Até onde eu tenho visto, no seriado Gabriela, só se escuta pequeno trecho da belíssima música Lamento Sertanejo, do Dominguinhos e Gilberto Gil. Sei que sempre acontece assim com trilhas sonoras, temas, mas é Sadismo, ou amenizando um pouco, judiação!!!
Conheça a Música Inteira, na Interpretação de Gilberto Gil. Sublime!!! Cliqe Aqui
Para marcar a data, publico mais uma vez meu conto – MUITO ALÉM DO JANTAR – com as feras.
Antes, uma explicação.
Uma amiga estava produzindo uma espécie de sarau e pediu que as pessoas lhe enviassem seus escritos. Enviei-lhe esse conto. Como era trabalho para ser lido em público e que talvez pudesse ser publicado, escrevi uma nota introdutória explicando e deixando bem claro que era mera ficção (aproveito e já reitero) e que usei os nomes verdadeiros dos principais personagens porque, por mais que minha imaginação fosse fértil, eu nunca conseguiria criar perfis tão bem acabados para o meu objetivo. Minha amiga leu o conto e a explicação e, inconformada, me ligou:
– Ah, que pena – eu achei que era tudo verdade!!!
Leia o conto e veja se vc também queria que fosse verdade. De minha parte afirmo: não só queria que fosse verdade, como, principalmente, queria ter participado dessa noitada.
Em tempo, quando escrevi esse conto, há vinte anos, eles sequer imaginavam fazer show aqui no Brasil.
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MUITO ALÉM DO JANTAR – TÍTULO DO CONTO
Luis ligou para meu escritório dizendo finalmente ter marcado o jantar na casa dele com Roberto para sábado.
Fiquei uma fera. Era o dia do Show. Embora a imprensa tivesse anunciado que a apresentação no Pacaembu seria única, não era verdade. As grandes estrelas, quando passam por aqui, na mesma noite do show no estádio, costumam se apresentar em uma boate para aproximadamente 500 pessoas. Após esse espetáculo, sempre ficam para o coquetel e jantar. Algumas delas são verdadeiras vedetes. O Pavarotti, na primeira vez em que veio a São Paulo, era um sujeito amável e simples. Pediu para ir jantar com todo mundo em um restaurante típico brasileiro. Tomou uma jarra de batida de limão (de pinga) e comeu vatapá. Agora, depois de ter se tornado um mega star, já se comporta como uma prima-dona. Mas, em geral, são simpáticos. Sobretudo comigo, mulher morena, bonita, sensual com tempero brasileiro e classe européia.
Lógico que esses shows para audiências restritas são sempre muito caros. Nunca menos de 2.000 dólares por pessoa. Eu já havia comprado e pago nossos ingressos. Era uma surpresa para Luís. Só lhe contaria no dia. Afinal, a surpresa acabou sendo minha. Imaginei que durante o jantar, a cada cinco minutos, teria vontade de ir ao banheiro, abrir a bolsa, olhar as entradas e chorar um pouquinho. Poderia até fazer isso. Mas não contaria jamais para ele que tinha comprado os ingressos. Pois sabia que estava almejando a vice-presidência da empresa; o jantar bem produzido com o presidente-executivo, sua mulher, por coincidência filha do acionista majoritário, seria decisivo.
E produção era o que não faltava. Luís pediu que eu cuidasse de tudo. Decidimos o cardápio e não tive dúvidas, liguei para o bufê dos grandes jantares de São Paulo e fiz a encomenda. No sábado, por volta das três, chegam com toda parafernália necessária:
– A senhora escolhe sua toalha de mesa preferida e pode ir para o cabeleireiro que a gente se encarrega de tudo, disse o eficiente e ligeiramente pedante chefe da equipe.
Lembrei-lhe novamente o combinado com o gerente: eles deveriam deixar a coisa encaminhada, eu cuidaria do resto. Às seis, não queria mais ninguém em casa – enfatizei.
Eram verdadeiros artistas. A mesa estava linda, os arranjos de flores deslumbrantes, a comida com aroma indescritível e o bar arrumado de tal forma que eu seria capaz de fazer montes de dry martini de olhos fechados.
O interfone toca, oito horas, pontualmente.
Fomos esperá-los na porta do elevador. Surpresa. Gabriela estava sozinha.
– Papai ligou há cerca de três horas convocando Roberto para uma viagem a Buenos Aires. Agora, devem estar quase pousando. Tá vendo o que te esperava na vice-presidência, Luís? Já que o chefe está longe, acabemos com as formalidades. Sorri, enquanto tira o blazer.
Sob o blazer de Gabriela, uma camiseta de seda preta com alças e decote nas costas até a cintura, velando quase nada do corpo escultural. Luís e eu ficamos embevecidos. Tudo era perfeito: costas, ombros, bocas e seios se destacavam.
– Estou fissurada para experimentar seu famoso dry martini, Elza. Posso ajudar você a preparando os copos.
Pega a faca mais afiada e, em menos de três minutos, põe em cada copo verdadeiras mini esculturas de casca de limão e azeitonas. Ao se inclinar sobre o balcão, os duros bicos dos seios se mostram. Seu sorriso maroto olha para mim e Luís.
– À uma noite de prazeres! – Gabriela brinda.
Quando ponho o último disco de Marina, faz um gesto com o indicador pedindo para nos aproximarmos e, fingindo vergonha, sussurra aos nossos ouvidos:
– Parece coisa de fanzoca boba, vocês vão até rir de mim. Essa camiseta aqui, foi a Marina que me deu. Sou muito amiga dela.
Diz isso, levantando o ombro direito, ao mesmo tempo inclina o rosto até o ombro, com os dedos longos, traz a alça aos lábios, fecha os olhos e beija a blusa.
– Fanzoca boba, nada. Olha o que eu tenho aqui na gaveta, falo enquanto apanho os ingressos.
Luís pergunta por que não falei nada. Em poucas palavras, disse saber que ele queria muito oferecer o jantar ao Roberto. Orgulhoso da minha deferência, sorri.
– Não é possível, diz Gabriela. Se você soubesse o que já deu de briga entre mim e o Roberto por causa deste jantar marcado no mesmo dia dos Rolling Stones. Agora, ele lá com meu pai, certamente se preparando para ouvir tango, e nós três aqui. Aqui e com a cabeça no Mick Jagger!
– A gente pode jantar tranqüilamente e ir para lá, expliquei.
– Mas como, o show deve começar em menos de meia hora?, diz Gabriela.
Ela não sabia da história da segunda apresentação e ficou absolutamente enlouquecida com a possibilidade de ver os Stones cara a cara.
– Luís, tira da cabeça a preocupação com a vice-presidência. Você é o preferido do papai e do Roberto. Também é o meu preferido. Eu tenho 50% das ações da empresa. Vice-presidência é assunto encerrado. Vamos ao prazer, comme il faut: com o dever cumprido e a consciência tranqüila!
Diz isso e acende um baseado que tirou da bolsa, magistralmente enrolado em papel de seda lilás.
– Para todos os prazeres! exclama , como se fizesse novo brinde. Fecha suavemente os olhos e se deleita com uma longa tragada.
– Soube que você se dedica ao estudo do Epicurismo de corpo e alma 24 horas por dia, eu disse.
– Ao estudo diria que dedico só minh’alma e manhãs. A tarde, jogo tênis. À noite, delíros. Pensando bem, acho que meus dias são compostos de 24 horas “epicuristas”: teóricas e práticas – explica, passando o baseado, com a marca e o provocante gosto de seu baton, para mim.
Toma um gole de dry martini e prossegue:
– Escrevo textos para revistas daqui e da França. Não me queixo da vida. Posso fazer o que gosto. Esta noite é o que eu chamo de “meta-delírio-triplo”. A gente está aqui no delírio do dry martini, do baseado, que antecede o delírio do jantar, que antecede o delírio dos Stones, que, sabe lá Deus, pode anteceder outros delírios, diz sorrindo e passando os dedos, úmidos e frios, do contato com o copo, na minha nuca e na de Luís.
– Que tal começar o jantar, ou melhor, o segundo ato do delírio?, sugere, sem jeito, Luís.
– Mais dry martini !
Eu e Gabriela falamos exatamente ao mesmo tempo. Rimos os três. Entrelaçamos os dedos minguinhos, como brincam as crianças, cada uma fez seu pedido, contamos até três, dissemos paf as duas ao desentrelaçarmos os dedos.
– Que ótimo, as duas falaram paf, os desejos de vocês vão se realizar. O que vocês pediram? – pergunta Luís.
– Fiz um pedido para nós três. Quando se realizar, agente vai saber que foi graças a ele. Sempre faço esse jogo e na única vez em que coincidiu de os dois dizerem a mesma coisa, eu tinha feito um super pedido que se realizou na mesma semana! – diz Gabriela.
Ela quer aprender a fazer Dry Martini e diz que me ensina a montar esculturas de casca de limão e azeitona.
Com cinco golpes, suaves porém decididos, prepara as azeitonas e as casca do limão; a mesma eficiência na montagem das mini esculturas. Tão rápido, que não aprendi nada.
Os Dry Martinis seguintes fiz lenta e didaticamente a pedido de Gabriela.
– É inacreditável que uma estudiosa de Epicuro, na teoria e prática , desconhecesse essa fórmula de fumo e Dry Martini como aperitivo. Agora sim, acho que já estamos todos com espírito e paladar preparados para o jantar.
A cada movimento na cozinha e na sala., percebia o profissionalismo do pessoal do Bufê . Grudado na porta da geladeira com um imã, um minucioso passo a passo, datilografado naturalmente, explicava como finalizar cada prato. A musse de salsão deveria ser tirado da geladeira 15 minutos antes de ser servida; o linguado na manteiga com camarão, alcaparra, batata cozida , cogumelo selvagem e arroz com ervas, já nos pratos individuais, esquentar 10 minutos no forno baixo.
Ponho a musse na mesa, abro a garrafa de vinho branco e seco, sirvo água mineral nos copos, vou à sala de visitas chamar Luís e Gabriela.
– Que mesa maravilhosa! Você dever ter tido um trabalhão para fazer tudo isso! – elogia Gabriela.
– Você nem imagina! Você nem imagina! Digo e viro o rosto na direção de Luís para me deleitar com seu sorriso cúmplice. Retribuo com uma rápida piscada e um beijinho no ar.
Luz na intensidade certa, música de câmara ao fundo, vinho datado na temperatura ideal, o sabor exótico da musse: perfeição a serviço do prazer. Gabriela admirava cada detalhe.
– Se vocês tivessem um livro para os convidados assinarem, descaradamente roubaria a frase que uma moça escreveu no livro do saudoso restaurante Pirandello: eu quero morar aqui!
Agradecemos o elogio e ela continuou:
– Sabem quem adoraria esse jantar? Epicuro! Imaginem, o homem iria enlouquecer nessa orgia de prazeres dos sentidos. Ainda com direito a Rolling Stones. Jamais ele voltaria pra Grécia depois de nos conhecer. Certamente acrescentaria no livro dos convidados, na frente do que eu escreveria: EU TAMBÉM!!! E assinaria.
Quando estou na cozinha esquentando o linguado, Luís vem pegar mais uma garrafa de vinho. Enquanto saca a rolha, vira o rosto para mim, me agradece pelo sucesso do jantar e me dá um beijinho na boca. Largo o que tinha nas mãos sobre a mesa, viro-me de frente para ele, abraço-o e damos um longo beijo. Excita-me o roçar dos meus seios em seu macio suéter de cashemere vermelho. Gabriela, da porta, nos observa:
– Eu também quero participar desse amorzinho!
Olhamos sorrindo para ela. Aproxima-se passa a mão em torno de nossas cabeças, dá um suave beijo em Luís e um beijo um pouco mais longo em mim, sua língua pressiona suavemente meus lábios e dentes. Entreabro a boca e nossas línguas se tocam por alguns segundos, ela passa a mão pelos meus cabelos e pescoço. Lentamente se afasta. Sorri. Desta vez, para minha agradável surpresa, Luís não fica sem jeito. Com naturalidade, sorrio. Aquela não era a primeira vez que uma mulher me beijava e, com toda certeza, não seria a última.
Volto para sala de jantar com o linguado. Rolling Stones eram o assunto. Conto que os Stones se apresentaram em várias cidades por onde passei, sempre poucos dias antes de eu chegar, ou uma semana depois de eu partir. Isso aconteceu mais ou menos umas dez vezes.
– Quando Luís me deu a notícia de que o jantar seria hoje, já estava imaginando que o destino queria que eu passasse minha vida toda sem usufruir o prazer dos Stones. Mas, graças a você, Gabriela, parece que vamos conseguir contornar os caprichos do destino. Obrigada. Viro-me para ela, fecho os olhos e mando-lhe um terno beijo de longe.
O linguado e a sobremesa, salada de frutas secas, com conhaque e sorvete de creme – especialidade minha – estavam perfeitos.
– Uma revista de faits divers – frescuras como eu chamo – me entrevistou perguntando qual cardápio escolheria para meu último jantar. Sushi, sashimi e doses reforçadas de saquê, respondi. Se me fizessem a mesma pergunta manhã, tenham certeza de que enumeraria todos os pratos e bebidas deste jantar deslumbrante. – diz Gabriela.
Assim que tomamos o último gole de vinho do Porto, levantei-me e disse:
– Let’ s go! Mick jagger waits for us!
Fomos no carro de Gabriela, um jaguar 2005 branco. Luís entrega os dois ingressos e quatrocentos dólares ao porteiro que, satisfeito, chama o maitre, passa-lhe 150 dólares, e manda que ele nos arranje uma boa mesa.
Melhor impossível: a mesa central da primeira fila. Ficaríamos a pouquíssimos metros dos Stones. Fomos ao banheiro retocar a maquiagem. Cheiramos quatro fileiras de coca sobre uma longa e fina lâmina de ágata preta com um mini cilindro de prata do arsenal que Gabriela trazia na bolsa. Traçamos a estratégia (infantil, mas poderia funcionar como ovo de Colombo).
– Ao delírio, ela diz, antes de abrir a porta do banheiro. Sorrio olhando fundo em seus olhos. Ela se aproxima. Como o show já estava começando, tínhamos certeza de que dessa vez nada iria interromper nosso beijo.
Voltamos ao salão. Tocavam uma balada lenta. Time is on my Side. Jagger, no primeiro momento, fuzila-nos com seu olhar e, em seguida, entre dois versos, diz, irônico, porem carinhoso: Wellcome. Com um pouco de vergonha, mas envaidecidas com o cumprimento, julgamos que essa passagem facilitaria o plano.
Pode parecer pretensão minha, mas, pelo menos em relação aos homens, sentia que Gabriela e eu roubávamos um pouco a atenção da platéia. Seu eu disser que até entre os Stones percebia-se uma certa fissura por nós duas, serei taxada de megalomaníaca? Mas era o que estava acontecendo. Keith Richards chega perto de Jagger, sussura-lhe algo nos ouvidos, e também nos cumprimenta. Sorrimos todos.
Por em prática a etapa seguinte, agora que o objetivo estava atingido, seria até covardia, mas éramos maquiavélicas.
Gabriela e eu nos entreolhamos. Com um sinal afirmativo, decidimos que o momento estava próximo. No intervalo entre as músicas seguintes, levantamos-nos e, lenta e sincronizadamente , tiramos nossos blasers. Platéia e Stones não desgrudam os olhos de nós duas por uns cinco minutos.
Durante o coquetel, eles cumprimentam, um a um, todos os presentes. Deixam nossa mesa por último. Jagger e Richards perguntam a Luís se podiam juntar-se a nós. Pedimos duas cadeiras ao garçon.
– And a bottle of Borbon, for us.
Não precisamos nem traduzir. Antes do show, os garçons haviam levado garrafas e garrafas de borbon para eles e toda a troupe.
Não se passaram nem quinze minutos, quando a conversa estava fluindo legal, Jagger é chamado pelo empresário para uma festa na casa da filha do patrocinador da turnê. Não esconde sua decepção:
– Todos na banda trabalhamos duro, mas os melhores frutos quem colhe são sempre eles quatro. Isto há quase trinta anos.
Colher frutos? – pensei. Tá certo que era o que eu e Elza desejávamos : transformar aquela noite num imenso pomar. Mas vai ser direito assim lá no primeiro mundo!
Jagger despede-se com um abraço em Luís, um beijo no rosto de Richards e de nós duas com fugazes, porém deliciosos, beijos na boca.
– Finalmente um carro de verdade – diz Richards ao ver o Jaguar de Gabriela. Pensei que aqui no Brasil só houvesse as carroças do Collor pro povão e esses carrinhos japoneses dos yuppies.
– Que tal mais rodada de salada de frutas e bebidas na casa de vocês? – sugere Gabriela.
Gabriela faz uma descrição tão entusiasmada de todo o jantar, sobretudo da salada de frutas, que Richards brinca.
– Vocês não sabiam que os carros ingleses voam nas horas de emergência. Isto é uma emergência, ele diz pro carro e ordena: Voe.
Gabriela acelera para voarmos “dentro da madrugada veloz” sobre a pista da Cidade Jardim.
Luís e eu voltamos para sala com a salada de frutas, Gabriela e Richards beijavam-se. Convidam-nos para sentarmos. Ela sugere um reforço de fumo para aguçar os sentidos.
– Eu sou um cara de sorte. Estou aqui com o que o Brasil tem de mundialmente famoso: suas mulheres e sua maconha.
Dá uma tragada, um beijo em Gabriela, nova tragada, e me beija com fissura. Ao mesmo tempo, Gabriela dá um longo beijo em Luís, que lhe acaricia os seios por dentro da roupa. Fingindo um pouco de indecisão , Gabriela tira a blusa. Antes de recomeçar a beijar meu namorado, aproxima-se de mim pelas costas e, dizendo querer solidariedade, também tira minha blusa e me dá um longo beijo na nuca acaricia-me os peitos e sussura-me aos ouvidos:
– Eu não disse que meus pedidos na brincadeira do pif-paf sempre se realizam.
Richards pega seu copo e brinda:
– Aos prazeres que Mick deve estar desfrutando na casa da filha do empresário!
Morremos de rir do seu sadismo.
Acordamos, os quatro na cama de Luís, às onze horas da noite do domingo.
Gabriela não parava de rir:
– Pretensiosa como ninguém, na minha cabeça, o Caetano tinha feito a música Totalmente Demais para mim. A partir de agora, vou passar a considerar mais essa hipótese.
Às gargalhadas, resumimos a música e traduzimos a teoria de Gabriela para ele, que emendou com uma dúvida :
– Me digam uma coisa, todas as noites de vocês são assim???
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Gostou??? Em um bar despretencioso para almoçar, fim do ano passado, vi uma jovem com o livro do Keith Richards, que acabava de ser lançado.
Peguntei se ela estava gostando – ela me disse que sim. Sugeri que ela lesse esse meu conto. Veja o comentário que ela deixou no post:
“Seria uma noite que valeria por mil e uma!”
Fica difícil discordar!!!
Sem os Stones esse meio século teria sido muito menos interessante. Sorte nossa termos sido contemporâneos deles!!! Parbéns, Jagger, Richards, Watts e Wood.
Telejornais de hoje noticiaram a respeito de Padre Suspeito de Abusar de Adolescentes em S. Paulo. Assunto triste, mas, como cantou Billy Blanco, o que dá para rir, dá para chorar. Assim, sugiro que primeiro você se informe sobre o assunto, clicando aqui
Agora, micropoema hilário deThiago Cervan, que venceu o primeiro Slam de micropoesia (poemas de até 10 segundos) em 29 de maio último, na Casa das Rosas em S. Paulo.
Semana Santa: A pichação na paróquia alerta: Padre, carne de menino também não pode
Daniel Minchoni, responsável pelo Menor Slam de Poesia do Mundo, disse com precisão: “quem não foi, perdeu. Mas poeta não é egoista e, assim, compartilha o crème de la crème”.
Se preferir, leia antes do que se trata o menor slam de Poesia do Mundo, só poemas de até 10 segundos, e depois conheça os três poemas de cada um dos três poetas finalistas da noite. Saiba o que é o menor slam…. clique aqui
Queria colocar todos poemas apresentados, mas ficou um pouco difícil operacionalizar (essa palavra horrorosa existe???) a coisa. Assim, limito-me aos três primeiros colocados.
A Segunda Edição do Menor Slam de Poesia do Mundo é amanhã (terça-feira), a partir das 19:30 hs, na Casa das Rosas, na Av. Paulista, 37, São Paulo, Capital. Slam de Poesia é uma batalha de poesia, versos. Nesse caso específico do Menor Slam do Mundo, as apresentações devem durar 10 segundos. É isso mesmo, 10 segundos. Uma pequena e agilíssima ampulheta cronometra com absoluta precisão o tempo de cada poeta.
Fui ao primeiro. Trata-se de diversão de muita qualidade garantida.
Algumas poesias declamadas na primeira edição, clique aqui Nesse link, inclusive, didática explicação do Daniel Minchoni que idealizou a coisa.
Como eu digo sempre, poucas agitos/compromissos sociais no mundo tem rigor absoluto no horário: partida de avião, partida de trem, fuzilamento. Agora, amanhã, convém chegar na Hora. Cinco minutos de atraso significam alguns micropoemas perdidos.
A idéia é que o Menor Slam do Mundo se repita toda última terça-feira do mês, no mesmo local e horário.
Quem for amanhã e gostar, já pode marcar na agenda. Quem não for e ficar curioso, também pode aparecer no próximo. Sempre é bom confirmar antes. Certamente no Facebook do Daniel Minchoni haverá todos os meses informações a respeito. Clique aqui
Se quiser conhecer o poema clássico do Daniel, com o sugestivo Nome Sandy & Júnior, basta clicar aqui
Dá para supor que eu amo quem detesta terminhos em inglês.
Ouvi no último Zap do Núcleo Bartolomeu De Depoimentos, semana passada, Marcos Phé – Marco Antônio Gomes Marcondes – recitando seu poema Delivery e, óbvio, o cara ganhou minha simpatia. Em versos, ele bota o Complexo de Vira-Lata de mãos para o alto contra a Parede. Lógico que ele não quer ser Xerife. Ele já é poeta!!!
Leia e conteste se for capaz!!!!
Delivery
São todos brothers
É tudo blue o pão é light no drive thru
Eu to relax
Tá tudo cool
I love Rio
I love you
Vou dar um look no fashion week
O tênis agora virou sneaker
Que porra é essa que estão falando?
Que português estão lecionando?
Se o errado é nóis vai nóis vem
Me ensina o certo i go também
Quero de volta meu guarani
Romeu aqui se fez Peri de Julieta linda Ceci
O nosso gênio é chico buarque o gênio deles é Jay-z
O que lá é girl aqui é mina,diet coke é tubaina
E se o seu boné é NY e quando dorme american dreams?
Se orienta aqui é Brasil
São Paulo não é manhattan
Miami não é o Rio
O baile pode estar até show o som que toca pode ser black
Os mano dançam de nike no pé e as minas rebolam de calça stretch
Meu abecedário analfabeto nunca me disse ei bi si
Jackson five até tentou mas na época não entendi
O meu salário não é em dólar minha cerveja eu pago em real
Aqui falta cultura,lazer e escola só não falta inglês de paga pau
Prefiro minha giria suburbana
Minha feira,meu pastel e meu caldo cana
Sou apenas mais um artista de terceiro mundo de raiz sulamericana”
Sou “made in brazil” não só de pelé,bunda e futebol
Sou Brasil do negro,do branco,do amarelo e dos queimados de sol
Tem muita gente que só não é mais burra porque tem um smartphone
What your name eles te perguntam mas não sabem nem o próprio nome
Quero falar o meu idioma, ao contrário de diminuir, encontrar uma cultura que soma
Sabe quando o filme acaba e a luz vagarosa se acende? quero na tela o FIM ao invés da porra do THE END
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Gostou, né??? Então, conheça o Blog do Marcos Phé – DE ESQUINA – Clique aqui
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Usando versos do Marco: “Que Porra é essa que Estão Falando? Que Português é esse que estão lecionando?”
Que, ao menos, se respeite o Português. Que se aprenda a gostar do Idioma.
Quem aprender direitinho, empenhar-se muito, e ainda tiver talento, pode e deve lançar mão com propriedade de termos “estrangeiros” como fez, e fez apenas um pouco, Caetano Veloso na fabulosa música LÍNGUA. Mas precisa, ao menos, saber português. E muito poucos sabem!!!
Agora, ficar repetindo Francês de Cardápio e Inglês de placa de comércio e embalagens só vai deixar estatelado o Complexo de Vira-Lata nosso de cada dia (nosso não porque dentro dessa, me considere fora). Conheça mais sobre o Complexo de Vira-Lata Clique aqui e fuja dele enquanto ainda for capaz.
Amanhã, a partir das 21 horas, tem festa comemorativa dos 10 anos de Caiubi no Café Paon, em S. Paulo. Não escrevi antes a respeito porque os ingressos já estão esgotados há algum tempo. A partir das 19,30 hs, no mesmo local, acontece o lançamento do Livro Doido, Eu? Coletãnea de contos.
Quer ler mais sobre os dois fatos, eventos, como se diz hoje em dia??? Léo Nogueira, também caiubista de carteirinha, mais antigo do que eu, tratou do assunto em seu blog O X do Poema, em um daqueles seus completos e looonnngos textos. Clique aqui
Café Paõn apresenta Festa de 10 Anos do Clube Caiubi + Lançamento do livro Doido, Eu?
Quando: sábado, 09 de junho
Onde: avenida Pavão, 950 – Moema, São Paulo-SP
Hora: a partir das 19h30
Reservas: (11) 5041-6738 ou 5533-5100
Roney Giah, amigo do Caiubi, músico premiado até pela Fundação John Lennon, está super contente porque o Coral da Escola Lourenço Castanho apresentou música sua – Fá – Fá – Fá . Não só os alunos cantaram, como o próprio Roney fez parte da apresentação. Se quiser assistir, clique aqui
Gostou??? Conheça mais do Roney em um dos intermináveis texto do outro amigo, Léo Nogueira, no seu Blog, o X do Poema. Nesse texto, há links para outras músicas do Roney. Impossível não gostar; – do texto (loooongo) do Léo e do trabalho do Roney. Clique aqui
E você, que não esteve no menor Slam de Poesia do Mundo, vai poder assistir aqui a um vídeo de como foi a noite. Os poemas duravam 10 segundos (é isso mesmo, dez segundos) e o vídeo, 10 minutos. Vale a pena!!! Quem sabe, você já não se programa para estar no próximo, que deve acontecer a partir das 19,30 horas na Casa das Rosas, começo da Av. Paulista, 26 de junho. A idéia é que sempre se repita na última sexta do mês.
Se quiser ler o que escrevi para divulgar o Slam, clique aqui
No seu lugar, eu leria o que escrevi até onde eu digo para assistir à chamada. Veria a chamada e não leria os poemas.
Aí, então, abriria esse link a seguir do vídeo contendo algumas apresentações, inclusive as fases finais da batalha. Assista ao vídeo, clique aqui . Observe Daniel Minchoni, o poeta que concebeu e comanda o menor slam do mundo.
Se gostar, já sabe, próximo dia 26, terça-feira – e todas as últimas terças-feiras do mês, tem mais!!!!