Termos que não Temos

Carlos, amigo da Padaria,  falou-me a respeito.  Como mostrei interesse, ele  enviou para mim.  São palavras para as quais não  existem correspondentes  em português.  Mesmo se existissem, não teríamos a oportunidade de usar a maioria delas.  Parece que, além dessas 17, há uma outra série.  Lá vão as da primeira leva.*

1 – Do alemão: Waldeinsamkeit

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing

Um sentimento de solidão ao estar envolto pelas árvores e em contato com a natureza. O poeta Ralph Waldo Emerson escreveu um poema sobre esse tipo de sensação.

2 – Do italiano: Culaccino

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A marca de água que um copo gelado deixa quando é posto sobre as mesas – agora você pode descrever aquelas marquinhas de água.

3 – Do esquimó: Iktsuarpok

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Aquela sensação de que alguém está chegando e faz com que você vá verificar constantemente se há pessoas do lado de fora (também indicando um pouco de impaciência).

4 – Do japonês: Komorebi

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Uma palavra poética que os japoneses têm para descrever quando a luz do sol é filtrada pelas folhas das árvores antes de chegar ao chão, criando aquelas sombras e buracos de luminosidade.

5 – Do russo: Pochemuchka

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Termo para nomear aquelas pessoas que simplesmente fazem perguntas demais sobre qualquer tipo de assunto, os “perguntadores”.

6 – Do espanhol: Sobremesa

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Opa! Apesar de possuirmos essa palavra no português, o significado não é o equivalente na Espanha. Por lá, sobremesa é aquele momento em que conversamos com as pessoas que almoçaram e jantaram com a gente após termos terminado as refeições.

7 – Do indonésio: Jayus

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Uma gíria popular para definir o instante em que alguém conta uma piada muito ruim ou sem qualquer senso de humor, porém que mesmo assim as pessoas não conseguem evitar rir.

8 – Do havaiano: Pana Poo

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Sabe quando você esquece o lugar das chaves do carro, de casa ou qualquer outra coisa e leva os dedos à cabeça e faz aquele esforço para se lembrar? Pois é, os havaianos possuem uma palavra para essa atitude: panna poo.

9 – Do francês: Dépaysement

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Esse é o sentimento de não pertencer a um país ou cultura, de quando você se sentir deslocado de sua origem ou um imigrante em qualquer lugar.

10 – Do urdu: Goya

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Essa palavra é um tanto complexa, pois é normalmente utilizada para analisar as narrativas de histórias, se elas são capazes de criar um bom suspense e um senso de descrença do que pode ocorrer nas próximas páginas.

11 – Do sueco: Mangata

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Essa palavra descreve aquele caminho de luz que a Lua cria com seu reflexo sobre a água do mar.

12 – Do tcheco: Litost

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Sentimento de quando alguém imagina o estado de sua própria miséria no futuro e fica agoniado com a possibilidade.

13 – Do alemão: Drachenfutter

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Termo para descrever os maridos que dão constantes presentes para suas esposas parar compensar as desculpas esfarrapadas de quando chegam muito tarde em casa.

14 – Do tcheco: Prozvonit

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Gíria para os que ligam para um celular somente uma vez e já desligam para que a outra pessoa ligue de volta. Algo equivalente ao nosso “dar um toque”.

15 – Do português brasileiro: Cafuné

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Opa! Uma palavra brasileira na lista. Esse termo todos nós já conhecemos e gostamos de receber, aqueles carinhos de mãe na cabeça.

16 – Do escocês: Tartle

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Aquele momento em que você vai cumprimentar ou apresentar alguém que não vê há tempos e esquece o nome do sujeito.

17 – Do japonês: Wabi-Sabi

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Estilo de vida em que consiste aceitar o ciclo natural do crescimento e declínio da vida, em encontrar a beleza cotidiana mesmo nas imperfeições diárias.

Bônus: Saudade?

“Desde sempre nos falaram que “saudade” é uma palavra essencialmente do português e que não existe tradução literal em outras línguas. Entretanto, isso não é totalmente verdade. Outros idiomas possuem sim equivalentes da palavra “saudade”, porém que nem sempre podem ser aplicados nas frases como nós brasileiros fazemos.

Apesar de ser considerada uma das palavras mais difíceis de traduzir no mundo, encontramos o termo em outras línguas, como no alemão (sehnsucht) e no polonês (tesknota). As variações do uso variam conforme as normas e a gramática dos idiomas, porém o significado original é o mesmo nas línguas que possuem a descrição do sentimento – independente de como ele é utilizado gramaticalmente. Pois é, parece que “saudade” não é algo exclusivo nosso. Em compensação, temos o “cafuné”!

Se conhecer alguma outra, pode enviar nos comentários.

*Nada do Texto acima é meu.  Postei aqui como recebi.

8 pensou em “Termos que não Temos

  1. Parabéns. Lindas palavras, lindos desenhos. Tudo na língua é coisa que se inventa; é o código da comunicação. Grosso modo nossa mente interpreta o código (palavra) e processa imagens ou sentimentos. Dai a razão porque muitas palavras tem que ser explicadas; para que a nossa mente arquive e depois encontre a imagem e sentimento correspondente. Gostei muito; um abraço

    1. Legal, vc ter gostado, Sidney. Também achei muito interessante, inclusive desmistificar a história de que a palavra saudades só existe em Português. E também de gostei de saber que cafuné é “coisa nossa”. Valeu a força de sempre!!! Boa semana. Abraços

      1. “Cafuné” é ótimo, porque expressa não só um sentimento e um gesto de carinho, como a imagem gostosa da mãe ou alguém que a gente ama nos acariciando na cabeça, coisa que todos gostamos. Mas Mayr, o que me diz da palavra chope? Ou chopp? Dizem que é uma palavra nossa, embora derivada do alemão (choppenhhhhuoyr…sei lá!, que designa uma medida de meio-litro), mas que se refere a “cerveja não pasteurizada”. Você não vê a palavra chope nos bares do exterior. Um abraço. (Ps… afinal o chope é um cafuné na língua, no paládio, etc …)

        1. Clerson:

          Eu também suponho que chopp seja palavra daqui, pois, nos outros lugares, embora saia de máquina, eles chamam de cerveja. Sobre as cerveja mais conhecidas, excetuando-se a Heineken, todas viraram água suja. Juro que prefiro tomar água, a beber Skin, skol e outras pragas. Mesmo a Antártica e a Brahma estão aguadas. Nos supermercados bons, há infinidades de cervejas, mesmo brasileiras, que devem ser ótimas. Mas eu não estou com cabeça para fazer experiências.

          Muito legais os termos que existem em apenas um idioma. Propus a um amigo que escreve muito bem que ele use esses termos.

          Abraços

          Paulo Mayr

          1. Caro Emerson:

            Particularmente, eu só tomo Heineken. A tomar Skol, Skin, mesmo as atuais Brahma e Antártica, prefiro beber água.

            Valeu a Força

            Abraços

            Paulo Mayr

    1. Caro Emerson:

      Agradeço, embora o elogio não seja para mim, já que eu escrevi nem meia dúzia de linhas nesse Post Inteiro.

      Grande abraço

      Paulo Mayr

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