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Fabuloso Vídeo sobre Búfalos (Pessoas Sem Educação) no Cinema.

Gente sem educação há por toda parte, em geral passam rapidinho pela vida da gente.   No cinema, entretanto, eles “se impingem” à plateia por duas horas seguidas.  Já escrevi algumas vezes sobre o assunto.

Vídeo, que poderia ser até usado como material didático, está correndo pela Internet.  Veja e discorde se for capaz.  Clique aqui

Espero que você, leitor do Trombone, não cometa qualquer uma dessas barbaridades.

Aqui no Trombone há diversos  textos sobre essas afrontas, que, igualmente, espero não sejam cometidas por leitor algum do Trombone.  Quiser ler,  cllique

Em tempo, já houve até morte  em salas de cinema, envolvendo búfalos que infernizam a plateia.

Leitor conta Aventura para Trocar Zona Azul

O Professor , na verdade Diretor de Escola Municipal , Gerônimo conta abaixo os percalços para conseguir trocar as folhas de Zona Azul antigas que ele trazia em seu carro.   Leiam e comentem.

Caro Paulo:

Só agora tive um tempinho para escrever. Minha vida é uma correria (sou Diretor de Escola da Prefeitura de São Paulo – CEI – Centro de Educação Infantil  ( Creche) e isso exige muito de mim. Preciso estar sempre atento, afinal são crianças de 0 a 3 anos e o maior trabalho que tenho é com o Adulto. São 34 Professoras que para se dedicar com respeito e cumprirem com suas obrigações, a gente tem sempre que estar no pé; fiscalizando, observando e quando necessário, “berrando”, uma vez que nós não temos o direito de gritar com uma criança, ainda mais não sendo nosso filho. Principalmente porque não é nosso filho; É FILHO DOS OUTROS. E nosso cuidado tem que ser redobrado. Mas vamos lá, xô te contar melhor “A AVENTURA DA TROCA DO TALÃO DA ZONA AZUL”.

Cheguei por volta de 14:40 h e nesta cidade onde  se tornou raridade um espaço numa rua  para se conseguir uma vaga, deixei meu carro espremido entre dois outros e já fui para “a grande fila” pensando se demoraria ou se voltaria e encontraria meu carro (está sem seguro) ou se não encontraria no vidro um daqueles papéis amarelo ouro chamado  multa. A fila era grande, mas descobrí lá dentro que ela não estava andando por conta de não terem mais nem uma folhinha da zona azul para se trocar. Uma senhora avisava aos gritos que acabaram os talões, mas que estavam vindo alguns da Rua Senador Feijó, mas  já ia avisando que não podia trocar mais de três talões por pessoa. Como eu só tinha um talão e mais duas folhas (12 ao todo) e como aquele era o último dia, fiquei na fila e peguei o bonde das queixas dos que já estavam na fila há mais tempo do que eu. Todos reclamavam, falavam do Kassab, do órgão (CET), mas resignamo-nos na fila, feito brasileiros que engolem tudo goela abaixo. Os portões se fechariam às 16 horas. Para quem chegasse depois do horário as  normas tinham de ser cumpridas. Mas nós que já estávamos na fila há horas, tínhamos de esperar. Afinal as normas só servem para nós. Eles  fazem o favor de nos servir com “suas paciências” e nós temos que esperar. E assim o tempo passava. Chegou a “bonitona do Morumbí” com seu blindado da Mitsubishy e sua mãezinha sendo usada pela filhota, moradoras de Alfaville que estava chegando dos Estados Unidos, para trocar suas 4 folhinhas. Berrou na frente da fila, quando alguém pediu ou sugeriu que ela fosse para o final da fila. E ela imediatamente ligou para o chefe da moça que estava trocando os talões ( da CET – deve ser amante dele, pois ele obrigou a moça a fazer a troca delas primeiro). A senhora sua mãe, rica, bonita, cheia das jóias, ainda se deu ao trabalho de perguntar a um senhor que protestava na fila “ o sr. Está achando ruim? Dane-se!”, e se foi para o pátio da CET com a filhota pegar seu carrão e saíram por onde entraram, agora debaixo de vaias. Mas elas nem deram a mínima. E ficamos nós na fila, xingando, resmungando, reclamando, gritando. Era uma pessoa sozinha para anotar, conferir, pegar os nomes das pessoas
( para quê???) e a fila não andava. Até que alí por volta das 17:50 horas um rapaz gritou: “quem quer que a gente envie os talões via sedex”? Alguém perguntou: “Por conta de quem”? E ele respondeu: “DA CET; nós vamos pagar o correio”. Pulei lá e já peguei um papel e caneta, anotei meu endereço, conferí minhas folhas com o rapaz e fui embora.  Voltei para a Escola, pois eu precisava estar lá antes das 19 horas para fechar. Fica no km 19 da Rodovia Raposo Tavares e neste horário é um caos. E alí por volta de 20:30 o telefone da escola toca. Atendo. Era a senhora da CET, para me perguntar se minhas folhas eram mesmo 12 e aí começou a lamanetar tudo. Me disse que é nova no emprego, que estava sozinha, que o rapaz que me atendeu era um motorista que ficou com pena dela e deu uma forcinha, me disse que pediu à “bonitona do Morumbí” que ela se retirasse dalí pois ela estava causando transtorno, que foi seu chefe que lhe ordenou que trocasse primeiro as 4 folhinhas da “fina”,  que ganha uma miséria, que entra às 07 da manhã e que levou o serviço para casa para poder organizar e enviar os via sedex para quem solicitou. E ainda que iria trabalhar no dia seguinte na Senador Feijó, para prestar contas do que fez no dia anterior. “Consolei” a Lúcia (este é o nome dela), que mora, por incrível que pareça, próximo da escola onde eu trabalho. Eu no Km 19 e ela no km 18. Coincidências… E foi esse o meu “pequeno” dilema deste dia. Enquanto isso na Rua Cardeal Arcoverde (troquei minhas folhas na Rua do Sumidouro, em Pinheiros), está lotada de placas dizendo que é proibido estacionar do lado esquerdo e só para você ter uma ideía, o lado esquerdo está abarrotado de carros estacionados desde o começo, na Av. Dr. Arnaldo até quase o largo da Batata e não aparece ninguém da CET para botar “ordem nas normas…” Leio num jornal que o Prefeito tem 40 policiais (coronéis, comandantes etc. como chefes de gabinete) à sua disposição e nós, enquanto isso, pagamos as contas –nossas e deles e nem podemos mais nos revoltar. Só engolir…Calados… Quietinhos.
É isso…

Grande Abraço, Paulo e “seja capaz” de aproveitar alguma coisa disso…

Gerônimo Barbosa de Carvalho – RG  16 639 844-5

PROIBIDO POR LEI

De 23.02.07

Minha tia Ciloca – carioca -, jogadora inveterada, era categórica:

– Baralho de plástico deveria ser proibido por lei!!!!!!!!!!!!!!

Se é idiossincrasia dela, não sei. Afinal, faço poucas coisas na vida pior do que jogar cartas. Agora, que inúmeros comportamentos e atitudes deveriam ser proibidas por lei, ah deveriam ser mesmo.!!!!!!!!!!!!!!

É lembrar daquela velha máxima “a liberdade de cada um vai até onde começa o direito do próximo” e perceber que o mundo atual (Brasil, nem se fale!!!!!!!!!!) virou barbárie. A coisa tá de tal modo dissipada que nem lei, propriamente dita, dá jeito. Afinal, como bem disse minha professora francesa, “no Brasil, algumas leis pegam e outras não”. Uma francesa que se mudou para o Brasil, provavelmente por não conseguir sobreviver na sua terra, dizer isso me revoltava, mas sou obrigado a concordar com ela.

Parece que existe mesmo há muitos e muitos anos uma lei que proíbe fumar em restaurantes. Proíbe e ponto. Eu exigir que os fregueses dos restaurantes que freqüento usem camisas vermelhas seria idiossincrasia minha. Querer comer sem inalar fumaça de cigarro não ser direito de cidadão algum é verdadeira afronta.

E afrontas são o que não faltam.

O celular, então, é o instrumento predileto dos búfalos afrontadores. Estava em um restaurante japonês despretensioso na hora do almoço e uma médica começa a gritar:

– Então quer dizer que a Maria tá mesmo com câncer!!!!!!!!!!!!!

Ora, esse problema e esse estresse são dela e da Maria (eram, porque talvez a Maria nem exista mais) . Ninguém têm o direito de ficar gritando que alguém está com câncer no meio do almoço de dezenas de pessoas. No mundo do celular, gritar coisas íntimas e impróprias virou a norma. Segundo me contou o diretor de um clube da elite paulistana, um associado desse clube estava em um clube também sofisticado na Argentina e pôs-se a bradar no celular. Imediatamente, um funcionário veio comunicar que ali havia cabines para usuários de celulares.

Aí, pode ser idiossincrasia mesmo, mas não é só minha. Basta falar, ou até mesmo falar mais alto:

– Telefona pra mim.
Pode até repetir, mais alto ainda.
-Telefona pra mim.
Agora, colocar o dedinho na boca e o dedão no ouvido para significar exatamente Telefone para mim, ah isso devia ser mesmo proibido por Lei. Estava assistindo televisão com uma conhecida minha, no intervalo, durante a propaganda, o ator fez o tal gesto. Minha conhecida:

-Deviam cortar a mão de quem faz isso!!!!!!!!!!!!!!!!!

Os búfalos lights devem se achar educadíssimos porque o celular deles não toca Pour Elise no Cinema: limita-se a emitir jatos de luz no olho do vizinho. Ora, tenha a paciência!!!!!!!!!!!! E que carência afetiva é essa que não permite a pessoa ficar duas horas quieta sem se preocupar se está ou não sendo de alguma forma desejada.?????
Os lugares públicos foram transformados em permanentes recreios de crianças do maternal (búfalos é mais delicado???)l!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Aliás, na rede Cinemark de cinema, antes de o filme começar havia o seguinte aviso:

– EVITE FALAR ALTO

Como dizia uma ex-namorada, deixa eu entender: quer dizer que pode conversar a vontade e, se for possível, solicita-se aos búfalos que não gritem?????????? E o que mais as pessoas fazem no cinema é exatamente conversar e fazer barulho com o papel de pipoca. Certamente elas acham que quando os personagens estão em silêncio, a senha tá dada para uma troca de idéias, como se estivessem vendo um DVD em casa!!!!!!!!!!!!!! Desejar silêncio na sala de cinema virou idiossincrasia; conversar, direito de todo e qualquer búfalo.

No banheiro, na hora de enxugar as mãos, além de não ter a opção de escolher entre a tradicional toalha de papel e o famigerado secador elétrico, o cidadão ainda tem que agüentar lição de moral ecológica. Uma plaquinha na máquina explica:

– Ao usar esse aparelho, você está economizando árvores!!!!!!!!!!

Ora, se for assim, o coerente é proibir sapatos de couro. Suponho que a cada 15 segundos o atrito de solas de sapato com o solo, quer de cimento, ou de barro, consome de três a quatro bois em couro. Até você ler o final desta gracinha, pelo menos dois bois já terão sido consumidos, só para esse fim- solas de sapato -. Vamos exigir um pouco de coerência, pelo menos do desinfeliz que decidiu colocar a plaquinha ecológica no enxugador de mãos. Mas sou obrigado a lembrar ao autor das plaquinha que tênis também consome borracha. Olhem que cena grotesca: aquelas árvores imensas atrozmente sendo golpeadas por perversos seringueiros que lhes sugam o látex!!!!!!!!!!!!!!!

Almoçar, jantar sossegado tendo direito a conversar com um amigo ou mesmo ao silêncio também virou idiossincrasia. A televisão tá ligada o tempo todo em praticamente todos os restaurantes. Como digo sempre, vejo o Jornal Nacional e janto todas as noites, mas faço uma coisa de cada vez. Impingir ao cliente que jante assistindo aos detalhes do crime do dia, definitivamente, deveria ser proibido por lei!!!!!!!!!!! Falo sério: lei mesmo!!!!!!!!!!!!! Televisão ligada em bares e restaurantes deveria ser permitida em uma única ocasião. Jogo de futebol do Brasil em Copa do Mundo. Aliás, sugiro aos críticos de restaurantes que façam uma campanha para que sejam retiradas toda e qualquer televisão de Restaurantes, mesmo as que exibem vídeo- clips. Televisão durante o jantar, todo e qualquer búfalo tem o direito de ter, mas somente em sua casa ou na casa de colegas búfalos. Não posso exigir restaurante com teto lilás, mas… Ponto final nesse assunto!!!!!!!!!!!!

E o som ambiente que, como eu digo, só faz infernizar o ambiente!!!!!!!!! Onde quer que se entre, a música tá no último furo. Já passei em frente a lojas chiquíssimas do shopping Iguatemi em que as balconistas estavam se divertindo com programas popularescos, certamente produzidos – como diz o próprio nome – para atender às camadas populares (dando uma pseudo e pretensiosa sofisticação ao artigo e, concomitantemente, não sendo politicamente incorreto).

Politicamente correto, sob todos os aspectos, principalmente do ponto de vista da higiene, seria proibir que os pães fossem colocados sem qualquer proteção no balcão entre o funcionário e o público. Ou seja, todos esses produtos ficam recebendo saliva – democraticamente – tanto do consumidor quanto do funcionário. É óbvio que todo e qualquer produto desembrulhado pra venda deve ser colocado atrás do funcionário. Essa falta de higiene acontece em praticamente todas as padarias. Há grandes padarias onde, inclusive, panetones, bolos devidamente desembrulhados estão pelo meio do corredor. Mandei email a esse respeito para o órgão competente. O burocrata de plantão me mandou uma resposta que eu não consegui entender. Mandei de volta email dizendo que era jornalista formado e que mesmo assim não consegui entender coisa alguma do que ele escrevera. Providências mesmo, nenhuma!!!!!!!!!!!!

Ainda questões de higiene. Nos supermercados da, provavelmente, maior rede do país, azeitonas, picles, frutas secas estão colocados pelos corredores. O público mesmo é quem se serve. Quem quiser, passa, abre ali, pega uma azeitona. Muitas vezes aquela colher cujo cabo foi manuseado por todo mundo ad infinitum cai dentro do produto. Pedir providências do órgão responsável pela higiene é idiossincrasia???? Eu não compro em hipótese alguma pães expostos à saliva coletiva (até rimou, hein!!!!!!!!), tampouco esses produtos sem embalagens espalhados pelos corredores!!!!!!!!!!!! Mais uma coisinha só a esse respeito. O sindicado de bares, restaurantes, padarias, etc deveria passar orientação ensinando funcionários e até mesmo proprietários que não se pode por o dedo na língua antes de pegar o guardanapo que vai ser usado para servir o freguês que pediu um salgado.

Aliás, seria interessante também que a Produção e Direção de um dos mais conhecidos artistas da TV Brasileira ensinassem-lhe que não é nem um pouco agradável para milhões de telespectadores assistirem a ele esfregando a língua em três ou quatro dedos (ou será o contrário???) toda vez que vai mudar a página de algum livro ou documento. Se esse artista, que freqüentemente jacta-se de ter sido educado na Europa, é capaz disso, fica difícil/impossível supor que uma única linha deste texto terá qualquer serventia. Permitam Deus, Marcelino de Carvalho e Cláudia Matarazzo que eu esteja sendo pessimista demais.

Há muitas outras coisas ainda a serem comentadas, mas, frasista, termino com uma frase minha:
O problema grave é que o bê-a-bá do óbvio mais ululante é um imenso bicho de setecentas cabeças para a imensa maioria.