Sutilezas do Nosso Idioma

Interessante email que recebi a respeito das sutilezas do Idioma Português, abordando pronomes de tratamento: tu e você.

Caetano Veloso na música Língua, em certo momento,  diz: “ouçamos com atenção o deles e delas da TV Globo”.  Ao que parece,  na Globo, evita-se usar o seu/sua,  para se obter maior clareza.  Um exemplo  me ocorre.  Em um diálogo entre  João e Maria, sobre José, João ou Maria diriam:

– José foi para Santos no carro dele.

Fica claro.

Se, por exemplo,  João tivesse dito à Maria:

– José foi para Santos no seu Carro.

Não ficaria claro se José foi para Santos no carro dele próprio ou no carro da Maria.

Bem, a seguir, o divertido texto e, de certa forma, exato,  que recebi por email.

E para terminar, a brilhante Música de Caetano Língua.

Lá vai o texto.

A diferença entre TU e VOCÊ!!!

Segue um pequeno exemplo que ilustra muito bem essa diferença:

O Diretor-Geral de um Banco estava preocupado com um jovem e brilhante Diretor, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia.

Então, o Diretor-Geral do Banco chamou um detetive e disse-lhe:

-Siga o Diretor Lopes durante uma semana no horário de almoço, e me diga o que ele faz.

O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:

-O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

Responde o Diretor Geral:

– Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.

Logo em seguida, o detetive pergunta:
– Desculpe. Posso tratá-lo por tu?

– Sim, claro! Respondeu o Diretor surpreendido!

– Bom, então vou repetir: O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

A língua portuguesa é mesmo fascinante, né!

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4 pensou em “Sutilezas do Nosso Idioma

  1. Mayr: Aldrovandro Cantagalo, personagem de Monteiro Lobato, no conto “O colocador de pronomes” foi um mártir da gramática. Ruim em colocar o pronome correto na frase, teve o seu destino e a a sua vida trágicamente traçado por essa falha. Ou o “teu” ou “tua”? Mayr, nisso de colocar esse e este eu sou pior… Muito boa sua história. Abraços

    1. Clerson:

      Gostaria de ler esse conto. Se houver na Internet e você puder me mandar, eu adoraria.
      Também gostei da história que postei.

      Este, esse e aquele, acho que é como a gente aprendeu no primário.

      Este é bem próximo, o que cê tem na mão: este lápis.
      Se eu estou escrevendo por exemplo e me refiro a mim mesmo, eu posso dizer – este escrevinhador gosta de escrever coisas longas.

      Esse acho que é o que está um pouco mais longe.

      Aquele é o que tá longe.

      Grosso modo, use o esse que vc têm mais chances de acertar.

      Nunca li nada a respeito, mas, por intuição e por lembrar de aulas, acho que é mais ou menos assim que funciona.

      Lembre-se sempre de que seus comentários são bem-vindos (que talvez agora se escreva tudo junto)

      Abraços

      Paulo Mayr

  2. Estou gostando da aula. Tenho dificuldade em “esse, essa, este, esta… e a famigerada crase, que existe para humilhar”. Essas coisas se aprende no primário, eu sei; como não aprendi, difícil aprender agora, “burro velho não pega marcha”. Pois é; “O colocador de pronomes” é um conto necessário e está publicado no livro “Negrinha”. Mas é fácil encontrar no google, está publicado em alguns sites e em pdf, basta procurar. A propósito, Monteiro Lobato tem fama de racista. Injustiça. “Negrinha” é um exemplo. Conta a história de uma mulher rica a todo momento chamada de “bondosa”, “religiosa”, “pilar da sociedade”, etc, que tem como criada uma criança negra, cujo nome nunca é declinado, porque ela não é um sujeito (nome é substantivo; ela é lembrada só como “adjetivo”, uma qualidade – negra), a história é triste e cruel, do modo que gosta a “elite” muitas vezes em se comportar perante os mais fracos. Desculpe, escrevi demais num site que não é meu; falta de educação. Um abraço e bom domingo.

    1. Meu caro Clérson:

      Quem sou eu para dar aula???

      O básico da crase também não é complicado. Crase só antes de substantivo feminino. Para saber se o a tem crase antes do substantivo feminino da frase, substitua esse substantivo por um substantivo masculino. Se ao colocar o substantivo masculino você percebe que precisa colocar ao na frente, o a antes desse feminino tem crase.

      Lá vai: João foi a festa.
      Tem ou não tem crase???

      Substitua festa por cinema. Como é que fica???
      João foi ao cinema.

      Logo, João foi a festa, precisa crase. Fica assim: João foi à Festa.

      Dizem que esse método não é perfeito. Para mim, pelo menos, tem funcionado bem.

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      Pois é, vc falou do conto O COLOCADOR DE PRONOME, já fui atrás no Google. Encontrei, mas ainda não li. Vou ler mesmo. A questão do preconceito racial aqui no Brasil foi definida muito bem por Wilson Simonal, salvo engano meu. Disse ele: onde preto pobre não entra, branco pobre também não entra. O nosso preconceito é social e não racial.

      Piada excelente, já escrita aqui algumas vezes sobre Pelé. No mesmo texto também há uma frase sobre o Dia da Consciência Negra. Lá vai o link do texto. Clique aqui

      Grande abraço e continue escrevendo sempre para mim.

      Paulo Mayr

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