No meio desta semana, pedi para o dono de uma casa se podia estacionar em frente à sua garagem. Adivinhem qual foi a resposta dele. Lá vai:
– Obrigado por avisar.
Pois é, o mundo se transformou nisso, pessoas bloqueiam garagens alheias sem a menor cerimônia e, o mais grave, sem se incomodar com o imenso transtorno que podem vir a causar.
Quando fui pegar meu carro de volta, naturalmente, toquei a campainha e, mais uma vez, agradeci a gentileza dele.
Muitos anos atrás, consegui com a assessoria de imprensa da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo par de ingressos para assistir a uma partida exibição do tenista Bjorn Borg, no Ginásio do Ibirapuera.
No dia seguinte, ligo para a Assessoria para agradecer.
A secretária não entende e pergunta se o meu ingresso não foi entregue. Explico que estava ligando para agradecer. Ela continua não entendendo e quer saber se houve algum problema. Esclareço mais uma vez que tudo havia corrido bem e que estava apenas agradecendo. Veja a razão do estranhamento dela:
– Paulo, a Secretaria de Esportes já forneceu inúmeros convites para as mais diversas atrações. Jamais alguém ligou para agradecer, por isso que não entendi o seu telefonema.
Eu e meu pai sempre seguíamos à risca esses preceitos de educação.
Minha irmã do meio dizia:
– O defunto ainda está quente e o Paulo e Hiram (meu pai era padrasto dela) já estão lá.