O CLIENTE NUNCA TEM RAZÃO

É muito curioso ler seções de cartas de leitores/consumidores nos jornais e revistas. Curiosas são as cartas dos leitores. 

Já as resposta dos prestadores de serviços reclamados são estonteantes.  

Estonteante em geral  é aplicado no sentido de deslumbrante, maravilhoso.  Entretanto, também quer dizer tornar tonto.  E é exatamente isso que os departamentos de marketing das empresas tentam fazer nas estapafúrdias respostas que  publicam.

Guia da Folha de Hoje traz duas cartas que  chamam  a atenção. Leitora reclama que foi a um cinema onde havia várias salas e o som de um filme invadia a sala onde outro filme estava sendo exibido. A gerente de Marketing pede desculpas, diz que vai verificar o que aconteceu,  afirmando ainda que nunca havia recebido reclamação semelhante. 

Ora, o mínimo que o responsável pelo transtorno deveria fazer seria pedir desculpas de forma sincera, oferecer entradas para um novo filme e até mesmo o dinheiro do táxi de ida e volta para a cliente. Chegando ao cinema, o espectador deveria ser recepcionado por algum gerente que lhe oferecesse café ou refrigerante. E no final do filme, esse mesmo gerente o aguardaria para saber se dessa segunda vez tudo correu bem.  Isso seria o mínimo dos mínimos.

Em outra carta, no mesmo Guia da Folha,  leitor comenta a resposta que o diretor do  teatro de Importantíssima Instituição Financeira havia dado anteriormente. O diretor na primeira carta justifica os problemas dizendo que o  estabelecimento encontrava-se em “soft opening”.  O segundo leitor diz que se o teatro “encontrava-se em Soft Opening,  também deveria praticar “soft prices” e não cobrar valores correspondentes a uma casa preparada para funcionar  com toda qualidade. 

“Soft open”??? Que babaquice é essa??? Dizer  que o teatro está abrindo as portas para um período de treinamento talvez seja considerado pobreza intelectual: onde já se viu, teatro importante não falar em “Soft Open”???  Chique é terminho em Inglês!!!
 
E o Boca é obrigado a adotar um novo Bordão, dessa vez plagiado do cancioneiro nacional,  digo, brazillian songs:   Se Mandioca fosse americana, farinhada era comida de bacana!!!

2 pensou em “O CLIENTE NUNCA TEM RAZÃO

  1. PAULO MAYR!!!!!
    A sub-gerente de um banco de médio porte me pediu para ligar para ela numa quarta-feira e no momento combinado,uma assistente me diz ao telefone que a sub-gererente estava ocupada ao telefone e que eu tinha que aguardar na linha ouvindo as famosas musiquinhas…O tempo passou e após 40 minutos de musiquinhas,como ninguem me dava retorno eu desliguei e liguei outra vez e outra assistente atendeu e eu perguntei o que havia acontecido que eu fiquei 40 minujtos ouvindo música,enquanto aguardava a sub-gerente que estava ao telefone.Eu disse a assistente que pela nova lei do PROCON o tempo de espera seria de 1 minuto e não seria certo eu ficar na espera por 40 minutos. A assistente com a maior cara de pau me disse que a sub-gerente continuava a falar ao telefone…Eu lhe perguntei para encerrar o nosso papo,que se a sub-gerente ficasse mais 2 horas ao telefone,se eu teria de ouvir mais músiquinhas até o momento dela desligar o telefone?!?!?!?!?
    A assistente acabou comigo e me disse:Que eu teria de esperar mais 2 horas ouvindo musiquinhas se sub-gerente ficasse por esse tempo ao telefone…È isso aí caros colegas internautas,muitas empresas usam e abusam de nós consumidores.Mas eu prometo que um dia eu vou me vingar desse BANCO,que não respeita os direitos dos seus clientes.
    Vamos lutar e não dar mole para esse tipo de humilhação…
    Fica aqui mais um depoimento no nosso blog de tantas lutas…
    CICERO GOMES…
    *********
    Caro Cícero:
    É mesmo uma afronta. A tal lei que proibe espera de mais do que um minuto não pegou. Não gostava quando uma francesa que falava que no Brasil umas leis pegam e outras não. Ficava louco por ela ser francesa, mas a verdade é que ela está certa. Infelizmente!!!
    Grande abraços

  2. Muitos comerciantes não percebem a força e o retorno que traz para seus negócios tratar bem os seus clientes. Um amigo comerciante, do ramo de ótica e joalheria, agora muito bem sucedido, me conta o por quê do sucesso de suas lojas. Ele me disse que antes de se conscientizar que o cliente bem tratado se multiplica, quando havia uma reclamação sobre uma mercadoria se posisionava meio defensivamente. Hoje, as reclamações dos clientes são bem-vindas. Diz ele “eu engulo o sapo, sem saliva” e ainda agradeço. Algumas vezes, conta ele que percebe claramente que a mercadoria foi danificada por mal uso do consumidor, mas ele prefere fazer de conta que foi algum defeito de fabricação e conserta de graça. O cliente sempre volta.
    Por outro lado sempre existem os aproveitadores que usam o nosso Código do Consumidor, copiado dos países desenvolvidos e com cultura diferente que entram nesse vácuo para tirar vantagens. Por exemplo, compram uma peça de roupa na Sexta, a usam no fim de semana e na Segunda a devolvem dizendo estar com defeito ou fazem uma troca. Quanto aos brasileiros gostarem de tudo que é do exterior, trata-se de lembranças de quando nós não tinhamos uma industria forte e tínhamos uma dependência cultural muito grande dos americanos, principalmente.

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