Esmiuçando Tragédias

 Em relação a tragédias, digo sempre que é importante estar informado a respeito de tudo.  Assim sendo, escuto/vejo atentamente  o locutor narrando os fatos e o repórter mostrando a coisa in loco.  Agora, quando o repórter vai perguntar para amigos e família das vítimas o que estão sentindo, boto o controle remoto para trabalhar.

Ontem, estava na esteira de uma academia.  Na compulsória e compulsiva TV, permanentemente ligada, o Jornal Nacional dedica um bloco praticamente inteiro para detalhes da morte de uma jovem soterrada  em Angra,   Não queria parar a esteira e, menos ainda, podia mudar o canal. 

Tino Marcos, famoso repórter da Globo, consegue entrevista com os pais da jovem por ser amigo da família.  Aí começa o espetáculo da morbidez e do mau-gosto do qual não pude escapar.

Assistir à entrevista para mim já foi uma violência, selecionar os melhores, digo, os piores  momentos está muito acima da minha capacidade.  Assim, para quem quiser, deixo o link http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1434699-10406,00-EXCLUSIVO+DONOS+DE+POUSADA+FALAM+DA+MORTE+DA+FILHA.html .

Aliás, seria ótimo viver entre humanos utópicos que não apreciassem esse tipo de espetáculo.  Telejornais se limitariam a narrar objetivamente os fatos com os cinco w – a saber:  quem, quando, como, onde e por que e ponto final.  O locutor anunciaria.  “ Mais detalhes no endereço tal da Internet”

Como disse, trata-se de utopia.  Caso a medida fosse de fato implantada, a emissora correria imenso risco: Todos sairiam correndo para o computador e na frente da TV ficaríamos eu e mais uma meia dúzia!!!

Amigo meu arquiteto já disse:  “o ser humano é um projeto que não deu certo.”  Não me acho superior a ninguém,  entretanto,  esse tipo de coisa não me satisfaz  em qualquer aspecto, mais ínfimo que seja!!!

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