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Procon – Lembranças Infelizes desde há muito!!!

Depois de já ter escrito/transcrito textos aqui a respeito de problemas recentes meus e de alguns leitores com o Procon (ver  posts anteriores e respectivos comentários),

http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/03/31/leis-que-parecem-brincadeiras/

http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/04/01/procon-infernizando-o-cidadao-merece-isso/

http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/04/01/meteram-o-pau-mas-e-mesmo-um-inferno/

http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/04/03/leitora-leva-baile-do-procon-que-tal-um-procon-do-procon/

lembrei-me de experiências minhas com o órgão, ocorridas há mais de 20 anos.  Essas lembranças também não são boas.

Caso 1 – Lembrança não boa 1.

Havia deixado meu carro no mecânico na Rua Butantã e voltava a pé para casa.  Em uma Farmácia do Largo de Pinheiros, comprei uma loção de barba da Johnson.    Poucos metros depois, em uma Farmácia de Rede, a mesma loção, mesmo volume, era vendida por cerca de 40% menos do que eu havia pago.  Comprei.  Juntei as duas notas fiscais, fiz um texto explicando a imensa diferença de Preços e solicitei que o Procon tomasse  providências em relação à Farmácia Exploradora.  Lembrei ainda no texto que, ocasionalmente, me encontrava naquela zona de comércio ultra popular  e que minha preocupação era com as pessoas humildes que deviam estar sendo exploradas por aquela farmácia com frequência ao comprar remédios.

Caso 2 – Lembrança  não boa 2

Logo que foi anunciado o novo show do Roberto Carlos (começo da década de 80),  dona Sofia, formidável velhinha, tia da minha namorada,  pediu -me  que comprasse ingresso para nós.  Assim que os ingressos começaram a ser vendidos no escritório de famoso empresário na época, eu já estava lá.   Seriam vários shows.  Disse a funcionária que não me importava o dia.  O que queria era um bom lugar e pedi o mapa (planta do teatro/auditório) para escolher o lugar.  Ela me disse que a empresa não trabalhava com Mapa/planta.  Falei que queria um lugar central e que precisava ver a planta.  Ela garantiu que os ingressos que estava me vendendo eram ótimos, centrais, os melhores.  Pois bem, chegando lá, nossos lugares eram no canto mais distante possível do palco.  Correspondente à bandeirinha do escanteio de um campo de futebol (o palco seria o gol – o cantor e seus músicos mal eram vistos por nós).  O famoso empresário estava no local.  Eu e a velhinha, tia da minha namorada, fomos falar com ele.  Expliquei que a funcionária dele me garantiu que os lugares eram centrais, o que não era verdade.  Argumentei  ainda que não havia uma planta para eu saber os lugares que estava comprando.  A resposta do empresário chegava a ser hilária:

Se eu trabalhasse com o Mapa, ninguém ia comprar esses lugares do canto, disse no seu português com carregadíssimo sotaque italiano.

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“Soluções” do Procon para o Caso 1 e para o Caso 2 – Lembranças não Boas 1 e 2

O Procon enviou para a Johnson comunicadi informando  que a farmácia citada estava vendendo por preço muito elevado aquele produto.

Caso 2, o Procon enviou para o empresário comunicado solicitando que ele passasse a trabalhar com mapas/plantas das casas de espetáculos.

Multas, ou mesmo advertências, medidadas efitivamente Pro-Consumidor, acho que não foram sequer cogitadas pelo Procon.

Argumentei com funcionário do Procon que me dei ao trabalho de fazer tais denúncias  porque me julgava na obrigação de fazê-las, para que outros cidadãos não caíssem nos mesmos golpes.  Apenas para isso; uma vez que eu, gato já escaldado, só passaria a comprar em farmácias de redes e não iria mais a shows promovidos por aquele empresário.  Complementei ainda que, graças às medidas pífias que foram tomadas, não iria mais procurar o órgão, como de fato não mais procurei.

Passam-se mais de duas décadas,  sou obrigado a recorrer ao Procon – para bloquear meus telefones dos telemarketins – e vejo que o Consumidor continua levando baile do Procon.

Talvez a sigla Procon (M) signifique: Pró-comerciante!!!

Parodiando o carimbo citado  pelo ministro Beltrão – da Desburocratização -, só me resta, tal qual nos tempos do movimento estudantil, uma palavra de ordem ” Por um Procon do Procon – já!!!”

Leitora leva baile do Procon. Que tal um Procon do Procon???

Como já disse, meu post apontando os problemas que tive no PROCON para  bloquear meus telefones para telemarketing   http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/04/01/procon-infernizando-o-cidadao-merece-isso/ recebeu uma série de comentários, muitos deles – como se pode ler, me taxando de estabanado e  inábil em informática.  Pois bem, não sou o único.  Outra cidadã – Rachel Pereira Barbosa – teve problemas e ficou irritada. Publico abaixo o protesto dela.

Prezado Paulo Mayr.
Estou inteiramente solidária com seu comentário.O PROCON é realmente muito confuso para esse tipo de serviço e não dispõe de email ou telefone que atenda esse tipo de duvida.Cadastrei-me mas não estou certa de ter obtido sucesso nesse empreendimento.Recebi o email que você recebeu com o nº de senha,mas ela não entrava,bloqueou e o site saiu do ar nesse periodo,ou para manutenção o seja qual for o motivo.Como não havia outro recurso,telefonei para a Assessoria de Imprensa e consegui falar com um rapaz que confirmou que realmente a senha não entrava.Falou para eu me cadastrar de novo,o que não foi possível.Voltei a carga e falei de novo e disse que não havia conseguido,e como ele me disse que o papel deles não era esse deu-me email da ouvidoria,e ainda não escrevi para lá.
Não tive disposição e coragem.Voltei a carga e coloquei “esqueci a senha” e recebi nova senha e com essa consegui ver os nºs bloqueados,mas não sei se isso é a confirmação,já que quando tentei recadastrar tambem tinha visto meus dados.Enfim,não ficou mesmo claro se está tudo bem resolvido.Vou discutir com a ouvidoria o problema,e tentar saber quem nos defende do PROCON.

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Comentário do Boca:

Raquel, seja bem-vinda ao META-INFERNO que o Procon criou para  os consumidores que enfrentam problemas e se vêem obrigados a recorrer a esse órgão.  Hélio Beltrão, ministro da Desburocratização, relatava que das coisas mais inusitadas que ele havia visto era um carimbo com esse texto: É PROIBIDO CARIMBAR!!! Talvez já tenha chegado a hora de outro surrealismo: criar-se um PROCON DO PROCON!!