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Cidadão/consumidor – Exerça(m) Seus Direitos. Funciona!!!

Ter um aborrecimento/prejuízo e deixar barato é muito caro.   Caro para o bolso e, principalmente, para sua saúde, já que é horrível a sensação de fazer papel de Palhaço. Para variar,  hoje, ao invés de terminar, começo com uma frase minha: 

“Só palhaço profissional faz papel de palhaço.”   Há pessoas mais inteligentes e menos inteligentes, mas não existe palhaço.

Por incrível que pareça, os 0800 – ou qualquer outro sistema de Atendimento ao Consumidor –  das empresas, em geral,  funcionam.  Sempre tenho sucesso nos meus pleitos. 

Quando os 0800  daquelas famigeradas empresas – mais que multadas pelos órgãos de Defesas do Consumidor – querem vencê-lo pelo cansaço, sistematicamente “derrubando” sua ligação e nocauteando sua paciência,  há um atalho que deve ser usado. Conto alguns casos resolvidos pela via comum; depois, dou  o mapa do atalho.

Caso 1 –  Barrado no Estacionamento

Comprei ingresso para o Espetáculo da Meia-Noite do Sabadão em Teatro localizado dentro de um Shopping Center de S. Paulo.  Chego às 23,40 hs  e, embora bares, restaurantes, cafés, cinemas e até teatros estivessem funcionando no Shopping, o guardinha, (no pior sentido , de autoritariozinho)  do Estacionamento me proíbe de entrar.  Naturalmente perco o teatro.  Na segunda-feira, explico o ocorrido para o produtor da peça.  Sujeito delicado (se me entendem!!!) deve ter achado uma audácia minha e tenta me enrolar.  Não insito.  Ligo para a Administração do  Shopping, conto o ocorrido.  Explico que vou deixar na portaria do meu escritório envelope contendo minha entrada do Teatro.  Peço que o Shopping mande através de Motoboy  valor do ingresso em dinheiro vivo e também uma carta se desculpando pelo ocorrido.  No horário combinado, lá estava o envelope timbrado do Shopping.  Dentro, meu dinheiro e a cartinha de desculpas.

Caso 2 – Maçaroca de Presunto  Cru

O capricho que empenhei para fazer jantar em casa para minha namorada estava prestes a ir  por água abaixo. Abro  a embalagem de presunto Cru e  percebo que era humanamente impossível separar as fatias.  Ou eu servia melão com presunto cru em bolas, ou trocava de entrada.  Troquei a entrada.  Dia seguinte, explico o caso para o 0800  do Frigorífico.  Dois dias depois, foi feita a troca.  Sem muita conversa, como tem mesmo que ser. 

Caso 3 – Orelhão engoliu cartão

Nem tento muito e já percebo que não vou reaver meu cartão telefônico devorado no meio da noite em Ubatuba.  Anoto o número do Orelhão, a rua em que se encontrava e o número da casa  em frente.
Em São Paulo, mando email  para a empresa concessionária. Relato o episódio.  Explico que não tenho celular e carrego sempre comigo alguns  cartões telefônicos de 50  e 75 unidades.   Dessa maneira, não poderia informar se o cartão engolido foi o de 50 ou 75.  Falo que o usuário  não pode  ficar no prejuízo.  Peço cartão de 75 e uma cartinha de desculpas acompanhando o cartão.  Relações públicas da empresa me telefona, pede mil desculpas.   Dois dias depois, recebo pelo correio o cartão de 75 unidades.

Caso 4 – Tempero Vencido.

Em  praia deserta, ao abrir o vidro de pimenta calabresa que usaria em  prato especial para meus anfitriões,  percebo que, embora dentro da validade,  não havia ali qualquer semelhança com pimenta calabreza.  O produto estava mais do que velho, mais do que mofado.

Em S. Paulo,  relato o caso para o 0800.  O atendente me informa que realmente houve um problema com aquele lote.  Quatro dias depois, recebo,  além do  vidro de pimenta calabresa, toda a linha de temperos em pó da empresa, bem como duas ou três pimentas em conserva.

Zona Azul – no final, tudo Azul

Conforme  previ e relatei,  no Post – Zona Azul, Aborrecimentos à Vista http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/05/08/zona-azul-aborrecimentos-a-vista/,  tive mesmo aborrecimentos para trocar cerca de 9 folhinhas que deveriam ser substituídas. 

Fui ao posto de trocas indicado no site e o prazo já se havia esgotado.  Diversos leitores (sempre para os padrões do Boca no Trombone) também contaram seus percalços nos comentários.  O lógico seria que o usuário/cidadão/contribuinte usasse os cartões que havia comprado até que eles terminassem.  Mas não,  mudam-se as regras do jogo no meio e se bota uma cidade inteira para correr atrás do prejuízo.

Expliquei por telefone para alguns funcionários que a maioria daqueles cartões eram do meu pai  – de 88 anos – que havia ido comigo, em dia de chuva – até o local determinado pelo site e lá ficou sabendo que o prazo de troca  estava esgotado. Depois de muita discussão,  o funcionário concordou em entregar na portaria do  escritório do meu pai as novas folhas de zona azul e recolher aquelas vencidas por decreto.  Concordou, prometeu e, logicamente, cumpriu a promessa!!!

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Como se não bastassem os aborrecimentos diários que a cidade grande nos impõe,  quem não quiser ser passado para trás tem mesmo que reivindicar,  até mesmo espernear/insubordinar-se.

O atalho

Você sabe, melhor do que ninguém, que 0800 de algumas empresas existem apenas para irritar, botar pedras,  pneus incendiados. –  Verdadeiras barricadas no caminho daqueles que não admitem passivamente  exploração e o abuso.  O contribuinte/usuário  liga(m) e começa (m) a levar baile do atendimento eletrônico até a linha cair.

Quando isso acontece comigo, ligo para a Assessoria de Imprensa da Empresa ou do órgão Público, digo que sou jornalista e peço para o colega me ajudar, porque o atendimento ao consumidor não está funcionando. 
Faça o mesmo.  Se você é advogado, ligue para o Departamento Jurídico, se é médico, para o Departamento Médico.  Talvez aquela empresa não tenha departamentos compatíveis com sua atividade.  Nesse caso, peça para a telefonista  ligar para algum diretor, explique para a Secretária dele  que está sendo enrolada e peça para ela resolver a coisa.  Em último caso,  a secretária do Diretor vai pedir que o chefão do 0800 ligue para você.  Aí, o tratamento vai ser bem diferente, uma vez que o tal chefão de 0800 já sabe que você não é cordeirinho pacífico que fica tristinho quando a ligação do 0800 cai.

Ou então, bote a boca no Trombone e me escreva contando o ocorrido,  o número do atendimento do Consumidor da Empresa para eu verificar que, de fato, não funciona e o telefone da Assessoria de Imprensa do Órgão.   Conte o seu caso nos comentários do post  e me mande um email  também,  contendo os telefones acima.

Não garanto nada, só empenho!!! 

Antes de dar meu email, esclarecimento. 

Há mais de dois anos fui (e continuo sendo) super-hiper bem acolhido aqui no Ig.  Não por ingratidão, mas por ligeira dificuldade em alguns setores da Internet, mantenho meu email antigo.

paulomayr@uol.com.br

Call centers – lei deveria garantir espera em silêncio

Decreto que endurece regras para call centers (ah, esses malditos terminhos em inglês) deveria também determinar que o consumidor terá sempre a possibilidade de ligar para números de telefones gratuitos para fazer quaisquer reclamações que sejam. Afinal, reclamação já pressupõe dor de cabeça.

Atualmente, o sujeito começa a levar baile dos 0800 – gratuitos – e desiste. Tenta daqui, tenta dali, descobre outro telefone da empresa que não o obriga a tanta perda de tempo. Mas ele paga por essa ligação.

Pagar para ter dor de cabeça é demais. Na verdade trata-se, como costumo dizer, de meta-dor de cabeça – o sujeito tem uma dor de cabeça/aborrecimento extra para resolver aborrecimento/dor de cabeça anterior/primária.

E não basta limitar o tempo de espera em até dois minutos no máximo. Ainda para poupar o cidadão de uma segunda meta-dor de cabeça, literalmente falando, é fundamental que a lei/decreto garanta ao consumidor o direito de esperar ser atendido em absoluto silêncio, sem ser bombardeado por musiquinhas e propagandas estúpidas e ensurdecedoras exatamente da empresa que o está submetendo a tal suplício.

E o bê-á-bá do óbvio!!!