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Crônica Maravilhosa

Crônica, repito, maravilhosa e  imperdível de Antônio Maria,  interessante personagem que, infelizmente, morreu jovem.

O PIOR ENCONTRO CASUAL

Antônio Maria

O pior encontro casual da noite ainda é o do homem autobiográfico. Chega, senta e começa a crônica de si mesmo: “Acordo às sete da manhã e a primeira coisa que faço é tomar o meu bom chuveiro”. Como são desprezíveis as pessoas que falam no “bom chuveiro!” E segue o parceiro: “Depois peço os jornais, sento à mesa e tomo meu café reforçado”. Ah, a pena de morte, para as pessoas que tomam “café reforçado!” E a explanação continua: “Nos jornais, vocês me desculpem mas, a mim, só interessa o artigo de Macedo Soares e as histórias em quadrinhos”. Nessa altura o autobiográfico procura colocar-se em dois planos, que lhe ficam muito bem: o que ele julga de seriedade política (Macedo) e o outro, de folgazante espiritual (histórias em quadrinhos). E vai daí para outra modesta homenagem a si mesmo: “Aí, então, é que vou me vestir. Quanto à roupa, nunca liguei muito, mas, camisa e cueca, tenha paciência, eu mudo todo dia”. O “tenha paciência” é porque está absolutamente certo de que estamos com a camisa e a cueca de ontem. “Acordo minha senhora, pergunto se ela quer alguma coisa e vou para o escritório”. Gente que chama a mulher de “minha senhora” está sempre pensando que: não acreditamos que eles sejam casados no civil e no religioso; no fundo, desconfiamos de que sua mulher lhe seja infiel. E vai adiante o mal-feliz: “Só aí vou para o escritório, mas nunca antes de passar no jornal, para ver se há alguma coisa”. Esse “passar no jornal” é um pouco difícil de explicar. Mas todo homem banal tem muita vergonha de não ser jornalista e alude sempre a um jornal, do qual tem duas ações ou pertence a um primo, ou amigo íntimo.

Vai por aí contando sua vidinha, que termina, melancolicamente, com esta frase: “À noite, eu sou da família!”. Bonito! “Visto meu pijama, janto, deito no sofá e vou ver a televisão, com as crianças em cima de mim”. Está aí o retrato perfeito do cretino nacional. E, o que é triste, além de numeroso, está em toda parte. Que horror me causam as pessoas do “bom chuveiro”, do “café reforçado”, os de “Macedo Soares e das histórias em quadrinhos” (os que gostam só de Macedo Soares ou só de histórias em quadrinhos são ótimos), que precisam dizer que mudam camisa e cueca todos os dias, as que citam “sua senhora” e os que “passam no jornal, antes de ir para o escritório”. Nossa maior repulsa, ainda, por quem janta de pijama e deita no sofá, com as crianças em cima. Ah, essa gente me procura tanto!

19/10/1959

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Quiser saber mais sobre Antônio Maria, Clique aqui

Quiser se divertir nesse mesmo setor, leia a respeito da Peça de Lúcio Mauro Filho – Clichê.  Mais importante do que ler a respeito seria assistir à Peça.  No texto, há link para pequeno trecho.  Clique aqui – De quebra no link, considerações minhas  sobre chavões.

Os Poderosos Não Aprendem

Em atentando hoje em Nice, sul da  França, provavelmente do Estado Islâmico,  caminhão matou  setenta e seis pessoas e deixou aproximadamente cem feridos.

O fato é que o mundo, leia-se  países fortes,  pouco, ou nada,  aprendeu com o 11 de setembro.

Se Bin Laden e o Estado  Islâmico fossem Tropicalistas, certamente, diriam –  Viemos para balançar o coro dos contentes.

Dolorido é que inocentes pagam pela falta de sensibilidade dos líderes.   Os contentes, propriamente ditos,  estão sempre encastelados em suas mansões, cercada por seguranças, ou em  carros blindados,  idem escoltados por seguranças/batedores.

Até quando?

 

Aldeia Universal

Às vezes posto aqui textos  com jeito de coisas de  Facebook, muito particulares.  Aí me lembro da Frase do escritor Russo  Leon Tolstoi, de meados do século 18:    Fale de sua aldeia e estará falando do mundo.

Continuando no particular, que Tolstoi elevou a mundial, frase minha ,  a partir de domínio público: “No Brasil, a falta de consciência profissional é tão grande que puta goza, traficante cheira” e eu vi um bilheteiro raspando uma raspadinha.

Começo do Inverno deixei uma malha e uma camisa de pijama de flanela na costureira para arrumar a manga.  Há mais de 20 dias, ela disse que me telefonaria para avisar quando  poderia retirar.  Passo lá hoje, ela não está.  Escrevo um recado – com o número do meu telefone – e peço para ela me ligar.

Chego em casa,  ela liga:

–  Suas roupas estão prontas faz um tempão.

–  Por que você não ligou avisando?

Ela, com a consciência/organização profissional de brasileiros:

– É que eu perdi seu telefone.

Acho que vou ter que refazer a frase:

“No Brasil, a falta de consciência profissional é tão grande que puta goza, traficante cheira”, eu vi um bilheteiro raspando uma raspadinha e costureira  não tem agenda de telefone dos fregueses.

No Recreio dos Deputados, Óbvio é Imenso Bicho de Setecentas Cabeças

Óbvio 1 – O voto dos cidadãos deve ser sempre secreto.

Óbvio 2 – O voto de deputados, senadores e políticos que nos representa deve ser sempre aberto.

Mas no Recreio Sem Fim da Câmara hoje para escolher o novo presidente, o voto será secreto.

Frase minha: O problema grave é que o bê-a-bá do óbvio mais ululante  é um imenso  bicho de setecentas cabeças para a imensa maioria.

Quiser ler sobre o Eterno Recreio em que vivem os Congressistas, Clique Recreio Sem Fim

Quiser ler mais absurdos de Políticos, clique aqui. Mas um aviso:  leia aos poucos, ler de uma vez só vai fazer mal para sua saúde.

Caixa Econômica Federal – Afronta

Na Agência da Caixa Econômica Federal de Higienópolis, na Rua Veiga Filho, há três Caixas para atender o Público.   Os Caixas são numerados 10,11, 12.  Perguntei onde estavam os  1,2,3…….9.  Ninguém soube responder.

Em tempo1 – quando eu cheguei, apenas dois caixas estavam funcionando.

Em tempo 2 – Antes, havia tentado fazer depósito em Lotérica; como se sabe, também  da Caixa Econômica Federal.  Há um limite restrito, salvo engano, menos de R$ 800,00

Não, não é piada.  É isso mesmo, afronta!!!!  Digo, Afronta ao Quadrado!!!

Curso e Ateliê para Quem Gosta de Escrever – Logo Mais na Colmeia, em São Paulo

A Colmeia, Instituição a Serviço da Juventude, no Itaim Bibi, São Paulo, Capital,   promove a partir do início de Agosto próximo o ” Ateliê permanente de criação literária” “PROSA e VERSO” com o escritor Nelson de Oliveira / Luiz Bras.

Antes disso, com o intuito de preparar os interessados, haverá, também na Colmeia, o curso A Arte de Escrever Histórias, ministrado pela professora Esther Proença Soares.  São quatro encontros  de 26 a 29 de julho das 14:00 às 17:30 horas.   Quem gosta de escrever vai gostar do curso, sobretudo professores de Português.

Serão abordados os seguintes tópicos nesse primeiro curso:

  • O processo da comunicação.
  • Comunicação e Arte. As artes e seus suportes técnicos
  • O que é Literatura: imprecisão de limites.
  • Funções da linguagem e sua importância para a boa comunicação.
  • “O que eu quero contar?” Tema, Texto, Discurso.
  • Para quem escrevo?
  • Gêneros literários: prosa, poesia, literatura dramática. O diálogo.
  • O que é microconto, miniconto, conto, novela, romance e crônica. Semelhanças e diferenças.
  • Autor e narrador são a mesma pessoa? Tipos de narrador: onisciente, intruso, monólogo interior direto e indireto.
  • Texto memorialista, Biografia, Autobiografia.
  • Criação de personagens.
  • O tempo na narrativa.
  • O espaço.
  • O titulo.
  • Estrutura básica do conto. Quando o começo vira meio, e o meio vira fim? Pontos de virada. E o que é “chave de ouro?”
  • Características pessoais de cada estilo.

A simpática e falante professora Esther é  Bacharel é licenciada em Letras Neo-Latinas, pela USP. Também tem  graduação e licenciatura Plena em Educação Artística, pela ECA/USP , formação em Psicodrama Pedagógico pelo GETEP, Grupo de Estudos de Técnicas Psicodramáticas e em  Rádio, Setor Locução – SENAC.

O valor do Curso é de R$ 180,00, com preços especiais para professores.   A Colmeia situa-se na Rua Marina Cintra, 97 – Jd. Europa – São Paulo – tel. (11) 3881-1545 – e-mail: colmeia@colmeia.org.br

Quiser conhecer um pouco mais a falante e animada Esther,  ouça a entrevista que ela concedeu ao Programa Arteletra da Universidade São Judas.

Em tempo, o curso tem teoria, mas também tem muita prática.  Escreve-se bastante.  Vale muito a pena.

Relembrando:  a partir de Agosto, na mesma Colmeia, ” Ateliê permanente de criação literária” “PROSA e VERSO” com o escritor Nelson de Oliveira / Luiz Bras.

Clique aqui e ouça a entrevista da Professora Esther.  São pouco mais de vinte minutos de boa e instrutiva prosa.  Vale muito a pena.