Todos os posts de Paulo Mayr

Sossego!!!

Semana passada, microconto meu,  sobre os um dos  infernos de hoje,  ganhou o Mini Menor Slam de Poesia do Mundo, concebido pelo poeta Daniel Minchoni.  O menor Slam do Mundo é para Poemas de até 10 segundos.  O mini menor, que abre a programação, só aceita   poemas de até 3 segundos.  Como meu negócio é microcontos, participei – e venci – com esse.

Pane no Celulares

Sossego no Mundo.

 

Será que esse dia chega???

Encontro de Haicai em Santos. Conheça os Vencedores

No último Sábado,  aconteceu o 25º Encontro Brasileiro de Haicai, na ETEC – Dona Escolástica, em Santos.

Se quiser saber um pouco mais a respeito de Haicai, leia antes o texto que escrevi anunciando o Encontro.   Clique aqui   e você vai se familiarizar um pouco com haicai, conhecer alguns haicais de consagrados japonese e dois de Millôr Fernandes.

  Aí então leia as linhas abaixo de   Teruko Oda,   relatando  como foi o Encontro.    Ao final, a relação dos 3 primeiros classificados  de todas as categorias, bem como os membros da comissão Julgadora.

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Manhã cinza e chuvosa, um vento frio varre as ruas já movimentadas de Santos. São pouco mais de 7 horas da manhã.

Adentrando o centenário e histórico prédio do antigo Instituto “Dona Escolástica Rosa”, inaugurado em 1° de janeiro de 1908, e que hoje abriga a ETEC de mesmo nome, encontro alunos, professores e membros do Grêmio de Haicai “Chão dos Pinheirais”, que já se movimentam, eufóricos, pelo grande jardim interno.

Nem o cansaço das dez horas de viagem da distante Irati (PR) até Santos parece ter afetado o ânimo e a alegria de estarem em Santos.

Nos reunimos na cantina para o café da manhã. Uma grande mesa preparada com carinho e muito capricho sob o comando da Sra. Gláucia é um convite irresistível. Pães, frios, bolos, tortas, panetone, fruta, café, leite e achocolatado, entre outras guloseimas, compõem o ‘self service’ oferecido pelo Grêmio Ipê aos participantes do evento.

Logo chega outro ônibus trazendo alunos e professores de São Paulo e de Mauá e membros do Grêmio Haicai Ipê. O dia começa em clima de confraternização e de reencontro de velhos amigos.

Pouco antes das dez horas, apesar da chuva intermitente, munidos de capa e guarda chuva, o grupo com pouco mais de 80 pessoas saem para os passeios programados: visita ao Museu de Pesca, ao Aquário Municipal, uma caminhada pela praia onde as crianças se encantaram com a visão dos grandes cargueiros e dos navios atracados ao largo. Os mais corajosos arriscam uma corridinha pelas águas geladas do mar.

Após o almoço nos reunimos no auditório para cumprir a segunda parte da agenda.
No longo corredor, mesas para venda de livros de diversos autores e outras para recebimento de inscrições para o já tradicional “Grande Desafio”, concurso ansiosamente aguardado pelos alunos, e cuja proposta consiste na composição de um haicai em vinte minutos sobre tema dado na hora.

Por sorteio, os temas propostos foram ‘coruja’ ou ‘joão-de-barro’. Divididos em duas categorias, adultos e infanto juvenil, os participantes se dedicaram à tarefa de criar seus haicais.

Esgotado o tempo e recolhidos os trabalhos, enquanto a comissão julgadora se empenhava na escolha dos melhores, tendo como mestre de cerimônias a haicaista Mahelen Madureira, o público presente teve a oportunidade de assistir a apresentações de dança tradicional japonesa do Sr Jorge Ajifu  (dança das espadas), e apresentações da profa. Marina Darin e professores de tai-chi (dança do leque).

Encerradas as avaliações e selecionados os vencedores do Grande Desafio, deu-se início à cerimônia de premiação.

Iniciando a etapa final da programação, alunos e respectivos professores classificados no 14º Concurso Brasileiro de Haicai Infanto Juvenil – edição 2014~2015, tema PRIMAVERA, receberam seus diplomas e foram entusiasticamente aplaudidos pelos presentes.

Em seguida, foram anunciados e premiados os vencedores do “Grande Desafio”, conforme relacionados  a seguir.

Teruko Oda
São Paulo, 08 de novembro de 2015.

25º ENCONTRO BRASILEIRO DE HAICAI
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Vencedores do GRANDE DESAFIO  – Categoria Infanto Juvenil
1º lugar

Uma chuva leve.
João-de-barro feliz
Quer barro fresquinho.

Eric Felipe Fabri – Prudentópolis, PR.

2º lugar

Chega a noite
A coruja sai da toca.
Chuva, muita chuva.

Elizandra Soares de Camargo – Fernandes Pinheiro, PR.

3º lugar

Dia de chuva.
João-de-barro constrói ninho
No alto do poste.

Ângela Iachechen – Fernandes Pinheiro, PR.

4º lugar

Um canto alegre
No quintal do vovô
É o João-de-barro.

Pedro Henrique Valenga Bonete – Irati, PR.

5º lugar
Olhar assustador
Uma coruja faminta
Procura alimento.

Amanda Lenart – Irati, PR.

6º lugar
No bosque encantado
Um filhote de coruja
Passeia tranquilo.

Camille Cristina Ostoulk – Irati, PR.

7º lugar
De noitinha
A bela coruja
Escuto cantar.

Letícia Gavlak – Irati, PR.

Vencedores do GRANDE DESAFIO – Categoria Adulto

1º lugar

No meio da noite
penso na mocidade —
Pia a coruja.

Marilena Budel – Irati, PR.

 

2º lugar

Da minha janela
Ouço o cantar da coruja.
O sono não vem.

Adriana aparecida Ferreira Cardoso – Irati, PR.

 

3º lugar

Pia, pia, pia …
A coruja no pomar
Defende seu ninho.

Sonia Regina Rocha Rodrigues – Santos, SP.

4º lugar

No tronco já velho
de olhos arregalados
a coruja espreita.

Marly Barduco Palma – São Vicente, SP.

5º lugar

Coruja na árvore
Com seu canto assustador.
Será mau agouro?

Elza Valenga – Irati- PR.

6º lugar

Já anoiteceu
Rompe-se o silêncio
A coruja pia.

Ana Roseli Valenga Bonete  – Irati, PR.

            Comissão julgadora das duas categorias.

Benedita Azevedo  – Grêmio Haicai ‘Águas de Março’ – Rio de Janeiro, RJ.

Dorotéa Iantas Miskalo – Grêmio Haicai ‘Chão dos Pinheirais’ – Irati, PR.

Regina Alonso – Grêmio Haicai ‘Caminho das Águas’ – Santos, SP.

Teruko Oda – Grêmio Haicai ‘Ipê’ – São Paulo, SP.

Logo Mais, 25º Encontro Brasileiro de Haicai, em Santos.

Um pouco, na verdade muito, em cima da Hora.  Logo mais, às 7,30,  começa, em Santos,  o 25. Encontro Brasileiro de Haicai.  Será ETEC “Dona Escolástica Rosa”. Av. Bartolomeu de Gusmão, 111 – Bairro Aparecida – Santos, SP.

Grosso modo, Haicai são tercetos com  versos de 5-7-5 sílabas.  Há algumas regras, que tornam a coisa muito menos simples do que parece.  Em geral, há haicais para cada estação do Ano.

Conheça alguns haicais  de Primavera.

 Dia de primavera —
Os pardais no jardim
Tomam banho de areia.

Onitsura
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A tranqüilidade
De andar sozinho,
Divertir-se sozinho.

Shiki
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Tranqüilidade —
O monge da montanha
Espia através da cerca.

Issa
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Outro longo dia,
E a primavera
Vai chegando ao fim!

Buson

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Dias que se alongam —
Cada vez mais distantes
Os tempos de outrora!

Buson
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Vai-se a primavera!
Lágrimas no olho do peixe.
Choram as aves.

Bashô
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Morto de cansaço,
A primavera chega ao fim
Enquanto durmo.

Kitô
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Farfalhando,
A primavera se vai
No capim do prado.

Issa

Abaixo, dois  de   Millor Fernandes.

 

 

Gostou????

Então, apareça logo mais.  Eu vou.  Vou dormir para poder ir.

Informações:

25º Encontro Brasileiro de Haicai
Premiação do 14º Concurso Brasileiro de Haicai Infanto Juvenil 2014-2015
Concurso de Haicai: O Grande Desafio
07 de Novembro de 2015
ETEC “Dona Escolástica Rosa”
Av. Bartolomeu de Gusmão, 111 – Bairro Aparecida – Santos, SP
Informações: GRÊMIO HAICAI IPÊ – terukooda@gmail.com
Programação
7h30 Recepção às caravanas de alunos e professores
8h00 às 13h00: Café da manhã, visita ao Aquário Municipal de Santos, Almoço
13h00 às 14h20: Inscrições para o Concurso de Haicai
14h25 às 14h50: Anúncio de tema e criação poética
15h00 às 16h00: Atividade cultural
16h15 às 17h00: Cerimônia de Premiação e Encerramento

Calor Infernal no Shopping Higienópolis; Já a Decoração de Natal…

Hoje à tarde,  no Shopping Higienópolis, por volta das 16,40 hs, o  ar condicionado desligado.

Peço ao Segurança que avise o setor competente para resolver a coisa.  Ele me diz que vários outros frequentadores  já haviam reclamado .

Só fui mesmo ao Shopping porque era lá o cinema mais próximo de casa que exibia o   Excelente Filme 33, sobre os mineiros soterrados em mina no Chile por 69 dias, em 2010,  com participação de Rodrigo Santoro.

Talvez o Shopping esteja economizando ar condicionado para gastar energia com a  Decoração de Natal, inaugurada em meados de outubro.

Frase minha:  Shoppings Centers me Proporcionam imensa alegria – quando saio.

Inferno, Literalmente!!!

 

Finados – Sensíveis Texto e Entrevista sobre Morte; Frases e Epitáfios Hilários

Finados depois de amanhã,  data triste  para nos lembrar dos que já se foram.  Saudades tomando conta da gente.

Homenageio todos os mortos postando sensível texto do amigo Fernando Pawwlow,  sobre o cemitério do Bonfim em Belo Horizonte.  Aliás, sou citado por Pawwlow.  Também deixo link para  excelente entrevista do Historiador Carlos Bacellar concedida ao simpaticíssimo e preparado Ronnie Von, abordando aspectos interessantes sobre Morte.

Para amenizar, posto relação de engraçados epitáfios.  “Epitáfio significa “sobre o túmulo”, vem do grego epitáfios. Este termo se refere às frases que são escritas, geralmente em placas de mármore ou de metal e colocadas sobre o túmulo, ou mausoléus nos cemitérios, com o fim de homenagear seus mortos sepultados naquele local. Estas placas são chamadas de lápides.”

Aliás, os Epitáfios já foram postados aqui, por serem muito divertidos, vale a pena ler novamente.  Há apenas dois textos que repito todos os anos no Trombone: um episódio que ocorreu comigo na Parada Gay e  Frase de algumas pessoas, entre elas uma negra, sobre a função  do Dia da Consciência Negra.

Começo com o Texto de Fernando Pawwlow.

Dia dos Mortos no Bonfim

Embora não tenha parentes sepultados no Bonfim ( familiares  enterrados em cemitérios distantes de onde moro, sob placas indicativas, não ocupando túmulos inspiradores), lá homenageio os mortos em seu dia. Cemitério antigo, localizado em bairro berço de lendas urbanas de Belo Horizonte, ele próprio lenda, me parece o santuário indiscutível do feriado de Finados. O feriado me fornecendo pretexto para visitar, uma vez mais, o cemitério de predileção. Sinto-me como o Jânio Quadros prefeito de São Paulo nos anos ‘80 exigindo em bilhetes “um dia dos mortos impecável”, enquanto notava, por exemplo, o cemitério de Vila Alpina com  “rosas jogadas no chão, em desalinho deplorável”  (cito de memória, mas sob impressão favorável ao político atento ao abandono dos cemitérios que recebiam familiares de  mortos com indisfarçável desleixo, como se estes estivessem mortos também, ou cegos quanto ao tratamento dispensado aos seus).Uma vez mais, subi ao Bonfim, revi suas moradoras em shorts vigiando as ruas e quem, como eu,  parecia-lhes intruso, ou um boêmio retardatário, ou um comum curioso praticando turismo urbano no bairro que já teve cassinos e, dizem, visita de Orson Welles. Encruzilhadas com despachos saúdam visitantes.

Nenhum  travesti nas ruas, nenhuma prostituta identificável, o bairro parecia me receber como a um conviva tardio, que perdera os seus dias de esbórnia e fúria, chegando anos depois do fechamento do último de seus prostíbulos, colhendo quando muito algum resquício de murmúrio narrativo do que não pude, ou não quis, assistir enquanto acontecia,  recorrendo aos exageros de quem pegou restos de décadas menos domesticadas no bairro mítico da zona boêmia.

O Bonfim, bairro boêmio,  próximo ao centro da cidade, vizinho da  Av .Pedro II,  suporta estoico seu estigma de morada de prostitutas e travestis, sua qualificação de “decadente”, a vergonha da BH petista, que se refere ao bairro de oficinas de carros e fabriquetas, e demais ramos de comércio, como “deteriorado”. João Antônio escreveu seu “A Lapa acordada para morrer” sobre o desmantelamento do velho bairro carioca, pois o Bonfim é assassinado  dormindo mesmo, por autoridades que tramam sua “revitalização”, sua descaracterização higienizadora, sua eliminação como membro indesejável da família mineira. O Bonfim escandaliza os vendedores da “BH popular”, os marqueteiros da “capital de vanguarda”. O Bonfim queima o filme, sintetizando.

Jazigos de políticos (Olegário Maciel, Raul Soares, Afonso Pena, Magalhães Pinto, entre outros), verdadeiros monumentos,  dividem as alamedas com jazigos de famílias,  alguns destes contendo fotos  de décadas idas, rostos  em nítida  contemplação de dias menos velozes e corruptos. Não são poucas as imagens ali que parecem retiradas das capas de livros de Dalton Trevisan, de algum filme mudo, ou revista dos tempos da Republica Velha. Os escritos em latim dos jazigos de vultos da vida pública parecem  títulos de capítulos onde os lembretes de familiares em jazigos de gente da vida particular formam o texto (” Sua morte nos mergulhou em nuvem negra de recordações e lamentos”, “Em vida a ternura em pessoa, em morte um anjo”, ”Sempre em nossa memória, para sempre  presente em nossos dias”) de um mesmo livro. Alguns retratados bem jovens, indicando  breve seu calvário aqui entre os vivos. O sorriso de alguns vultos explica o pesar de quem teve de continuar o resto da navegação sem a companhia de remador que com seu entusiasmo transformava mar furioso em percurso de provas de vela. Clichê lembrar que as lágrimas cabem aos sobreviventes? Familiares tocando o peito com a mão ao se recusar à aproximação de certos túmulos aparentam não tomar conhecimento dos ditames do bom gosto e da concisão, e qualquer tentativa de descrevê-los  seria temerária,  pois a sub-literatura seria infalível, exceto se feita por algum escritor que justificasse as árvores derrubadas (como nota Mario Sergio Conti, poucos o justificam). Todos,  principalmente velhos com dificuldade em localizar lápides e quadras, têm suas velas a zelar, seu ritual de remover capins e ofertar flores e lágrimas aos que as cobram em sonhos -“Como tem cuidado de meu túmulo lá no Bonfim?” O feriado de  Dia de Finados  elimina qualquer desculpa no descuido das obrigações,  os vivos e os mortos na observação estrita do comparecimento ao encontro que pesa como condenação aos vivos e é agradável visita aos mortos.

Guardiões dos túmulos são os gatos alimentados com baldes de ração e bacias de água por funcionários que parecem afeiçoados ao local (um dos funcionários me  pareceu estar com lábios pintados com batom, fiel ao espírito do Bonfim) . Parecem, os gatos, ferozes e dispostos a hipnotizar os que,  como eu, visitam seus templos sem a devida justificativa.  Uma caixa com filhotes de gatos ocupava o antigo necrotério (palco de uma das lendas do bairro, do cemitério – moça que sofrera ataque de catalepsia, despertara  em pleno necrotério, morrendo de pavor agarrada às grades da janela), com água e ração postas para a ninhada.Um grupo de adolescentes “góticos “ e eu os observávamos, os ditos góticos jurando sentir que as mãos postas sob a porta pareciam atraídas por “alguma força”. Meus dedos experimentaram apenas  frio e sujeira e meninos (provavelmente oriundos da Pedreira Prado Lopes) zombavam dos ditos góticos : “ Ei , vocês  são espíritos”.

Paulo Mayr, no seu blog “Boca no Trombone”, antecipou em dias sua celebração de Finados em edição especial com piadas de velórios e possíveis epitáfios,  lembrando que morte e cemitério são inevitáveis e o único recurso frente ao encontro que teremos um dia com o coveiro é rir, mas não consigo, apesar de racionalmente concordar com o Mayr. O Finados a muitos serve de data para reflexões de cunho metafísico, ou filosófico, sobre a inutilidade das lamentações sobre a morte. Para mim, é data para me vestir (reiterar esta minha preferência, na verdade) de camisa preta e cismar sobre como seriam as vidas dos personagens dos retratos nas lápides, e chorar como se os tivesse conhecido.

Acompanhados por estes mortos pelo Bonfim até a Pedro II, sentindo o perfume de suas rosas,  prometo voltar no próximo Finados , sem ousar olhar para trás.
Sobre estes anúncios.

Quiser conhecer o Blog   Fernando Pawwlow – Cadernos clique aqui

Ainda a seriedade que o assunto exige.  Assista à Entrevista de Carlos Bacellar,  Professor e historiador da Universidade de S. Paulo,  no Programa de Ronnie Von. Logo no início, Bacellar observa que antigamente a morte era muito comentada e o sexo, grande tabu.  Bem, isso é apenas um dos diversos aspectos interessante que Bacellar aponta.  Vale muito a pena assistir.  Clique aqui

Daqui para frente, só diversão:

Morte, Velório, Cemitério – Dá Até para se Divertir com Isso – 1- Postado há quatro anos

Morte e suas conseqüências em cascata (velório, caixão,cemitérios e epitáfios) são as únicas certezas que todos  temos.

Ao escrever  o que eu quero em meu muito distante  epitáfio, descobri que o assunto é vasto e, creiam, divertidíssimo  Há alguns sites de epitáfios verdadeiros –  já  em uso – e imaginários.   Como eles são a cereja do bolo, digo, túmulo,  obrigatoriamente, ganham um post próprio.

Para começar, três frases muito divertidas sobre velório.  A primeira, do meu amigo Mário Michel Cury; a segunda,  do grande mestre Samir Meserani que, infelizmente, já teve o seu velório.  A última é do meu saudoso  pai, Hiram Mayr Cerqueira,

“O velório é a única solenidade em que o homenageado permanece ausente.”
“O velório é a única solenidade em que o homenageado permanece ausente. Embora de corpo presente”
“O velório é a única solenidade em que o homenageado está impedido de se manifestar.”

Rita Cadillac, rainha do rebolado, teria declarado que queria ser velada de bruços para poder ser reconhecida.

Sobre cemitério, boa frase, dita por uma senhora ao meu lado em restaurante. Perguntei de quem era.  Ela não sabia.

A frase.

“O cemitério está lotado de pessoas imprescindíveis e insubstituíveis.”

Piadinha ótima.

Dois amigos  jogavam futebol muito bem, mas muito bem mesmo.  A preocupação deles era se havia futebol depois da morte.  Combinaram que o que morresse primeiro faria o possível e o impossível para avisar o outro.  Um morre muito jovem e cumpre a promessa.  Aparece para o outro e diz:

– Legal, meu; muito legal.  Lá em cima tem futebol, tem futebol.  E você  já está escalado para o jogo do mês que vem!!!

Como se sabe, em S. Paulo, só pessoas que já morreram podem dar nome às ruas, praças e avenidas.    Estávamos eu e meu pai de carro pelo  Morumbi.  Alguns dias antes, havia contado essa piada em casa.  Meu pai viu o nome de uma rua, repetiu alto e disse que aquele havia sido seu contemporâneo na Faculdade.  Mais uma rua e ele lembra  que esse segundo era Juiz no tempo em que começou a advogar. Ele falou o terceiro e eu disse:

– Pai, pára com isso.  Logo mais um desses seus conhecidos vai aparecer e dizer:  Hiram, já estamos polindo a placa da sua rua!!!

Meu tio Maurício Goulart, irmão da minha mãe,  escritor, usineiro,  deputado federal, fundador da cidade de Fronteira, entre S. Paulo e Minas, às margens do Rio Grande,  era das pessoas mais exóticas que já pisaram a terra.  Construiu no Pacaembu uma casa sob medida para ele e suas idiossincrasias.  Era uma casa grande mas com apenas  um ou dois quartos e uma suíte.  Nessa suíte, havia   imensa cama redonda de alvernaria (que ele dizia ser a primeira cama redonda do mundo).  A piscina tinha um desenho diferente, cheio de curvas e mil outras peculiaridades.

Lá pelas tantas, ele quis vender a casa.  Óbvio que nenhum comprador se interessou por coisa tão excêntrica.

Aparece um maestro argentino.  E todos os predicados malucos que ele via, exclamava entusiasmado:

– Oh, cama redonda, mui bueno  para mi chica.   Piscina Diferente, mui bueno para mi chica.

Meu tio, animadíssimo com a perspectiva de livrar-se do abacaxi.

Na saída, ao ver o muro alto e sem fim bem em frrente, o Maestro quis saber do que se tratava.  Meu tio disse que era o cemitério.  O maestro:

– Cemitério???!!!  Muy malo para mi chica!!!

E nunca mais apareceu!!!

Nos cemitérios, os epitáfios, capítulo muito especial.  A seguir.
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Epitáfios – Dá Até Para se Divertir (e Muito) Com Isso – 2 –

Para continuar vendo aspectos curiosos/divertidos da morte,  lá vão os  Epitáfios, propriamente ditos –   as cerejas dos bolos   (túmulos). Alguns, infelizmente,  já imortalizados;   outros,  ainda à espera da partida de seus criadores e os terceiros, genéricos.

Dois   aguardando a híper distante (assim esperam seus autores)  inauguração: do amigo Vásqs, o bam bam bam das microcrônicas, e o meu:

Vasqs:

-Quem foi o filho da puta que pixou o meu túmulo?

(* vide observação ao Final)

Eu:

– Enfim, o silêncio.

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Epitáfios em uso, uma vez  que os autores, propriamente ditos , aqui na terra, pelo menos, já estão em desuso *

É uma honra para o gênero humano que tal homem tenha existido.”  – Na lápide de Isaac Newton, na Abadia de Westminster

“O tempo não pára…” Na lápide de Cazuza, no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro, RJ

“Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino.”Epitáfio sugerido pelo próprio escritor mineiro (1923-2004)

“Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade sem esperar resposta.”Frase inscrita na lápide de Villa-Lobos, no cemitério de São joão Batista, no Rio de Janeiro

“Assassinado por imbecis de ambos os sexos.” Nelson Rodrigues, cronista brasileiro

“Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves.”Tancredo Neves, famoso político brasileiro que exprimiu seu desejo nesta inscrição mas sua família preferiu fazer outra em sua lápide

“Terra minha amada, tu terás os meus ossos o que será a última identificação do meu ser com este rincão abençoado.”Inscrição que foi realmente colocada na lápide de Tancredo Neves, político brasileiro

“Foi poeta, sonhou e amou na vida.”Álvares de Azevedo, escritor brasileiro
“De volta às cinzas.”Rubem Braga escritor brasileiro
Preferia estar vivo, nem que fosse na Filadélfia.”- W. C. Fields

Epitáfios que aguardam Inauguração – Espera-se que assim permaneçam por muitas décadas ainda. Na verdade, alguns deles já foram “inaugurados”.   Mas, quando postei esse trabalho pela primeira vez, há alguns anos, seus autores ainda circulavam por esse planeta.

Te espero lá!”  –Roger Moreira, músico brasileiro

“E agora, vão rir de quê?”- Chico Anysio, humorista brasileiro

“Aqui, ó.”- Ivan Lessa

“Absolutamente contra a vontade.”- Luís Carlos Miéle

*”Desculpe a poeira”.Dorothy Parker

* “Enfim, magro.”Jô Soares

*”Já me fui mas aqui estou.”- Antônio Carlos

*”Morri de tanto viver.”José Luiz Maranhão , autor do livro ‘O que é morte’.

*”Eu disse a vocês que um dia estaria aqui. Estão vendo como eu tinha razão ?” Marcelo Mendes de Oliveira

Hipotéticos/Genéricos, de acordo com a profissão ou caractérística marcante – Escolha o seu 1 *

Do bêbado: Enfim sóbrio.
Do rico: Enfim duro.
Do invocado: Tá olhando o quê?
Do maldoso: Chega aí!
Do funcionário público: Dirija-se ao túmulo ao lado.
Do judeu: Alugo vagas.
Do crente: Fui! … Pro Céu!
Do espírita: Volto já!
Do policial: Circulando! Circulando!
Do prevenido: Abrir de hora em hora.
Do comerciante: Fechado pra balanço.
Do sambista: Sambei!
Do bailarino: Dancei!
Do viciado: Do pó ao pó.
Do folgado: Não perturbe!
Do político: Procurem meu advogado!
Do paquerador: Você vêm sempre aqui?
Do bombeiro: Apaguei!
Do açougueiro: Desencarnei!
Do arquiteto: Fiz a passagem!
Do sapateiro: Bati as botas!
Do terrorista: A morte é uma bomba.
Do humorista: Não achei graça!
Do piadista: E agora, vão rir de quê?
Do inadimplente: Amanhã eu pago!
Do gordo: Enfim magro.
Do naturista: Preferia estar vivo, nem que fosse em São Paulo!
Da bichinha: Virei purpurina!
Do mano: Rapei fora!
Do cagão: Morri de medo!
Do ignorante: Si matei-me!
Do torcedor: Flamengo até morrer.
Do confeiteiro: Acabou-se o que era doce!
Do ginasta: Consegui! Dei um salto mortal!
Do jóquei: Cruzei o disco final.
Do maluco: Tô só fingindo!
Do crítico: Não gostei!
Do Elvis Presley: Não morri.
Do juiz: Caso encerrado.
Do eletricista: Foi um choque!
Do obstetra: Parto sem dor.
Do mineiro: Trem ruim sô!
Do sindicalista: Greve por tempo indeterminado!
Do hipocondríaco: Não falei que eu tava doente?

Mais alguns  hipotéticos, também de acordo com profissão ou característica marcante – Escolha o seu 2*
ALCÓOLATRA – Enfim, sóbrio.Agora tem para tosdos os tipos:AGRÔNOMO – Favor regar o solo com Neguvon. Evita vermes.
ALCÓOLATRA – Enfim, sóbrio.
ARQUEÓLOGO – Enfim, fóssil.
ASSISTENTE SOCIAL – Alguém aí, me ajude!
BROTHER – Fui.
CARTUNISTA – Partiu sem deixar traços.
DELEGADO – Tá olhando o quê? Circulando, circulando…
ECOLOGISTA – Entrei em extinção.
ENÓLOGO – Cadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma formal e after tasting, que denota a presença de.microorganismos diversos.
ESPIRITUALISTA – Volto já.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO – É no túmulo ao lado.
GARANHÃO – Rígido, como sempre!
GAY – Virei purpurina.
HERÓI – Corri para o lado errado.
HIPOCONDRÍACO – Eu não disse que estava doente?
HUMORISTA – Isto não tem a menor graça.
JANGADEIRO DIABÉTICO – Foi doce morrer no mar.
JUDEU – O que vocês estão fazendo aqui? Quem está tomando conta do lojinha?
NINFOMANÍACA – Uau, esses vermes irão me comer todinha!
PESSIMISTA – Aposto que está fazendo o maior frio no inferno.
PSICANALISTA – A eternidade não passa de um complexo de inferioridade mal resolvido.
SANITARISTA – Sujou!
SEXY SYMBOL- Agora, só a terra vai me comer.
VICIADO – Enfim, pó.

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* Fontes – Sites na Internet (Todos que estão acima, exceto o do Vasqs e o meu, logo na abertura)

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Quem quiser mandar sugestões de Epitáfios para si próprio ou  para famosos/celebridades, só publicar nos comentários.  Quem sabe não dá novo post.
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* A propósito de morte,  não Morra antes de Navegar pelo Site do Vasqs Ostras ao Vento  ou ler o seu livro de mesmo nome. Vasqs é amigo citado no início deste texto,    aquele  que já mostrou  indignação furiosa se lhe pixarem o túmulo  Clique aqui – O Blog dele está parado há algum tempo;  em compensação,  Vasqs começou novo trabalho intitulado Calorosa Salada – Também vale a pena Conhecer.  Veja e discorde de mim se for capaz – Divirta-se com a Calorosa e muito bem temperada Salada do Vasqs.  Clique aqui

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Um traquilo dia de Finados para nós aqui e para todos que já se foram!!!

Trocadilho e Galvão Bueno – Todo Mundo Adora Detestar – Mas…

Duas tiras do amigo Fernando Vasqs.

Muito boas!!!  Dá para discordar???
Muito boas!!! Dá para discordar???

Por melhor que seja o trocadilho, todo mundo vai achar sem graça, suponho que seja legal taxar trocadilho de  coisa infame.

Essas minhas observações não desmerecem em nada as tiras do Vasqs.

Há bons locutores de futebol.  Eu gosto  dos da TV Globo.  O Galvão Bueno é como trocadilho,  todo mundo acha inteligente  criticar,  dizer que ele só fala besteira.  Se só falasse besteira, não  estaria onde ele está, o tempo que está.

Já escrevi alguns textos a respeito dele ou que mencionam seu nome.  Quiser ler, clique aqui

Afronta é Eufemismo!!!*

Afronta.  É o substantivo mais suave que me ocorre para classificar o absurdo que os Bancos impingem à população ao não aceitarem pagamentos, nem mesmo de clientes, nem mesmo em dinheiro vivo,  de contas de água, luz…

Outro termo poderia ser… Bem, para não me complicar, fica afronta mesmo???

Quando é que o Banco Central, ou outro órgão regulador, vai acabar com essa vergonha???

Já escrevi sobre isso.  Não sou repetitivo; as situações absurdas,  que judiam e estressam a população, sobretudo os mais pobres, é que se eternizam.

Bordão do Trombone.  O homem já chegou à Lua e aqui não se conseguem baixar uma portaria, ou seja lá que nome tenha, que acabe com essa pu….a,  digo esse absurdo!!!

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* Afronta – Violência

*Maneira delicada de se descrever/qualificar algo – nas minhas palavras.

Miele, Boas Noitadas Aí em Cima!!!

Em uma das poucas vezes que fui ao Rio de Janeiro,  vi, em botequim bem simples mesmo por onde eu estava passando, Miéle e Boscoli tomando belo uísque  com uma porção de mortadela.

Com Vinicius, Tom, Boscoli, Baden e, agora, Miele lá em cima, S. Pedro vai ter que reforçar o estoque de uísque.

Piadinha boa e antiga.  Tom Jobim e outro compositor famoso que, graças a Deus e ao bom fígado que ele deve ter,  continua por aqui,  começaram uma discussão no carro.  O Tom disse:

– Se você não parar com essa  história agora, eu desço do carro.

O outro:

– Não desce não,  porque você que tá guiando.

Miele, boas noitadas aí no céu!!!  Só não vale voltar pra casa guiando depois, viu???

Quem Nunca Teve Vontade de Fazer isso???

Deveria haver uma lei, tal qual a lei anti-fumo, que banisse o celular de todos os lugares  onde o cigarro/cachimbo/charutos já estão proibidos,  como já escrevi algumas vezes.

Vale a pena ver.  Digo, vale muito a pena ver.

Sou suspeito porque detesto celular,  mas confesse  que inúmeras vezes você já sentiu vontade de  tomar a mesma atitude!!!  Pode confessar,  não é pecado!!!

Como eu digo sempre, o que acontece hoje em dia é que aquele conceito edificante que seus pais lhe ensinaram  e os meus também foi subvertido 180°.

Aprendemos:  meu filho, sua liberdade vai até onde começa o direito do Próximo.

Hoje é exatamente isso:  isso,  ao contrário.  A liberdade dos búfalos (pessoas sem educação de apenas duas patas – não vai aí qualquer ofensa   aos búfalos propriamente ditos) é irrestrita e o cidadão vai sendo coagido em seus direitos elementares, como o de ter sossego em uma sala de espera, por exemplo.

Assista ao vídeo.

Se mais  pessoas tomassem atitudes semelhantes ou exatamente a mesma da mulher da direita da foto/vídeo, garanto que o mundo se tornaria  muito melhor.

Em tempo, quem me enviou o vídeo foi o fiel leitor Junior Bataglini.  No email, ele disse que, ao assistir, lembrou-se imediatamente de mim.  Valeu, meu caro Junior.

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