Hoje é aniversário da Rosa, que trabalha na minha casa. Dei três presentes para ela:
- Uma blusa da loja de amigona minha, onde comprei calça e camisa para meu sobrinho, cujo aniversário é no próximo dia seis;
- Um delicioso bolo de chocolate da confeitaria em frente de casa, famosa no bairro. Exatamente o mesmo bolo que comprei no meu aniversário. E, lógico, as velas – daquelas lindas, que soltam estrelinhas;
- O melhor presente de todos: folga hoje, para que ela possa descansar e também preparar a festinha da noite para toda a família. Vai ter deliciosa carne de panela (além de já ter feito para mim, ela me passou a receita, que está aqui no meu computador, Arquivo intitulado Carne Assada da Rosa) e o bolo, lógico.
Muitos anos atrás, comentei que deveria haver uma lei que tornasse ponto facultativo o dia do aniversário do trabalhador, fosse do setor público, ou privado. Quando o aniversário caísse no fim de semana, o funcionário poderia escolher ausentar-se do trabalho na sexta ou na segunda. Lógico que um chato contestou:
– Imagine, em uma grande empresa seriam dezenas de ausências todos os dias.
O cara não tinha empresa, nem tinha nada, mas, em muita gente, o reacionarismo é nato. Não querendo ser panfletário, afinal a idade já não me permite tal luxo, empresas e governo lucram muito em cima do trabalho de cada empregado, servidor. Não, não custaria nada essa generosidade. Sem contar que quem trabalha feliz, produz mais.
A mesquinhez de muitos, entretanto, é incomensurável. Imagine a reação de Ronaldo Caiado, a Bancada da Bala e muitos outros do Congresso, caso isso fosse, não à votação, mas meramente cogitado.
O legislativo e o judiciário, além promoverem escândalos que não têm fim (não estou querendo a volta dos militares), desfrutam de mais férias do que crianças na escola. Para eles, trabalho de terça a quinta, recesso (que eufemismo imbecil) de 15 de dezembro até depois do carnaval; e, em julho, já que ninguém é de ferro.
Eles usufruem dessa, literalmente, orgia “trabalhista”. Quando estão reunidos no Congresso, é aquilo que se vê, mar de cadeiras vazias, um monte de nego amontoado e batendo papo entre si e ao celular, um segurando o braço do outro, enquanto trocam segredinhos.
Agora, um dia de folga para o trabalhador curtir tranquilamente o aniversário com a família, isso não. Levaria o Brasil à falência.
Sorte minha e da Rosa que não dependemos dessa gente!
O Setor produtivo goza de menos regalias que o setor estatal, que nada produz. Ou antes, hoje produz corrupção e confusão. Tive um professor que dizia que o sujeito virava bandido quando perdia a noção do que é certo e o que é errado. Nesse país que tudo nos espanta, assisti uma entrevista do presidente de um certo tribunal de justiça explicando porque o STF declarou a legalidade dos salários que ultrapassam o teto. Esta no youtube. Diz o jurista – “na verdade para melhorar o salário do judiciário foi-se inventando diversos “puxadinhos”: verba para compra de livros, verba para estudo dos filhos (mesmo que nao tenha filhos), verba deslocamento (pagar gasolina), etc. Desculpe se estou errado. O jurisconsulto simplesmente que o que o judiciário fez foi “burlar a lei”; segundo achei interessante ele usar o termo “puxadinho”. Poderia ter dito outra coisa, como subterfúgio (70% não compreenderia). Mas usou o termo “puxadinho”. O jurista já virou bandido e nem percebeu. É espantoso. Um abraço Mayr e parabéns a Rosa.
Caro Clerson:
Pois é, falar o que mais além do que vc já disse?
Boa semana.
Abraços
Paulo Mayr