Nesse fim-de-semana na estrada, saindo de uma praia em Ubatuba, um policial rodoviário faz sinal para eu encostar.
Ele me pede os documentos do carro e minha carta, naturalmente.
Entrego-lhe uma carteira contendo xerox do certificado de propriedade, do IPVA, ambos autenticados pelo Detran, e um xerox colorido de minha carteira profissional de identidade, sem qualquer carimbo de autenticação. Explico que minha carta, recém renovada, havia deixado em casa. Ele pede o número do meu CIC, anota e vai até a cabine da corporação, onde, certamente, devia haver um computador.
**********************
Muitos anos atrás, também na estrada, eu – que não sou nenhum pouco de correr – estava “ligeirississimamente” acima da velocidade permitida. Sou parado. Naquele tempo, a Carteira de Habilitação não tinha foto e era necessário apresentar documento de Identidade junto com a Carta. Também havia entregue minha carteira de identidade profissional. O guarda diz que vai me multar. Nisso, um caminhoneiro fala com o mesmo guarda que o mecânico havia resolvido o problema na sua luz de freio – pelo qual fora parado ali no Posto. O guarda diz que tudo bem, deseja-lhe boa viagem e o motorista parte. Ele vira-se para mim e reitera que vai multar.
Argumento.
– Seu guarda, o motorista de caminhão estava irregular/fora da lei. O mecânico arrumou a luz de freio e ele seguiu viagem – regular, de acordo com a lei – sem ser multado. É a mesma coisa comigo: eu vinha irregular, um pouco acima da velocidade, o senhor me parou, me deu um susto e agora também vou seguir viagem dentro da velocidade permitida/ dentro da lei.
O guarda argumenta.
– É o seguinte: eu não ensino jornalismo pra você e você não me ensina leis de trânsito, falou!!!
Defendo-me:
– Seu guarda, quem sou eu para lhe ensinar leis de trânsito??? Estou apenas lhe mostrando a lógica da coisa!!!
Ele me entrega os documentos e me diz sorrindo, fingindo estar muito bravo:
– Vai embora logo daqui antes que eu prenda você.
***************************
Concluindo a história desse fim de semana
O guarda volta da cabine, onde, certamente, verificou que eu tinha carta, que estava tudo em ordem, devolve os documentos e me informa que eu podia seguir viagem.
Não houve a mais ínfima possível insinuação de “criar dificuldades para vender facilidades”, tampouco qualquer lição de moral.
Achei o máximo!!! Senti orgulho de uma autoridade/corporação do meu País. Parabéns para nossa Polícia Rodoviária!!!