Ficou sem ar. Nada sério. Foi apenas o sósia do galã da novela das 9 que passou em frente a ela.
*110 dígitos – incluindo título
Ficou sem ar. Nada sério. Foi apenas o sósia do galã da novela das 9 que passou em frente a ela.
*110 dígitos – incluindo título
Há cerca de um mês, participo de grupo de escritores que se propõem a produzir textos a partir de palavras sugeridas. Tenho levado a sério a coisa e escrito – microcontos, claro.
A palavra de Hoje é Ambivalente. Lá vai o que escrevi:
Título – Por óbvio
Tamanha ambivalência, que político perto dele se transformava em ser cristalino. Lógico, acabou entrando pra política!
128 dígitos – Incluindo o Título.
Desejo aos leitores do Trombone Excelente Natal e 2018 Fabuloso.
E trago a boa notícia, deixada por nossa Querida Hebe Camargo, para que todos nos deliciemos sem culpa nessa época de belas comilanças. Lá vai o que ela disse:
“O que engorda não é o que você come entre o Natal e o Ano Novo, mas o que você come entre o Ano Novo e o Natal.”
Comamos bem nessa época de Festas e com sabedoria entre dois de Janeiro e 23 de dezembro.
A imaginação voava alto. Ele, preso à rotina insuportavelmente monótona.
Expressão antiga para dizer que o sujeito era muito chato. Dizia-se que era Chato de Galocha. Galocha era uma borracha com a forma de um pé, com a qual cobria-se o sapato em dias de chuva.
Pois bem, no calçadão, aqui do centro de S. Paulo, anteontem vi um cara com galocha. O problema é que ele, como muitos, arrastava o pé no chão ao caminhar.
Pelo jeito, um chato de galocha sem Educação.
Como hoje, foi dia, repito o que escrevi há cerca de seis meses.
Eu adoro o Horário Político Gratuito.
Hoje, pude assistir ao Jornal da TV Bandeirantes. Durante o Horário Político, sossegadamente, tomei banho e pude ver o Jornal Nacional desde o início.
Tem ou não tem serventia o Horário Político?
Quiser ler três microcontos sobre políticos, em seguida, dessa observação que sempre faço:
Não tenho saudades da Ditadura, entretanto esses políticos…
Isso posto, lá vão:
O meu, o mais fraquinho – 119 dígitos.
O candidato só teve um voto. Quem não conhecia, não conhecia. Quem o conhecia é que não votou nele de maneira alguma.
Fernando Vasqs:
Título: “Latidos”
“A Velhinha vê novela, o cachorro late no quintal. Intervalo, propaganda política. A velhinha grita:
– Cala a boca, cachorro!”
Para concluir:
André Luis Gabriel – Como já foi dito, vencedor do Primeiro Concurso de microcontos Salão de Humor de Piracicaba, em 2011.
Título: “ In Memoriam”
“O político morreu, virou estátua. Agora são os pombos a prestar-lhe justas homenagens”.
Capa da Veja que está nas bancas traz o cantor João Gilberto. Embora tenha a revista em casa, ainda não li. Pelo título e legenda, a reportagem é sobre problemas enfrentados pelo artista: “O DRAMA DE UM GÊNIO BRASILEIRO”.
Gosto muito do estilo de ele cantar, sobretudo por ser suave, sem o mais mínimo arroubo de grandes interpretações. Mas sempre o considerei meio chato. Aliás, quando começaram esses programas de TV em que o público votava, uma das questões era: João Gilberto, é um gênio ou um chato? O público vou maciçamente em chato.
Lá vão dois episódios.
Mil anos atrás, namorada que trabalhava na Grande Imprensa ganhou dois convites para show dele. Ela me convidou, eu fui.
Pois bem, lá pelas tantas, entre uma e outra canção, João Gilberto diz:
-Ar condicionado, ar condicionado.
Foi incapaz de falar mais uma única palavra que fosse: ou que estava forte, ou fraco, ou barulhento.
Reinaldo, conhecido meu desde os tempos de infância, já que éramos vizinhos, é sócio de uma Casa de Espetáculos aqui em São Paulo e estavam abrindo uma filial. O convidado para inaugurar a nova casa era exatamente o João Gilberto.
Perguntei ao meu conhecido se ele e os sócios não tinham medo que o artista aprontasse alguma e pusesse tudo a perder.
Meu amigo:
-Ele não é louco de fazer isso. Se ele fizer a menor gracinha, nossos advogados acabam com ele.
Pois bem, o João Gilberto fez das suas e não fez o show.
No dia seguinte, liguei para a casa do meu conhecido. Atendeu a empregada. Pedi que ela desligasse o telefone e ligasse a secretária para eu deixar recado. Ela disse que não havia secretária eletrônica. Percebi que era uma mulher com condições de transmitir o que eu lhe pedisse e falei:
– Por favor, fala para o Reinaldo que o Paulo Mayr ligou e disse apenas o seguinte: Eu bem que avisei.
Meu conhecido chega em casa, com alguns amigos e amigas, a eficiente empregada diz:
– O Paulo Mayr ligou e disse apenas o seguinte: eu bem que avisei.
O Reinaldo mesmo me contou que os amigos dele morreram de rir.
Semana Passada, fiz crônica sobre episódio que aconteceu comigo há muitos anos. Acho que ficou legal. Espero que os leitores do Trombone concordem comigo.
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A guia pegou o microfone do ônibus e propôs que não fizéssemos aquela última parada antes de chegar a Barcelona. Disse-lhe, e para a todos os passageiros, que eu estava precisando ir ao banheiro. Ela garantiu que em meia hora chegaríamos.
– Ah, meia hora. Meia hora, eu posso esperar. Mas não vai passar muito disso, vai?, perguntei em horrendo portunhol.
Em tenebroso espanhês, ela me garantiu que, na pior das hipóteses, a viagem demoraria, no máximo, quarenta minutos.
Concordei.
O trânsito não estava pesado, o motorista desenvolvia excelente velocidade, mas Barcelona teimava em não chegar. Uma hora e meia depois, continuávamos em boa velocidade e nada de Barcelona, tampouco o ABC espanhol, ou periferia de Barcelona. Estrada, só estrada, que ia muito além do horizonte.
– Há quase duas horas, você me disse que chegaríamos; o motorista está na velocidade máxima permitida e não vejo, sequer, placas com menção a Barcelona; argumentei com início de dolorosa sensação de bexiga explodindo.
A guia garantiu que mais quinze minutos chegaríamos.
O motorista fez uma cara esquisita.
Eu reiterei que não aguentava mais.
À esquerda do ônibus, gigantesca ruína de uma cidade e a guia descrevendo detalhes.
– Olha, eu murmurei…
Ela:
– Não me interrompas – gritou, enfática, ao microfone.
Termina de descrever a maldita da ruína e pergunta o que eu queria.
Gemendo, respondi:
– Nada, era só pra dizer que em frente à “sua ruína”, na nossa mão, havia gigantesco posto e, óbvio, banheiros. Mas, agora, ficou lá pra trás e, junto com eles, meu sonho…
Mesmo morrendo de pena de mim, vários passageiros riram.
Finalmente, hotel de Barcelona.
Minha bexiga estava a tal ponto que eu mal conseguia andar. Descer a escada, então, martírio absurdo. Finalmente, a calçada. Entre a porta do ônibus e o banheiro, demorei bem uns cinco minutos me arrastando.
Acho que fiquei cerca de sete minutos urinando sem parar.
No Hall do Hotel, alguns americanos, que estavam comigo no ônibus, vieram me dar parabéns pela maneira elegante com que eu aguentei ser tão enrolado pela guia mentirosa. Dois deles garantiram que, em meu lugar, teriam urinado no ônibus.
Até hoje, todas as vezes, quando estou com muita, muita mesmo, imensa, vontade de ir ao banheiro, me lembro de que não é nem 0,1%, isso mesmo, um milésimo, do que senti nas últimas duas horas daquela tarde e nos infinitos metros que separavam a minha poltrona do ônibus ao banheiro do hotel.
Feliz Natal para todos os leitores do Trombone.
Quanto ao ano que entra, lanço mão do criativo desenho do amigo Fernando Vasqs.
Conheça mais Fernando Vasqs, veja os Blogs dele Ostras ao Vento e o Calorosa Salada.
Na encruzilhada, a macumba. Com mania de perseguição, trancou-se em casa dez dias. Ao voltar ao trabalho, lógico, foi demitido.