Projeto Água Na Jarra Não é Bem o Que Parece.

Já ouvi na CBN,  mais de uma vez,  que bares e restaurantes participantes do  Projeto Água na Jarra ofereciam  água filtrada de boa qualidade, servidas em jarras, aos clientes.  O objetivo é diminuir  a fabricação e descarte de garrafas de plástico.  Detalhe importante que ouvi todas as vezes: o freguês nada pagaria por essa água.

Aliás, isso é comum em alguns países. Aqui mesmo,  em Salvador, Bahia, década de 60, ao pedir sucos ou sorvetes, eu  sempre recebia antes um copo de água, igualmente filtrada.

Pois bem, ontem fui almoçar em um pequeno  restaurante da Vila Madalena.  Ofereceram-me a água, disseram que o estabelecimento fazia parte do Projeto Água na Jarra.  Eu aceitei.  Na hora da conta, me foi cobrado R$ 1,50 e a descrição do ítem: água na Jarrra 1 un.  (guardei a nota fiscal mencionando o valor e o produto).

Mandei email para a competente âncora da Rádio CBN que fizera as entrevistas.  De manhã, ao abrir, minha caixa de entrada, havia duas mensagens dela.  Copio e colo a primeira, que ela me mandou às 22:37 de ontem.

Olá,

Também acho um absurdo, mas acho que essa é ideia da campanha. Veja aqui:
Vou questioná-los sobre isso.

Eu fiz algum comentário e ela mandou novo email, hoje às  7,35 hs.

Eu acho um absurdo cobrar a água. Qdo eu fiz a entrevista eu tb achei que a água era de graça. Em nenhum momento eles falaram em cobrar.

Vou citar o seu caso no ar.

Repare que ela é enfática ao  dizer que em nenhum momento eles falaram em cobrar (pela água), durante uma entrevista para uma das  Principais Emissoras de Rádio do Brasil.

Pois bem, entrei no site da campanha, cujo link a âncora me enviara, para pedir explicações.    Como todo site que se preza,  os telefones são cuidadosamente escondidos (não os encontrei)   Havia um caixa grande para mensagem do consumidro/cidadão.  Comecei a redigir.  Mal tinha escrito  sete/oito linhas, e não podia mais digitar, já que, suponho, tenha atingido o número máximo de caracteres que poderia usar, embora ainda houvesse muito espaço em branco, supostamente para ser preenchido.

Quer dizer, vendem um peixe, entregam outro.  E mais, quem se sente enganado,  quer se manifestar não pode, já que não encontra telefone e ainda é ludibriado pela caixa de mensagem do “atendimento ao consumidor/cidadão do SAC do Projeto”.

Feio, muito Feio!!!

7 pensou em “Projeto Água Na Jarra Não é Bem o Que Parece.

  1. Paulo, certamente a “Água da Jarra” deveria ser grátis, pela evidente elegância (e até mesmo pelo Marketing contido na iniciativa), entretanto, conforme colocou muito bem o Eduardo Marini (aqui: http://noticias.r7.com/blogs/eduardo-marini/tag/agua-filtrada-nos-restaurantes/) o objetivo do projeto é ecológico, não havendo uma preocupação com a elegância e civilidade gastronômica.

    Fui dar uma olhada no site do projeto, e no link “sobre a iniciativa” encontrei o seguinte trecho “Os restaurantes que participarem da Iniciativa Água na Jarra se comprometem a comercializar em seus estabelecimentos, preferencialmente, água tratada e filtrada servida em jarras”. Repare no ‘comercializar’ – está lá, não deveria estar, mas está…. Obviamente tudo que sai na imprensa sobre o assunto dá a entender que a água é grátis, até por ser tão óbvio.

    A conclusão que tiro de tudo isso então é: Os comerciantes ficam com o bônus, e o consumidor com o ônus.
    ++++++

    Ana:

    Legal sua explicação. Como vc viu, olhei o site. Não achei essa explicação. A super conhecida Jornalista da CBN, que fez matérias a respeito, também supunha que a água era grátis. Veja essa piadinha mnaravilhosa que explica bem o que é o comércio, o comerciante.

    O presidente da Associação Comercial encomendou para um escultor temperamental uma grande obra que representasse o comércio. O artista aceitou desde que ninguém visse o trabalho antes que estivesse concluído.

    No dia da inauguração, toda a cidade reunida, prefeito, governador, rádio, tvs… Quando se retira a imensa lona que cobria a escultura, espanto total.

    – Oh!!! – exclamou a platéia.

    A escultura era uma imensa fila de homens nus, um atrás do outro, o de trás se encaixando no da frente.

    O presidente da Associação Comercial foi tomar satisfação com o artista que explicou.

    – O senhor não queria um trabalho que retratasse o comércio??? O comércio é isso, um querendo estrepar o outro!!!

    O presidente indignado disse que aquilo era um absurdo e garantiu que ele mesmo era sujeito muito honesto.

    O artista explicou.

    -Exatamente, o senhor, o senhor é o primeiro da Fila.

    ++++++++++++++

    É isso aí.

    Abraços

    Paulo Mayr

  2. Prezado Paulo, sou uma das fundadoras da ONG Igtiba e criadora da Iniciativa Água na Jarra, que busca valorizar a água tratada pelas concessionárias e estimular o seu consumo de forma responsável. Os restaurantes que aderem voluntariamente à Iniciativa se comprometem com alguns quesitos como ter a caixa d’água sempre limpa, usar a água tratada fornecida pela concessionária pública de abastecimento, ter instalado um filtro certificado pelo Inmetro e usar recipientes reutilizáveis para servir a água. O trabalho da ONG com os restaurantes é feito por nós de forma voluntária, sem ônus para os restaurantes. A questão relativa à cobrança ou não pela água filtrada servida é decidida exclusivamente pelo proprietário do estabelecimento, não nos sendo possível “impor” aos administradores do negócio uma regra para isso. Muitos realmente não cobram pela água, alguns a incluem no couvert, alguns cobram apenas o refil dando a primeira jarra de forma gratuita e alguns cobram de forma unitária. Estou à sua disposição para responder qualquer dúvida pelo e-mail: contato@aguanajarra.com.br ou pelo telefone: 3831.5981. O formulário do nosso site também pode ser utilizado para entrar em contato conosco. Um abraço, Letycia Janot.
    +++++

    Prezada Letycia:

    Obrigado por sua gentil resposta. Entretanto, em hipótese alguma, acho certo cobrar água filtrada do cliente. Vou mesmo telefonar para você para conversarmos.

    Outra coisa, reitero o que disse sobre quão é impossível encontrar telefone no link do projeto, bem como achei uma afronta ter sido cortada minha mensagem, embora houvesse infinidade de espaço em branco na caixa em que eu estava escrevendo.

    Abraço

    Paulo Mayr

  3. Por falar em meio ambiente eu acho um absurdo essas cervejas descartavel em embalegens de vidro.
    +++++++

    Caro Júnior:

    Aí eu vou ter que discordar. Eu detesto cerveja em lata. E vidro, na verdade, não polui, até onde eu sei. Vidro é praticamente areia. Cerveja em lata eu detesto. Agora, mesmo que vidro não polua, o que precisaria voltar é a velha prática de o freguês levar seu vasilhame vazio e pagar apenas pelo líquido.

    Abraços

    Paulo Mayr

  4. Paulo,
    Ao invés de botar a boca no trombone do projeto Água na Jarra, bote a boca no trombone de quem cobra a água filtrada. Não queira fazer opinião pública negativa de uma iniciativa que só prega o bem, lhe imputando uma responsabilidade que claramente não é do projeto, conforme mencionado no site.
    Luis
    +++++++

    Caro Luís:

    É lógico que o projeto deveria estar bem estruturado e essa questão de cobrar ou não cobrar do cliente teria obrigatoriamente que estar explícita nas primeiras linhas. É mais do que óbvio!!!

    Abraços

    Paulo Mayr

    1. Paulo,
      A única coisa lógica é que o Boca no Trombone deveria se aliar a iniciativas como a do Água na Jarra, que repito, só prega o bem, é só olhar o site. Tenho certeza de que se você tivesse tomado a água na jarra em um dos restaurantes que não cobra a água sairia com outro pensamento da iniciativa. Agora veja você, por conta do estabelecimento cobrar a água você vem a público esculhambar com uma iniciativa que qualquer pessoa do bem apoiaria, como várias que conheço apoiam. Não mate a iniciativa por conta de ações de terceiros. Pense nisso, você está batendo no cara errado.
      Luis
      ++++++++

      Luís:

      A coisa deveria ficar sempre clara: o projeto tem por único objetivo diminuir fabricação de garrafas plásticas. Os idealizadores e participantes do projeto esclarecem que fica a critério do dono do restaurante cobrar ou não pela água servida na jarra, bem como determinar o preço que queira.

      Em tempo, não bato em cara errado algum. Contei o episódio que me aconteceu. Deixei depoimento de ultra conceituada jornalista da cbn a respeito. Não citei o nome dela pq não pedi a ela. Como também não citei o nome do restaurante, embora tenha a nota fiscal onde se lê em bom português Água da Jarra – R$ 1,50.

      É isso, Luis.

      Paulo Mayr

  5. Paulo, obrigado pela resposta. Mas é importante pontuarmos algumas questões para melhor compreensão dos seus leitores, especialmente aqueles que ainda não conhecem a iniciativa do Água na Jarra.

    1. Note que, conforme indicado no site, a iniciativa NÃO tem por único objetivo diminuir fabricação de garrafas plásticas, é um pouco mais amplo do que isso. O site informa que:

    “A Iniciativa Água na Jarra foi criada pela ONG Igtiba com o objetivo de valorizar o acesso do cidadão à água tratada, um direito universal reconhecido pela ONU. Incentivamos o consumo da água tratada e filtrada em substituição à água engarrafada. Desta forma promovemos o consumo responsável da água em restaurantes, empresas, hotéis e nas residências, eliminando os impactos ambientais negativos associados à produção, transporte e disposição final das embalagens descartáveis.”

    2. Entendo que você simplesmente contou o episódio que lhe aconteceu e lhe deixou chateado, pois você não concordou que o restaurante lhe cobrasse R$1,50 pela água filtrada. Tudo bem, concordo. No entanto, considerando que a iniciativa não impõe cobrança ou não da água, não tem (e não poderia mesmo ter) domínio da operação dos restaurantes (se cobra ou não a água); penso que você deveria chamar a atenção é para a cobrança de água filtrada por um restaurante, e não criticar negativamente a iniciativa de se promover o consumo de água filtrada.

    3. Pense nisso com calma, olhe o site do Água na Jarra, se informe um pouco mais, e reflita. R$1,50 não deveria ser o custo de publicamente se “matar” uma iniciativa tão positiva para nosso meio ambiente e para as futuras gerações que estarão aqui.

    Um abraço,
    Luis
    +++++

    Prezado Luís:

    Vc escreve: “penso que você deveria chamar a atenção é para a cobrança de água filtrada por um restaurante, e não criticar negativamente a iniciativa de se promover o consumo de água filtrada”.

    E eu penso que esse detalhe de a água na Jarra ser ou não cobrada deveria ficar claro e ser mencionado, logo de cara, logo para iniciar a conversa, em todos os folhetos, todas as entrevistas, enfim, sempre que se comentasse o Projeto Água na Jarra. Veja que estou em boa companhia ao não entender que a água seria cobrada. Colo o que está em dois emails que me foram enviados por competentíssima jornalista da CBN:

    também acho um absurdo (que a água seja cobrada – explicação minha), mas acho que essa é ideia da campanha. Veja aqui
    Vou questioná-los sobre isso.

    Eu fiz algum comentário e ela mandou novo email, hoje às 7,35 hs.

    Eu acho um absurdo cobrar a água. Qdo eu fiz a entrevista eu tb achei que a água era de graça. Em nenhum momento eles falaram em cobrar.

    Vou citar o seu caso no ar.

    Como vc percebe, e eu arquvei os emails, nos dois emails a competente jornalista diz achar um absurdo cobrarem a água.
    Reitero, estou em boa companhia.

    Luis, gosto muito de escrever, é bom para o meu blog e para mim que haja bastante comentários nos meus textos, mas, suponho que esse assunto esteja encerrado. Embora não me negue a publicar novos comentários seus.

    Prefiro, entretanto, que a gente, se vc assim quiser, se corresponda por email. Vc tem meu email.

    Atenciosamente

    Paulo Mayr

  6. Paulo,
    Obrigado pela sua resposta. Não tenho dúvida que você gosta de escrever. Só que sinceramente é muito chato ver num blog informações que são colocadas com viés negativo, sem conhecimento. Já tinha visto o quote da jornalista que você menciona; não sei os detalhes da posição dela em relação ao projeto e sinceramente sem citar nome e sem trazer a mesma a público fica dificil fazer juizo de valor. Meu ponto é que um blog como o seu deveria colocar a boca no trombone para divulgar as coisas boas. E o Água na Jarra é uma iniciativa fantástica. Não dá para cobrar de uma iniciativa dessa natureza, se o restaurante ou qualquer outro estabelecimento que adere vá cobrar ou não. Não acho correto cobrar da iniciativa se ela coloca no site ou não uma chamada em letrais garrafais atenção se o restaurante pode eventualmente cobrar ou não pela água (como a mensagem no título que você colocou no seu blog sobre a inciativa de forma pejorativa e negativa). Meu ponto final que fica então, para você refletir, é para que você coloque a boca no trombone das coisas boas (no caso aqui a iniciativa do Água na Jarra) e não apenas as coisas negativas (a cobrança de R$1,50 pela água filtrada). Pense nisso, multiplique as boas iniciativas e ações, e não caia na vala comum dos meios de comunicação de depreciar tudo que está a nossa volta. Pesquise antes com detalhes e não coloque levianamente no seu blog informações negativas de uma iniciativa de boa índole, onde há pessoas do bem por trás, tentando alertar as pessoas para um futuro melhor.
    Desculpe, mas se você tem um blog e coloca informações ao público tenho que responder no blog e não para você no seu e-mail. E se você tem um blog e posta algo não tem como você mesmo encerrar o assunto. Você pode não escrever mais, é seu direito, mas eu respondo aqui no seu blog.
    Um abraço,
    Luis
    ++++++

    Luis:

    O que eu tinha a dizer, já disse.
    Vc escreve ” não coloque levianamente no seu blog informações negativas de uma iniciativa de boa índole”.

    Suponho que se meu blog colocasse coisas de forma leviana, ele não teria sido Eleito o Melhor Blog de Variedades do Brasil em 2011, concorrendo com mais de 7.500 blogs diretamente nessa categoria.

    Um abraço

    Paulo Mayr

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