e a Banda Moral e Bons Costumes.

O Sopa de Letrinhas acontece  toda última Sexta-feira do Mês, a partir das 21 horas.  Além da Atração Musical, quem estiver na platéia pode se inscrever para ler poemas (ou prosas) próprios ou do Poeta Homenageado. O Sopa só homenageia Poeta vivo que sempre está presente. É uma noite que combina Chacrinha  e Tropicalismo.

Não perco um Sopa de Letrinhas por Nada.  Veja/”ouça ” musicas do Vlado e do Moral.  Aposto que você também vai sentir  vontade de ir.

O Bagaça Bar fica na Rua Clélia, na Lapa, esquina com a rua Jeroaquara.

Veja e ouça música Maricon do Moral

Veja e Ouça Gago Apaixonado Do Vlado Lima

Veja e Ouça Caseia do Moral

Veja e Ouça Maconheiro do Vlado Lima

Não dá para perder, não é mesmo???

Marcha das Vadias e John Lennon

Policial canadense declarou que as mulheres deveriam evitar se vestir como vadias para não sofrer estupros ou abusos sexuais.

Reação mundial em cadeia:  mulheres dos EUA, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Holanda, Suécia, Argentina e Índia promoveram manifestações intituladas:  Marchas das Vadias.

No Brasil já foram realizadas marchas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília.  Hoje foi em Curitiba, começando no Passeio Público e terminando na Boca Maldita.

Será que não está na hora de cada um cuidar da sua vida???

As mulheres tendo o direito de se vestir como desejar;   os homens com direito de olhar e até de  passar  cantadas, sempre com bom gosto, sutileza, jamais com palavras grosseiras; assédio físico, então, nem pensar!!!

Extrapolando muiiiito, talvez na canção Imagine o mundo sonhado por John Lennon incluísse esse aspecto também.

Ouça a música e pense nisso, sobretudo  aqueles que gostam  de se  meter  no  que não são  chamados a palpitar.

Veja a Letra traduzida:

Imagine

Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que lutar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
você se juntará a nós
E o mundo será como um só

Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de humana
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo será como um só

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Chegar lá é muito duro, mas se cada um cuidasse  da sua vida já seria um começo

Clique aqui, ouça a música/veja vídeo com o próprio Lennon:

Poeta, Catador de Carambolas, Tem Macumba Para Transformar Adulto em Criança

O Poeta Marcello Ferrari nem nasceu e já estava mudando.  Sua mãe saiu da cidade onde vivia porque não tinha maternidade para acolher o filho. Foi para Santa Fé do Sul.  Aos 14 anos, dormiu em São José do Rio Preto e acordou em S. Paulo.  Ontem estava no Slam de Poesia do Zap, no núcleo Bartolomeu de Depoimentos,  apresentando sua MACUMBA PARA TRANSORMAR ADULTO EM CRIANÇA.  Ah, mas antes disso, já foi também ventríloquo de sabonete, como se autodenomiva durante o tempo em que trabalhou como redator de publicidade.  Com alguns ebooks e trabalhos na Internet,  atualmente se define como ventríloquo de crõnicas, poemas e contos, além de compor e tocar.  Considera-se também um catador de carambolas.

Abaixo o texto que ele apresentou ontem no Zap, com o sugestivo título

MACUMBA PRA TRANSFORMAR ADULTO EM CRIANÇA

Ingredientes: um galho de rotina, duas colheres de hábitos adultos bem secos, meia dúzia de teias de arranha do sofá da sala, um par de kichutes (ou similar), uma toalha vermelha grande, um cartão de ponto, um pirulito (qualquer sabor), uma galinha preta, um tubo de espuma de barbear (spray), um exemplar do jornal New York Times, uma fitinha do Senhor do Bonfim, e 50 gramas de sebo animal.

Preparo: Quebre a rotina, triture os hábitos e misture-os com as teias de aranha do sofá, fazendo um pó. Embrulhe o pó no jornal e amarre com a fita do Senhor do Bonfim. Leve a galinha (viva) até a esquina da Ipiranga com a São João. Passe sebo nas canelas e calce os kichutes (em você, não na galinha). Amarre um lado da toalha vermelha ao redor do pescoço, tipo super-homem (ou mulher-maravilha, você decide). Coloque a galinha preta no chão e dê um susto nela. Quando a galinha sair correndo pelo centro da cidade de São Paulo, saia correndo atrás dela, tentando acertá-la com um jato da espuma de barbear. Enquanto estiver correndo, de 10 em 10 minutos, dê uma lambida no pirulito. Quando a galinha passar pelo correio central e estiver saindo do vale do Anhangabaú, jogue o pó da rotina sobre seu corpo inteiro e tropece propositalmente no cartão de ponto, caindo esparramado no chão. Levante, sacuda a poeira e dê a volta por cima do viaduto do chá. Você terá entre 5 e 12 anos de idade assim que avistar a galinha chegando no largo do São Bento.

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Visite o blog do Marcelo, mas só quem não se  se incomodar com irreverência brava!!! Clique aqui

Na Roça ou em Nova York, Mulher Pode Ser um Perigo

Uma mulher, com disfarce pouquíssimo glamuroso de camareira,  tem o poder de meter o ex-chefe do FMI Dominique Strauss-kahn em uma enrascada que lhe custou o cargo,  dispêndio de um monte de dinheiro para fiança e muitas outras dores de cabeça.  Jornais anunciam que existe  suspeita de que essa mulher possa estar envolvida em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Usando  o pouco  excitante uniforme de camareira, com  lençóis sujos e produtos de limpeza no carrinho ao seu lado, uma mulher qualquer pode fazer o estrago que fez.  Pois bem, imagine-as  lançando mão de  todos os poderes de sedução de que dispõem, nos mais elegantes ambientes…

Talvez seja por essas e por outras que um amigo meu disse: Vou começar a sair com putas por medida de economia.

De maneira poética, outros amigos do Caiubi,  Bezão, Juka e Xamã, do Rossa Nova, cantam os perigos que as mulheres podem representar, na sábia visão de um caipira.   Ameaças e perigos de uma verdadeira cobra.  Nome da Música: Caipira Véio.  Ouça

//www.youtube.com./watch?v=WjuX_uNtvC4

A Morte nos Versos de Millôr e na Piada Popular

Mais uma vez (e vou repetir muito isso daqui pra frente), lanço mão da sabedoria e versatilidade do Millôr.

POESIA   MELANCÓLICA   OLHANDO  UM    LIVRINHO   DE   ENDEREÇOS – Millôr Fernandes

Caderninho preto

(Espécie de Anais)

Onde estão escritos

Todos os locais

Em que os amigos

Já não moram mais

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Naquela semana, alguns anos atrás, tinha contado para o meu pai piadinha muito boa.  Lá vai:

A maior preocupação de dois jovens que jogavam muito bem futebol era descobrir se havia futebol após a morte.  Assim, eles combinaram que o primeiro que morresse iria se empenhar para de alguma forma aparecer e avisar para o outro se havia ou não futebol.  Um deles morreu muito cedo e cumpriu a promessa.  Apareceu para o outro e contou:

– Legal, meu,  lá tem futebol.

O que ainda estava por aqui ficou eufórico.  O outro concluiu:

– E você já está escalado para o jogo do próximo  mês !!!

Pois bem, eu e meu pai  estávamos de carro  na região do Estádio do Morumby.  A cada rua que eu entrava, ele lia o nome e dizia:

– Esse aí era juiz quando eu comecei a advogar.     (como se sabe, só pessoas mortas podem dar nomes às ruas).

Virava um esquina, e meu pai:

– Esse formou-se no ano em que entrei na faculdade.

No terceira ou quarta rua batizada com colegas dele que já estavam no andar de cima, como o rapaz da piada, eu disse:

– Pai.  Pára com isso.  Daqui a pouco um deles vai aparecer e dizer assim:

– Hiram, já estamos polindo a placa da sua rua.

Contei para uma sobrinha e ela morreu de rir.

Millôr Matando a Pau, Sempre!!!

CONVERSA  ANTIGA- MILLÔR  FERNANDES

(…)

Ah que tempos, Dona Santa!

– E que moral, seu Moreira!

Eu aqui onde me vê

Lavo e passo meio dia

Fico o resto na cozinha

Enquanto minha filhinha…

Juventude transviada!

– Eu nunca pensei viver.

Em era tão desregrada

– Ah, não me faça falar,

Se continuar assim

Onde é que vamos parar?

– Que modos, que roubalheira

Que moral, dona Santinha!

– No meu tempo de  solteira

O mundo viria abaixo

com metade disso aí.

Quanta falta de juízo!

– Até as roupas, me diga,

Voltamos ao Paraíso!

– Isso mesmo, seu Moreira;

Aqui mesmo, essa vizinha,

Vai à Praia nuazinha.

– Não há mais respeito ao próximo:

E sem Falar na Política!

Ah, isso, então, seu Moreira,

Falar é até besteira.

O Tempo dos conselheiros,

Dignidade, nobreza.

–  E o Senado, que grandeza!

– Hoje só há maroteira.

– Ah, que tempos, dona Santa!

– Ah, que moral, seu Moreira

(E assim por Diante)

INCREDULIDADE – MILLÔR  FERNANDES

Poesia com quase certeza

Político rico

ex-abrupto

vem me dizer que não é

corrupto

+++++++++++

Adivinhe de quando são os poemas!!!  Não olhe para baixo, empenhe-se em adivinhar.

CONVERSA   ANTIGA – 1950;  INCREDULIDADE – 1954.

Bobinhos todos aqueles que pensam que  escândalos são coisas recentes, inéditas e/ou exclusivas de políticos brasileiros.

Escrevi,  menos de um mês atrás:

Agora é Palocci quem  aparece no noticiário como tendo multiplicado seu patrimônio por 20 em quatro anos.

Quase todos que  ocupam   um cargão  sempre enriquecem  muito.  Não é de hoje e não é só no Brasil.  Porque é comum não quer dizer que está certo. É só um fato.

As provas.

  • Político brasileiro importante, muito respeitado, sobre quem jamais  pairou  a menor dúvida, conhecido como professor universitário,  que ocupou cargo importante na década de 50, nasceu em um casa ultra modesta de dois ou três  metros de frente.   Ao morrer, entre os bens que deixou,  havia uma fabulosa fazenda no Interior de São Paulo,  na qual já me hospedei quando era do dono anterior.
  • O político/astro de cinema Ronald Regan,  ao deixar a presidência dos Estados Unidos, ganhou uma mansão de alguns milhões de dólares.  Terá sido por conta dos relevantes serviços prestados à arte cinematográfica americana???”

Digo brincando.  Sou como o Chacrinha: ouça o que eu digo porque o que eu digo não tem nos livros!!!  Estão aí poesia/verso  de Millôr mostrando que o que eu digo não está  tão errado assim.

Quando a direita babona e raivosa vem espumando a falar besteira,  lembro-me de frase ótima, também  do Millôr que, pretensioso, suponho tê-la tornado ainda  mais contundente. Lá vai:

(…) “um cara muito opinativoraramente tem opinião própria (Millôr)” – e o mais grave: escolhe sempre ser porta-voz do que há de pior.