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A Absurda Entrega da Copa do Mundo aos Campeões. Na Próxima vez, a Copa vai pelo Correio.

Tempos atrás, na Copa do Mundo do Japão, se não me engano, não havia Pódium para os Campeões do Mundo. Cafu, capitão do Brasil, que venceu o campeonato, ao receber a Copa, subiu no pedestal onde se encontrava o troféu, correndo sério risco de a estrutura não agüentar seu peso,  abrir-se em lascas, ferir-lhe a virilha e encerrar ali sua carreira de futebolista de sucesso.  Fez isso para provar que ali a figura Importante era o Esportista e não aquele mar de cartolas à sua volta.  Quiser ler, clique aqui

Desta vez, a Fifa se superou.  Em um andar superior da Tribuna de Honra do Maracanã,  estavam as autoridades: entre elas as presidentes do Brasil e da Alemães. Campeões e vice-campeões foram encaminhados para um patamar abaixo da tal tribuna, onde receberam os troféus das autoridades que estavam no tal andar superior.

Pelo que pude perceber, as autoridades, as mais importantes do mundo, desapareceram, em um piscar de olhos,  para alegria dos torcedores e câmeras,  e os jogadores foram comemorar o título centro do Gramado, de certa forma, compartilhando com todo o estádio e com as TVs do Mundo Inteiro.

Do jeito que a coisa vai, em alguma próxima Copa do Mundo, o troféu não mais será entregue após a final da partida final e sim pelo correio na Sede da Confederação de Futebol do País Vencedor.

O mundo se transformou nisso.   O mundo se cercou de insulfilme!!!

 

 

 

 

 

Bellini Inventou o Gesto; Cafu deu Significado Político à Coisa

Bellini foi o primeiro Capitão da Seleção Brasileira a conquistar uma copa do Mundo, em 1958 na Suécia,  e quem inventou  o gesto de erguer o troféu com as duas mãos acima da cabeça, como toda a imprensa repetiu nesta semana de sua morte.

Pouca gente se lembra, mas em 2002, quando o Brasil conquistou o Pentacampeonato Mundial no Japão, não havia um pódium no Gramado para as equipes campeã e vice-campeã.  O Capitão Cafu, único jogador de futebol do Mundo a ter participado de três finais consecutivas  de Copa do Mondo,  não teve dúvidas:

Examinou  se o frágil pedestal onde estava o troféu era suficientemente sólido para aguentar seu peso, subiu nele e aí então ergueu a taça.

Correu  imenso risco, pois a frágil estrutura de madeira  poderia   abrir-se ao meio e atingir sua virilha e por um ponto final à sua carreira naquele momento.

Algum  intelectual comentou que ele fez aquilo para mostrar ao mundo que no futebol o jogador é o mais importante, é quem merece estar acima daquele mar de cabeças de cartolas.

Também penso assim.  Ainda que, muiiito eventualmente,  de forma  pouco consciente,  o nosso Capitão Cafu quis mostrar exatamente isso.   E, sem dúvida,  mostrou mesmo essa verdade que, naquele  momento super importante,  estava mesmo bem  nebulosa.

Parabéns Bellini!!!  Parabéns Cafu!!

Cafu Mostrou que o Jogador Está Acima do Cartola

Exatos dez anos atrás, Brasil conquistava sua quinta Copa do Mundo, na Ásia, derrotando na final a Alemanha por 2×0,  com dois gols de Ronaldo.

Detalhe, e,   como eu digo, é nos detalhes que reside todo o charme, que certamente muito poucos perceberam.  A bela  Taça  estava sobre um suporte no próprio campo e não havia qualquer  pódium ou lugar de destaque para os jogadores.

Ao receber o troféu, o Capitão Cafú,  no meio daquele mundo de cartolas,  dá uma examinada no frágil suporte de madeira onde estava pousada a taça, testa sua resistência e sobe para então levantar o troféu.  Correu  imenso risco, pois a frágil estrutura poderia não agüentar seu peso,  abrir-se ao meio e atingir sua virilha e por um ponto final à sua carreira naquele momento.

Algum  intelectual comentou que ele fez aquilo para mostrar ao mundo que no futebol o jogador é o mais importante, é quem merece estar acima daquele mar de cabeças de cartolas.

Corte.

Mil anos atrás, jovem professor de português  dava complexa,  longa e perfeita   explicação do significado contido na marca de ferro em brasa que foi marcada na bunda de Vitorino Carneiro da Cunha, o Papa-rabo, do romance Fogo Morto, de José Lins do Rego.

Rapaz delicado, não bicha, porém delicado, de longos e lisos cabelos, pergunta ao professor:

– Você acha mesmo   que em algum momento passou-se  pela cabeça do escritor uma ínfima parte do que você está concluindo do texto dele?

Lembro-me de que na época da Copa do Cafu,  disseram  algo muito semelhante em relação à atitude do Cafú, que o jogador fez aquilo por fazer, sem pensar em estar acima de cartola e que era tudo uma viagem.

Pois eu tenho certeza de  que Cafu quis significar com seu gesto exatamente isso (jogador acima de cartola)  e que José Lins do Rego, ao escolher o símbolo do triângulo inserido no círculo, também quis dizer o que o professor explicou. Ao certo, de maneira insconsciente, mas eram essas as inteções de ambos.  Repito, tenho certeza.