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Sossego!!!

Semana passada, microconto meu,  sobre os um dos  infernos de hoje,  ganhou o Mini Menor Slam de Poesia do Mundo, concebido pelo poeta Daniel Minchoni.  O menor Slam do Mundo é para Poemas de até 10 segundos.  O mini menor, que abre a programação, só aceita   poemas de até 3 segundos.  Como meu negócio é microcontos, participei – e venci – com esse.

Pane no Celulares

Sossego no Mundo.

 

Será que esse dia chega???

E assim caminha o mundo dos smarthphones, Tabletes e Outro Infernos

Pois é, o mundo se transformou nisso, que denuncia o cartaz abaixo. Importante é quem está lá longe.  Assim, imensa maioria, ao invés de desligar todo e qualquer aparelho eletrônico quando está com mais gente ali ao seu lado, quer ficar ligada em emails, facebooks, celulares e todos os infinitos etc.  Usando a mesma sílaba inicial de infinitos, INFERNO!!!

Não tenho celular, tampouco tablets, notebooks e  todos os outros etcs  que devem dar a sensação de poder, quiçá causar êxtase,  para  aqueles que precisam   permanecer conectados 24 horas por dia.

internet

Educação Formal e Educação Informal – ambas imprescindíveis

Escrevi o texto abaixo há muitos e muitos anos, já publiquei aqui.  
Infelizmente, acho que a cada dia que passa  ele se torna mais atual.  
É longo, cheio de idiossincrasias, e legal. 
Quem não gostar que meta o pau, pra rimar!!!  
Em tempo, quem gostar também pode escrever!!!
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Celulares e seus donos disparam em todo lugar a qualquer hora do dia e da noite; cachorros metem o focinho em sua canela nas ruas/parques/lojas/shoppings/padarias; você tem que, literalmente, fugir de carros que invadem calçadas em velocidade para entrar ou sair de garagens, quando não para estacionar nas próprias calçadas. Essas situações, entre inúmeras outras a que somos submetidos diariamente, mostram que Pedro Nava não exagerou quando disse não se lembrar de um único dia de sua vida em que tivesse saído de casa sem ser agredido. Aliás, como costumo dizer que  desde sua morte (suicídio), alcançamos imenso progresso: hoje, o caminhão de gás, o alarme, que também dispara e não pára, e o cachorro do vizinho (ah, mais uma vez o cachorro!!!) nos poupam o trabalho de sair de casa e até mesmo de levantar da cama. Você é invadido em seu sono, sua mais profunda intimidade, que deveria ser, até mesmo por lei, preservado.

A tese de mestrado de um conhecido meu, em cuja casa me hospedei, mostrava, entre outras coisas, que há dois tipos de educação – a formal e a informal. Provavelmente ele abordava outros assuntos mais inéditos, dos quais não me lembro, mesmo porque esse dois tipos de educação já foram estudados na pedagogia.

A formal a criança “aprende” na escola – ler, escrever, quatro operações, história, geografia e etc.

A informal  adquire-se em casa, no convívio com os pais, irmãos, tios, vizinhos, amigos, pais de amigos…

É a educação informal que dá conta de fazer com que a criança aprenda manusear talheres, tratar com consideração os mais velhos, não interromper quem está falando.  Aliás, aqui cabe um lamento: pais de todos os níveis sociais, de todas as culturas, levaram anos ensinando isso. Se imaginarmos que cada pai já falou pelo menos uma vez a respeito do assunto para seu filho e multiplicarmos por bilhões de habitantes, chegaremos a números espantosos. Pois bem, o celular atirou, precipício abaixo, infinitas horas de dedicação de civilizações inteiras. Hoje, duas pessoas estão conversando. O celular de uma delas toca. Sem o mais tênue constrangimento, ela atende, conversa a vontade, e deixa o outro com cara de idiota esperando. Aliás, celular e cachorro constituem capítulos especiais.

Apropriando-se da “tese” do meu conhecido, percebe-se que o grande problema, paradoxalmente, é a precariedade daquilo que ele chamou de educação informal. É aí que se encontra a causa da imensa maioria das pragas que assolam nosso dia a dia. Porque uma relativa educação formal todos possuem: o serralheiro sabe (relativamente) lidar com ferro, sabe fazer contas; a faxineira sabe (relativamente) fazer faxina e entende o eventual bilhete que a patroa deixa e assim por diante.

Parece até ironia, mas esse meu conhecido/anfitrião era o exemplo mais perfeito de que ele e sua tese haviam acertado na mosca.

Estava na casa de um sujeito de refinada educação formal – possuidor de título de mestre. Pois bem, quanto à educação informal, não vou definir. Limito-me a relatar dois fatos sem fazer qualquer comentário:

1) Os vinhos, razoavelmente bons que levei para ele, foram servidos em copos de massa de tomate.

2) O banheiro que tinha espelho não tinha água na pia e vice-versa. De certa forma era prático, pois o simples barbear já me deixava com a consciência tranqüila de que podia dispensar o Cooper diário.

Parece engraçado mas, como diziam os versos de Billy Blanco, cantados por Elis Regina , “o que dá pra rir /dá pra chorar/problema só de hora/ e lugar”. E na maioria das vezes é de chorar mesmo.

Outro dia fui obrigado a mudar de lugar em um restaurante pois era impossível suportar o perfume de duas peruas que se sentaram à mesa ao lado.

Frescura minha??? Um caso a parte??? Pois bem, seguem-se outros. Poderia relatar dezenas em diversas situações. Vou me restringir a dois ou três.

Durante 25 anos, fui vizinho de político de imenso prestígio e muito bem conceituado em nossa República. Naquele tempo, não havia 0,00001% do pavor de seqüestro/assalto que “assaltou” o país nos últimos tempos. Pois bem, sua mulher, bacharel em Direito do Largo São Francisco, duas quadras antes de chegar em casa, metia a mão na possante buzina de seu carro do ano importado e só largava depois que o empregado abria-lhe o portão. Aliás, o empregado, embora tenha trabalhado nessa família por algumas décadas, permanecia analfabeto.

Infelizmente, vou ter que baixar bem o nível.

Um ótimo técnico em computação e o segundo homem mais importante no Brasil de uma das maiores multinacionais do planeta, com quem já tive a desventura de jogar tênis, têm em comum duas coisas: a sólida educação formal que lhes permite dominar ciências altamente complexas em seus ofícios e a renitente recusa em usar lenço, embora ambos tenham renitente renite alérgica. É isso mesmo – os dois assoam o nariz com a mão. Aliás, André Agassi, um dos dois únicos tenistas vivos a terem conquistado os quatro torneios do Grand Slam, além de também não ser adepto do lenço, faz questão de expulsar impurezas do nariz na direção da câmera de televisão (leia-se bilhões de telespectadores) que o está focalizando em primeiríssimo plano.

Saudoso Pedro Nava, acho que começo a entender porque você não agüentou a barra!!!

Celulares Anti-búfalos

A Tecnologia na fabricação de celulares não pára e, como todos sabem, esses famigerados aparelhinhos tornaram-se verdadeiros computadores, MP3 e até televisores.

Segundo ouvi no rádio, só a Nokia vende 15 celulares por segundo, todos os segundos.

Pois bem, lanço uma proposta/desafio que Nokia e todos os demais fabricantes deveriam considerar seriamente e se empenhar para por em prática.

Criar aparelhos que amplificassem a voz de maneira absolutamente fantástica. Mas tão fantástica que se o usuário que estiver falando, fosse além de um super-ultra suave sussurrar, aquele que está do outro lado, para não ter os tímpanos danificados, precisaria desligar imediatamente.

Não sou cruel.

Cruel é o búfalo que fica ao meu lado, onde quer que eu esteja, gritando e me obrigando a ouvir coisas que eu não quero e nem tenho a menor obrigação de escutar.

Para terminar, três frases minhas (tenho outras) sobre essa desgraça.

1) O celular é capaz, inclusive, de eliminar a acintosa sutileza de um japonês.

2)O celular implodiu os preceitos mais rudimentares de educação.

3) Todo búfalo tem celular. Na verdade, o celular tornou búfalos seus usuários. Mais ou menos búfalos, porém búfalos.

O ideal mesmo seria um mundo sem celular – óbvio!!! Não é frase – apenas conclusão lógica do texto.

Antes que me perguntem. Eu não tenho celular. Espero jamais ter.