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Sensível Texto sobre Finados e Boa Entrevista sobre Mortes e Mortos

Para homenagear os mortos, sensível texto do amigo Pawwlow e entrevista séria do Historiador Carlos Bacellar ao apresentador Ronnie Von.

Dia dos Mortos no Bonfim – Pawwlow

Embora não tenha parentes sepultados no Bonfim ( familiares  enterrados em cemitérios distantes de onde moro, sob placas indicativas, não ocupando túmulos inspiradores), lá homenageio os mortos em seu dia. Cemitério antigo, localizado em bairro berço de lendas urbanas de Belo Horizonte, ele próprio lenda, me parece o santuário indiscutível do feriado de Finados. O feriado me fornecendo pretexto para visitar, uma vez mais, o cemitério de predileção. Sinto-me como o Jânio Quadros prefeito de São Paulo nos anos ‘80 exigindo em bilhetes “um dia dos mortos impecável”, enquanto notava, por exemplo, o cemitério de Vila Alpina com  “rosas jogadas no chão, em desalinho deplorável”  (cito de memória, mas sob impressão favorável ao político atento ao abandono dos cemitérios que recebiam familiares de  mortos com indisfarçável desleixo, como se estes estivessem mortos também, ou cegos quanto ao tratamento dispensado aos seus).Uma vez mais, subi ao Bonfim, revi suas moradoras em shorts vigiando as ruas e quem, como eu,  parecia-lhes intruso, ou um boêmio retardatário, ou um comum curioso praticando turismo urbano no bairro que já teve cassinos e, dizem, visita de Orson Welles. Encruzilhadas com despachos saúdam visitantes. Nenhum  travesti nas ruas, nenhuma prostituta identificável, o bairro parecia me receber como a um conviva tardio, que perdera os seus dias de esbórnia e fúria, chegando anos depois do fechamento do último de seus prostíbulos, colhendo quando muito algum resquício de murmúrio narrativo do que não pude, ou não quis, assistir enquanto acontecia,  recorrendo aos exageros de quem pegou restos de décadas menos domesticadas no bairro mítico da zona boêmia. O Bonfim, bairro boêmio,  próximo ao centro da cidade, vizinho da  Av .Pedro II,  suporta estoico seu estigma de morada de prostitutas e travestis, sua qualificação de “decadente”, a vergonha da BH petista, que se refere ao bairro de oficinas de carros e fabriquetas, e demais ramos de comércio, como “deteriorado”. João Antônio escreveu seu “A Lapa acordada para morrer” sobre o desmantelamento do velho bairro carioca, pois o Bonfim é assassinado  dormindo mesmo, por autoridades que tramam sua “revitalização”, sua descaracterização higienizadora, sua eliminação como membro indesejável da família mineira. O Bonfim escandaliza os vendedores da “BH popular”, os marqueteiros da “capital de vanguarda”. O Bonfim queima o filme, sintetizando. Jazigos de políticos (Olegário Maciel, Raul Soares, Afonso Pena, Magalhães Pinto, entre outros), verdadeiros monumentos,  dividem as alamedas com jazigos de famílias,  alguns destes contendo fotos  de décadas idas, rostos  em nítida  contemplação de dias menos velozes e corruptos. Não são poucas as imagens ali que parecem retiradas das capas de livros de Dalton Trevisan, de algum filme mudo, ou revista dos tempos da Republica Velha. Os escritos em latim dos jazigos de vultos da vida pública parecem  títulos de capítulos onde os lembretes de familiares em jazigos de gente da vida particular formam o texto (” Sua morte nos mergulhou em nuvem negra de recordações e lamentos”, “Em vida a ternura em pessoa, em morte um anjo”, ”Sempre em nossa memória, para sempre  presente em nossos dias”) de um mesmo livro. Alguns retratados bem jovens, indicando  breve seu calvário aqui entre os vivos. O sorriso de alguns vultos explica o pesar de quem teve de continuar o resto da navegação sem a companhia de remador que com seu entusiasmo transformava mar furioso em percurso de provas de vela. Clichê lembrar que as lágrimas cabem aos sobreviventes? Familiares tocando o peito com a mão ao se recusar à aproximação de certos túmulos aparentam não tomar conhecimento dos ditames do bom gosto e da concisão, e qualquer tentativa de descrevê-los  seria temerária,  pois a sub-literatura seria infalível, exceto se feita por algum escritor que justificasse as árvores derrubadas (como nota Mario Sergio Conti, poucos o justificam). Todos,  principalmente velhos com dificuldade em localizar lápides e quadras, têm suas velas a zelar, seu ritual de remover capins e ofertar flores e lágrimas aos que as cobram em sonhos -“Como tem cuidado de meu túmulo lá no Bonfim?” O feriado de  Dia de Finados  elimina qualquer desculpa no descuido das obrigações,  os vivos e os mortos na observação estrita do comparecimento ao encontro que pesa como condenação aos vivos e é agradável visita aos mortos. Guardiões dos túmulos são os gatos alimentados com baldes de ração e bacias de água por funcionários que parecem afeiçoados ao local (um dos funcionários me  pareceu estar com lábios pintados com batom, fiel ao espírito do Bonfim) . Parecem, os gatos, ferozes e dispostos a hipnotizar os que,  como eu, visitam seus templos sem a devida justificativa.  Uma caixa com filhotes de gatos ocupava o antigo necrotério (palco de uma das lendas do bairro, do cemitério – moça que sofrera ataque de catalepsia, despertara  em pleno necrotério, morrendo de pavor agarrada às grades da janela), com água e ração postas para a ninhada.Um grupo de adolescentes “góticos “ e eu os observávamos, os ditos góticos jurando sentir que as mãos postas sob a porta pareciam atraídas por “alguma força”. Meus dedos experimentaram apenas  frio e sujeira e meninos (provavelmente oriundos da Pedreira Prado Lopes) zombavam dos ditos góticos : “ Ei , vocês  são espíritos”. Paulo Mayr, no seu blog “Boca no Trombone”, antecipou em dias sua celebração de Finados em edição especial com piadas de velórios e possíveis epitáfios,  lembrando que morte e cemitério são inevitáveis e o único recurso frente ao encontro que teremos um dia com o coveiro é rir, mas não consigo, apesar de racionalmente concordar com o Mayr. O Finados a muitos serve de data para reflexões de cunho metafísico, ou filosófico, sobre a inutilidade das lamentações sobre a morte. Para mim, é data para me vestir (reiterar esta minha preferência, na verdade) de camisa preta e cismar sobre como seriam as vidas dos personagens dos retratos nas lápides, e chorar como se os tivesse conhecido. Acompanhados por estes mortos pelo Bonfim até a Pedro II, sentindo o perfume de suas rosas,  prometo voltar no próximo Finados , sem ousar olhar para trás. Sobre estes anúncios. Quiser conhecer o Blog   Fernando Pawwlow – Cadernos clique aqui

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Ainda a seriedade que o assunto exige.  Assista à Entrevista de Carlos Bacellar,  Professor e historiador da Universidade de S. Paulo,  no Programa de Ronnie Von. Logo no início, Bacellar observa que antigamente a morte era muito comentada e o sexo, grande tabu.  Bem, isso é apenas um dos diversos aspectos interessante que Bacellar aponta.  Vale muito a pena assistir.  Clique aqui

EPITÁFIOS – DÁ ATÉ PARA SE DIVERTIR (E MUITO) COM ISSO

Como ninguém é de ferro, com todo o respeito pelos que já se foram, vamos rir um pouco com a coisa.

Para continuar vendo aspectos curiosos/divertidos da morte,  lá vão os  Epitáfios, propriamente ditos –   as cerejas dos bolos   (túmulos). Alguns, infelizmente,  já imortalizados;   outros,  ainda à espera da partida de seus criadores e os terceiros, genéricos.

Dois   aguardando a híper distante (assim esperam seus autores)  inauguração: do amigo Vásqs, o bam bam bam das microcrônicas, e o meu:

Vasqs:

-Quem foi o filho da puta que pixou o meu túmulo?

(* vide observação ao Final)

Eu:

– Enfim, o silêncio.

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Epitáfios em uso, uma vez  que os autores, propriamente ditos , aqui na terra, pelo menos, já estão em desuso *

É uma honra para o gênero humano que tal homem tenha existido.”  – Na lápide de Isaac Newton, na Abadia de Westminster

“O tempo não pára…” Na lápide de Cazuza, no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro, RJ

“Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino.”Epitáfio sugerido pelo próprio escritor mineiro (1923-2004)

“Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade sem esperar resposta.”Frase inscrita na lápide de Villa-Lobos, no cemitério de São joão Batista, no Rio de Janeiro

“Assassinado por imbecis de ambos os sexos.” Nelson Rodrigues, cronista brasileiro

“Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves.”Tancredo Neves, famoso político brasileiro que exprimiu seu desejo nesta inscrição mas sua família preferiu fazer outra em sua lápide

“Terra minha amada, tu terás os meus ossos o que será a última identificação do meu ser com este rincão abençoado.”Inscrição que foi realmente colocada na lápide de Tancredo Neves, político brasileiro

“Foi poeta, sonhou e amou na vida.”Álvares de Azevedo, escritor brasileiro
“De volta às cinzas.”Rubem Braga escritor brasileiro
Preferia estar vivo, nem que fosse na Filadélfia.”- W. C. Fields

“E agor, vão rir de quê?”- Chico Anysio, humorista brasileiro

“Aqui, ó.”- Ivan Lessa

“Absolutamente contra a vontade.”- Luís Carlos Miéle

Epitáfios Aguardando Inauguração – Espera-se que assim permaneçam por muitas décadas ainda.

Te espero lá!”  -Roger Moreira, músico brasileiro

*”Desculpe a poeira”.Dorothy Parker

* “Enfim, magro.”Jô Soares

*”Já me fui mas aqui estou.”- Antônio Carlos

*”Morri de tanto viver.”José Luiz Maranhão , autor do livro ‘O que é morte’.

*”Eu disse a vocês que um dia estaria aqui. Estão vendo como eu tinha razão ?” Marcelo Mendes de Oliveira

Hipotéticos/Genéricos, de acordo com a profissão ou caractérística marcante – Escolha o seu 1 *

Do bêbado: Enfim sóbrio.
Do rico: Enfim duro.
Do invocado: Tá olhando o quê?
Do maldoso: Chega aí!
Do funcionário público: Dirija-se ao túmulo ao lado.
Do judeu: Alugo vagas.
Do crente: Fui! … Pro Céu!
Do espírita: Volto já!
Do policial: Circulando! Circulando!
Do prevenido: Abrir de hora em hora.
Do comerciante: Fechado pra balanço.
Do sambista: Sambei!
Do bailarino: Dancei!
Do viciado: Do pó ao pó.
Do folgado: Não perturbe!
Do político: Procurem meu advogado!
Do paquerador: Você vêm sempre aqui?
Do bombeiro: Apaguei!
Do açougueiro: Desencarnei!
Do arquiteto: Fiz a passagem!
Do sapateiro: Bati as botas!
Do terrorista: A morte é uma bomba.
Do humorista: Não achei graça!
Do piadista: E agora, vão rir de quê?
Do inadimplente: Amanhã eu pago!
Do gordo: Enfim magro.
Do naturista: Preferia estar vivo, nem que fosse em São Paulo!
Da bichinha: Virei purpurina!
Do mano: Rapei fora!
Do cagão: Morri de medo!
Do ignorante: Si matei-me!
Do torcedor: Flamengo até morrer.
Do confeiteiro: Acabou-se o que era doce!
Do ginasta: Consegui! Dei um salto mortal!
Do jóquei: Cruzei o disco final.
Do maluco: Tô só fingindo!
Do crítico: Não gostei!
Do Elvis Presley: Não morri.
Do juiz: Caso encerrado.
Do eletricista: Foi um choque!
Do obstetra: Parto sem dor.
Do mineiro: Trem ruim sô!
Do sindicalista: Greve por tempo indeterminado!
Do hipocondríaco: Não falei que eu tava doente?

Mais hipotéticos, também de acordo com profissão ou característica marcante – Escolha o seu 2*
ARQUEÓLOGO – Enfim, fóssil.
ASSISTENTE SOCIAL – Alguém aí, me ajude!
BROTHER – Fui.
CARTUNISTA – Partiu sem deixar traços.
DELEGADO – Tá olhando o quê? Circulando, circulando…
ECOLOGISTA – Entrei em extinção.
ENÓLOGO – Cadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma formal e after tasting, que denota a presença de.microorganismos diversos.
ESPIRITUALISTA – Volto já.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO – É no túmulo ao lado.
GARANHÃO – Rígido, como sempre!
GAY – Virei purpurina.
HERÓI – Corri para o lado errado.
HIPOCONDRÍACO – Eu não disse que estava doente?
HUMORISTA – Isto não tem a menor graça.
JANGADEIRO DIABÉTICO – Foi doce morrer no mar.
JUDEU – O que vocês estão fazendo aqui? Quem está tomando conta do lojinha?
NINFOMANÍACA – Uau, esses vermes irão me comer todinha!
PESSIMISTA – Aposto que está fazendo o maior frio no inferno.
PSICANALISTA – A eternidade não passa de um complexo de inferioridade mal resolvido.
SANITARISTA – Sujou!
SEXY SYMBOL- Agora, só a terra vai me comer.
VICIADO – Enfim, pó.

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* Fontes – Sites na Internet (Todos que estão acima, exceto o do Vasqs e o meu, logo na abertura)

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Quem quiser mandar sugestões de Epitáfios para si próprio ou  para famosos/celebridades, só publicar nos comentários.  Quem sabe não dá novo post.
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* A propósito de morte,  não Morra antes  de Visitar a Página do Amigo Ferando Vasqs no Facebook, CALOROSA SALADA  ou ler o seu livro  OSTRAS AO VENTO.  Vasqs é amigo citado no início deste texto,    aquele  que já mostrou  indignação furiosa se lhe pixarem o túmulo   Clique aqui

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Mais uma coisa para fazer antes de morrer, leia aqui no Boca o texto do leitor amigo Sidney Barbosa, sobre temas correlatos.  Texto do Sidney, garantia de boas risadas, Clique aqui Em tempo, leia os outros comentários do Sidney que aparecem nesse último link.

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Para terminar, frase nova minha.  De certa forma, um consolo…

Tá pra nascer o nego que não vai morrer!!!

Finados – Texto e Entrevista Sensíveis.

Para homenagear os mortos, sensível texto do amigo Pawwlow e entrevista séria do Historiador Carlos Bacellar ao apresentador Ronnie Von.

Dia dos Mortos no Bonfim – Pawwlow

Embora não tenha parentes sepultados no Bonfim ( familiares  enterrados em cemitérios distantes de onde moro, sob placas indicativas, não ocupando túmulos inspiradores), lá homenageio os mortos em seu dia. Cemitério antigo, localizado em bairro berço de lendas urbanas de Belo Horizonte, ele próprio lenda, me parece o santuário indiscutível do feriado de Finados. O feriado me fornecendo pretexto para visitar, uma vez mais, o cemitério de predileção. Sinto-me como o Jânio Quadros prefeito de São Paulo nos anos ‘80 exigindo em bilhetes “um dia dos mortos impecável”, enquanto notava, por exemplo, o cemitério de Vila Alpina com  “rosas jogadas no chão, em desalinho deplorável”  (cito de memória, mas sob impressão favorável ao político atento ao abandono dos cemitérios que recebiam familiares de  mortos com indisfarçável desleixo, como se estes estivessem mortos também, ou cegos quanto ao tratamento dispensado aos seus).Uma vez mais, subi ao Bonfim, revi suas moradoras em shorts vigiando as ruas e quem, como eu,  parecia-lhes intruso, ou um boêmio retardatário, ou um comum curioso praticando turismo urbano no bairro que já teve cassinos e, dizem, visita de Orson Welles. Encruzilhadas com despachos saúdam visitantes. Nenhum  travesti nas ruas, nenhuma prostituta identificável, o bairro parecia me receber como a um conviva tardio, que perdera os seus dias de esbórnia e fúria, chegando anos depois do fechamento do último de seus prostíbulos, colhendo quando muito algum resquício de murmúrio narrativo do que não pude, ou não quis, assistir enquanto acontecia,  recorrendo aos exageros de quem pegou restos de décadas menos domesticadas no bairro mítico da zona boêmia. O Bonfim, bairro boêmio,  próximo ao centro da cidade, vizinho da  Av .Pedro II,  suporta estoico seu estigma de morada de prostitutas e travestis, sua qualificação de “decadente”, a vergonha da BH petista, que se refere ao bairro de oficinas de carros e fabriquetas, e demais ramos de comércio, como “deteriorado”. João Antônio escreveu seu “A Lapa acordada para morrer” sobre o desmantelamento do velho bairro carioca, pois o Bonfim é assassinado  dormindo mesmo, por autoridades que tramam sua “revitalização”, sua descaracterização higienizadora, sua eliminação como membro indesejável da família mineira. O Bonfim escandaliza os vendedores da “BH popular”, os marqueteiros da “capital de vanguarda”. O Bonfim queima o filme, sintetizando. Jazigos de políticos (Olegário Maciel, Raul Soares, Afonso Pena, Magalhães Pinto, entre outros), verdadeiros monumentos,  dividem as alamedas com jazigos de famílias,  alguns destes contendo fotos  de décadas idas, rostos  em nítida  contemplação de dias menos velozes e corruptos. Não são poucas as imagens ali que parecem retiradas das capas de livros de Dalton Trevisan, de algum filme mudo, ou revista dos tempos da Republica Velha. Os escritos em latim dos jazigos de vultos da vida pública parecem  títulos de capítulos onde os lembretes de familiares em jazigos de gente da vida particular formam o texto (” Sua morte nos mergulhou em nuvem negra de recordações e lamentos”, “Em vida a ternura em pessoa, em morte um anjo”, ”Sempre em nossa memória, para sempre  presente em nossos dias”) de um mesmo livro. Alguns retratados bem jovens, indicando  breve seu calvário aqui entre os vivos. O sorriso de alguns vultos explica o pesar de quem teve de continuar o resto da navegação sem a companhia de remador que com seu entusiasmo transformava mar furioso em percurso de provas de vela. Clichê lembrar que as lágrimas cabem aos sobreviventes? Familiares tocando o peito com a mão ao se recusar à aproximação de certos túmulos aparentam não tomar conhecimento dos ditames do bom gosto e da concisão, e qualquer tentativa de descrevê-los  seria temerária,  pois a sub-literatura seria infalível, exceto se feita por algum escritor que justificasse as árvores derrubadas (como nota Mario Sergio Conti, poucos o justificam). Todos,  principalmente velhos com dificuldade em localizar lápides e quadras, têm suas velas a zelar, seu ritual de remover capins e ofertar flores e lágrimas aos que as cobram em sonhos -“Como tem cuidado de meu túmulo lá no Bonfim?” O feriado de  Dia de Finados  elimina qualquer desculpa no descuido das obrigações,  os vivos e os mortos na observação estrita do comparecimento ao encontro que pesa como condenação aos vivos e é agradável visita aos mortos. Guardiões dos túmulos são os gatos alimentados com baldes de ração e bacias de água por funcionários que parecem afeiçoados ao local (um dos funcionários me  pareceu estar com lábios pintados com batom, fiel ao espírito do Bonfim) . Parecem, os gatos, ferozes e dispostos a hipnotizar os que,  como eu, visitam seus templos sem a devida justificativa.  Uma caixa com filhotes de gatos ocupava o antigo necrotério (palco de uma das lendas do bairro, do cemitério – moça que sofrera ataque de catalepsia, despertara  em pleno necrotério, morrendo de pavor agarrada às grades da janela), com água e ração postas para a ninhada.Um grupo de adolescentes “góticos “ e eu os observávamos, os ditos góticos jurando sentir que as mãos postas sob a porta pareciam atraídas por “alguma força”. Meus dedos experimentaram apenas  frio e sujeira e meninos (provavelmente oriundos da Pedreira Prado Lopes) zombavam dos ditos góticos : “ Ei , vocês  são espíritos”. Paulo Mayr, no seu blog “Boca no Trombone”, antecipou em dias sua celebração de Finados em edição especial com piadas de velórios e possíveis epitáfios,  lembrando que morte e cemitério são inevitáveis e o único recurso frente ao encontro que teremos um dia com o coveiro é rir, mas não consigo, apesar de racionalmente concordar com o Mayr. O Finados a muitos serve de data para reflexões de cunho metafísico, ou filosófico, sobre a inutilidade das lamentações sobre a morte. Para mim, é data para me vestir (reiterar esta minha preferência, na verdade) de camisa preta e cismar sobre como seriam as vidas dos personagens dos retratos nas lápides, e chorar como se os tivesse conhecido. Acompanhados por estes mortos pelo Bonfim até a Pedro II, sentindo o perfume de suas rosas,  prometo voltar no próximo Finados , sem ousar olhar para trás. Sobre estes anúncios. Quiser conhecer o Blog   Fernando Pawwlow – Cadernos clique aqui

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Ainda a seriedade que o assunto exige.  Assista à Entrevista de Carlos Bacellar,  Professor e historiador da Universidade de S. Paulo,  no Programa de Ronnie Von. Logo no início, Bacellar observa que antigamente a morte era muito comentada e o sexo, grande tabu.  Bem, isso é apenas um dos diversos aspectos interessante que Bacellar aponta.  Vale muito a pena assistir.  Clique aqui

Crônica Maravilhosa

Crônica, repito, maravilhosa e  imperdível de Antônio Maria,  interessante personagem que, infelizmente, morreu jovem.

O PIOR ENCONTRO CASUAL

Antônio Maria

O pior encontro casual da noite ainda é o do homem autobiográfico. Chega, senta e começa a crônica de si mesmo: “Acordo às sete da manhã e a primeira coisa que faço é tomar o meu bom chuveiro”. Como são desprezíveis as pessoas que falam no “bom chuveiro!” E segue o parceiro: “Depois peço os jornais, sento à mesa e tomo meu café reforçado”. Ah, a pena de morte, para as pessoas que tomam “café reforçado!” E a explanação continua: “Nos jornais, vocês me desculpem mas, a mim, só interessa o artigo de Macedo Soares e as histórias em quadrinhos”. Nessa altura o autobiográfico procura colocar-se em dois planos, que lhe ficam muito bem: o que ele julga de seriedade política (Macedo) e o outro, de folgazante espiritual (histórias em quadrinhos). E vai daí para outra modesta homenagem a si mesmo: “Aí, então, é que vou me vestir. Quanto à roupa, nunca liguei muito, mas, camisa e cueca, tenha paciência, eu mudo todo dia”. O “tenha paciência” é porque está absolutamente certo de que estamos com a camisa e a cueca de ontem. “Acordo minha senhora, pergunto se ela quer alguma coisa e vou para o escritório”. Gente que chama a mulher de “minha senhora” está sempre pensando que: não acreditamos que eles sejam casados no civil e no religioso; no fundo, desconfiamos de que sua mulher lhe seja infiel. E vai adiante o mal-feliz: “Só aí vou para o escritório, mas nunca antes de passar no jornal, para ver se há alguma coisa”. Esse “passar no jornal” é um pouco difícil de explicar. Mas todo homem banal tem muita vergonha de não ser jornalista e alude sempre a um jornal, do qual tem duas ações ou pertence a um primo, ou amigo íntimo.

Vai por aí contando sua vidinha, que termina, melancolicamente, com esta frase: “À noite, eu sou da família!”. Bonito! “Visto meu pijama, janto, deito no sofá e vou ver a televisão, com as crianças em cima de mim”. Está aí o retrato perfeito do cretino nacional. E, o que é triste, além de numeroso, está em toda parte. Que horror me causam as pessoas do “bom chuveiro”, do “café reforçado”, os de “Macedo Soares e das histórias em quadrinhos” (os que gostam só de Macedo Soares ou só de histórias em quadrinhos são ótimos), que precisam dizer que mudam camisa e cueca todos os dias, as que citam “sua senhora” e os que “passam no jornal, antes de ir para o escritório”. Nossa maior repulsa, ainda, por quem janta de pijama e deita no sofá, com as crianças em cima. Ah, essa gente me procura tanto!

19/10/1959

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Quiser saber mais sobre Antônio Maria, Clique aqui

Quiser se divertir nesse mesmo setor, leia a respeito da Peça de Lúcio Mauro Filho – Clichê.  Mais importante do que ler a respeito seria assistir à Peça.  No texto, há link para pequeno trecho.  Clique aqui – De quebra no link, considerações minhas  sobre chavões.

Políticos e Política – Por Clerson Sidney Barbosa*

Clerson Sidney,  com Junior Bataglini, são os leitores que mais postam comentários aqui no Trombone.  Sempre comentários muito bons/oportunos.  Esse último do Sidney decidi transformar em Post.

Lá vai:

Sócrates (o filósofo, não o jogador) ou Platão, ou sei lá quem da filosofia grega, tinha uma imagem a respeito da política e dos políticos:

“Numa tempestade, o cidadão comum busca abrigo num recanto seguro, enquanto alguns ficam na chuva discutindo. Aquele que está abrigado chama os que estão na chuva para que discutam o assunto ao abrigo, para evitarem de se molhar.    A chuva seria a política, e os que discutem seriam os políticos. No entanto, aqueles que estão na chuva se recusam a buscar abrigo; e aquele cidadão comum, se quiser apartar a discussão terá que se molhar.”

Da minha parte, há muito tempo que essa “chuva” tá me enchendo o saco; e, também, estão me enchendo àqueles que estão na chuva, surdos para aos pedidos de pacificação e bom-senso. Daqui, do panorama visto da ponte, estou me convencendo de que ninguém, nenhum político e nenhuma instituição pública é honesta. Escolhe-se o escândalo que mais lhe interessam, jogam “merda” uns nos outros;  e estou mesmo é querendo ficar longe dessa nojeira. Quando começam os noticiários,  vou assistir ao “Chaves”, sem culpa e nem dor na consciência. Só prá refrescar. E quero que todos, mas todos mesmo, se explodam.

Abraço Mayr, dias melhores virão…

Caro Clerson, além de dizer que eles – os políticos – vivem  um Recreio Sem Fim,  penso que tudo ali é um grande teatro, teatro no sentido de encenação, porque não passa de Palhaçada de Circo.  Sempre que digo isso, ressalto que não tenho saudades do regime Militar, mas que a política se transformou em Palhaça, há muito, é fato que não dá para negar.

Abraço, caro Clerson – Deus ouça você para que, realmente, dias melhores venham.

Paulo Mayr

*Quem quiser ler o texto em que o amigo Clerson postou esse comentário, clique

Porque os Africanos Correm Tanto

A propósito da São Silvestre, que nesse momento está no meio, no meio para os bons,  dois microtextos muito bons do amigo Fernando Vasqs, a respeito do desempenho dos africanos em corridas.

Lá vão:

Costumes
Rito de passagem no Quênia é assim: põe-se o garoto na frente de um tigre. Se o tigre comer o garoto , ele tá reprovado. Se não, um dia ele ganha a São Silvestre.
Caça
Não pense que um garoto queniano corre atrás de um tigre para abatê-lo . Um garoto queniano só corre atrás de um tigre pra chegar primeiro.
Bom 2016 para todos!!!

Origens/Causas dos Atentados em Paris e do 11 de Setembro – Por Mário Michel Cury.

Entenda um pouco mais o 11 de setembro,  os ataques em Paris da  última sexta-feira, nas bem fundamentadas linhas do amigo Mário Michel Cury.*

“O inimigo do meu inimigo é meu aliado!”

Assim, na década de 80, os EUA recrutaram o saudita Osama Bin Laden para expulsar os soviéticos do Afeganistão. Foi treinado e armado para esde fim. Vitorioso, junto com talibans transformaram o Afeganistão no reduto “idade média” a que o mundo passou a assistir.

Posteriormente,  Bin Laden voltou suas armas contra quem o armou.

Trinta anos depois, os EUA repetem sua estratégia.

Perdendo a oportunidade de invadir a Síria por intervenção da Rússia, que ajudou o presidente local, Bachar El Assad, a retirar dali algumas armas que estariam sendo usadas como pretexto para invasão do país (mesma estratégia usada para invasão do Iraque), os EUA passaram a financiar e armar  a oposição local ao presidente, que veio a se constituir no “estado islâmico” , que agora repete então a “traição” de Bin Laden.

No princípio de toda essa trapalhada, está,  obviamente, o petróleo.

Em seu nome já foram destruídos a Líbia, o Iraque, a Síria , (não coincidentemente os três países regionais de governo laico e desenvolvimentista), e o interesse na destruição da Síria, além do acesso ao mediterrâneo para o petróleo, está no fato desta ser aliada do Irã, com seu anti americanismo e poços de petróleo.

Aliás, importante notar que o direito ao butim da Líbia foi oferecido desta vez para Itália e França! Esta, que em discurso, é tão humanista!!!”

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Mário Michel Cury é arquiteto.

A FALTA QUE ELA FAZ TAMBÉM PARA MIM

Crônica do Fernando Sabino excelente tem o título  A Falta que Ela me Faz.  Acho que li no Ginásio.  Curioso é que esse ELA não se refere a ex-namorada, ex-mulher, ou ex-amante.  Refere-se  à empregada dele.

Pois bem,  minha querida empregada Rosa casa-se depois de amanhã.  Hoje foi o último dia dela, antes de férias de mais de um mês que  vai tirar.

E eu já estou sofrendo por antecipação.

Amigos da Faculdade me mandaram email propondo que nosso próximo  encontro periódico fosse na minha casa com Comidas de Botequim.  Adoro Comidas de Botequim, mas, como a Rosa não estará aqui, pedi  que se adiasse a coisa.  Ela deixou a geladeira cheia de pratos gostosos e acompanhamentos preparados.  Mas hoje, o  jantar vai ser pães com queijo, para economizar louça.

Delicie-se com  a Crônica de Fernando Sabino e já fique imaginando como estarei nas próximas semanas!!!

A FALTA QUE ELA ME FAZ

 

Como bom patrão, resolvi, num momento de insensatez, dar um mês de férias à empregada. No princípio achei até bom ficar completamente sozinho dentro de casa o dia inteiro.

Podia andar para lá e para cá sem encontrar ninguém varrendo o chão ou espanando os móveis, sair do banheiro apenas de chinelos, trocar de roupa com a porta aberta, falar sozinho sem passar por maluco.

Na cozinha, enquanto houvesse xícara limpa e não faltassem os ingredientes necessários, preparava eu mesmo o meu café. Aprendi a apanhar o pão que o padeiro deixava na área ” tendo o cuidado de me vestir antes, não fosse a porta se fechar comigo do lado de fora, como na história do homem nu.

Esticar a roupa da cama não era tarefa assim tão complicada: além do mais, não precisava também ficar uma perfeição, já que à noite voltaria a desarrumá-la.

Fazia as refeições na rua, às vezes filava o jantar de algum amigo e, assim, ia me aguentando, enquanto a empregada não voltasse. Aos poucos, porém, passei a desejar ardentemente essa volta.

O apartamento, ao fim de alguns dias, ganhava um aspecto lúgubre de navio abandonado. A geladeira começou a fazer gelo por todos os lados ” só não tinha água gelada, pois não me lembrara de encher as garrafas.

E agora, ao tentar fazê-lo, verificava que não havia mais água dentro da talha. Não podia abrir a torneira do filtro, já que não estaria em casa na hora de fechá-la, e com isso acabaria inundando a cozinha.

A um canto do quarto um monte de roupas crescia assustadoramente. A roupa suja lava-se em casa ” bem, mas como” Não sabia sequer o nome da lavanderia onde, pela mão da empregada, tinham ido parar meus ternos, provavelmente para sempre. E como batiam na porta!

O movimento dela lá na cozinha, eu descobria agora, era muito maior do que o meu cá na frente: vendedores de muamba, passadores de rifa, cobradores de prestação, outras empregadas perguntando por ela.

Um dia surgiu um indivíduo trazendo uma fotografia dela que, segundo me informou, merecera um “tratamento artístico”: fora colorida à mão e colocada num desses medalhões de latão que se vêem no cemitério. ” Falta pagar a última prestação disse o homem. Paguei o que faltava, que remédio”

Sem ao menos ficar sabendo o quanto a pobre já havia pago. E por pouco não entronizei o retrato na cabeceira de minha cama, como lembrança daquela sem a qual eu simplesmente não sabia viver.

Verdadeiro agravo para a minha solidão era a fina camada de poeira que cobria tudo: não podia mais nem retirar um livro da estante sem dar logo dois espirros. Os jornais continuavam chegando e já havia jornal velho para todo lado, sem que eu soubesse como pôr a funcionar o mecanismo que os fazia desaparecer.

Descobri também, para meu espanto, que o apartamento não tinha lata de lixo, a toda hora eu tinha de ir lá fora, na área, para jogar na caixa coletora um pedacinho de papel ou esvaziar um cinzeiro. Havia outros problemas difíceis de enfrentar.

Um dos piores era o do pão: todas as manhãs, enquanto eu dormia, o padeiro deixava à porta um pão quilométrico, do qual eu comia apenas uma pontinha ” e na cozinha já se juntava uma quantidade de pão que daria para alimentar um exército, não sabia como fazer parar. Nem só de pão vive o homem.

Eu poderia enfrentar tudo, mas estar ensaboado debaixo do chuveiro e ouvir lá na sala o telefonema esperado, sem que houvesse ninguém para atender, era demais para a minha aflição.

Até que um dia, como uma projeção do estado de sinistro abandono em que me via atirado, comecei a sentir no ar um vago mau cheiro. Intrigado, olhei as solas dos sapatos, para ver se havia pisado em alguma coisa lá na rua.

Depois saí farejando o ar aqui e ali como um perdigueiro, e acabei sendo conduzido à cozinha, onde ultimamente já não ousava entrar. No que abri a porta, o mau cheiro me atingiu como uma bofetada. Vinha do fogão, certamente.

Aproximei-me, protegendo o nariz com uma das mãos, enquanto me curvava e com a outra abria o forno. ” Oh não! ” recuei horrorizado.

Na panela, a carne assada, que a empregada gentilmente deixara preparada para mim antes de partir, se decompunha num asqueroso caldo putrefato, onde pequenas formas brancas se agitavam. Mudei-me no mesmo dia para um hotel.

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Se eu estivesse com as finanças equilibradas, também não pensaria duas vezes e me mudaria para Hotel;  e, principalmente, antes de que minha vida chegasse a esse caos e eu, cá, sem o talento do Sabino para transformar a desgraça em deliciosa crônica.

Amigos, desejem-me boa sorte, ou até sofrimento tênue!!!

Rosa, volta logo!!!

Termos que não Temos

Carlos, amigo da Padaria,  falou-me a respeito.  Como mostrei interesse, ele  enviou para mim.  São palavras para as quais não  existem correspondentes  em português.  Mesmo se existissem, não teríamos a oportunidade de usar a maioria delas.  Parece que, além dessas 17, há uma outra série.  Lá vão as da primeira leva.*

1 – Do alemão: Waldeinsamkeit

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing

Um sentimento de solidão ao estar envolto pelas árvores e em contato com a natureza. O poeta Ralph Waldo Emerson escreveu um poema sobre esse tipo de sensação.

2 – Do italiano: Culaccino

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

A marca de água que um copo gelado deixa quando é posto sobre as mesas – agora você pode descrever aquelas marquinhas de água.

3 – Do esquimó: Iktsuarpok

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

Aquela sensação de que alguém está chegando e faz com que você vá verificar constantemente se há pessoas do lado de fora (também indicando um pouco de impaciência).

4 – Do japonês: Komorebi

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Uma palavra poética que os japoneses têm para descrever quando a luz do sol é filtrada pelas folhas das árvores antes de chegar ao chão, criando aquelas sombras e buracos de luminosidade.

5 – Do russo: Pochemuchka

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

Termo para nomear aquelas pessoas que simplesmente fazem perguntas demais sobre qualquer tipo de assunto, os “perguntadores”.

6 – Do espanhol: Sobremesa

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Opa! Apesar de possuirmos essa palavra no português, o significado não é o equivalente na Espanha. Por lá, sobremesa é aquele momento em que conversamos com as pessoas que almoçaram e jantaram com a gente após termos terminado as refeições.

7 – Do indonésio: Jayus

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

Uma gíria popular para definir o instante em que alguém conta uma piada muito ruim ou sem qualquer senso de humor, porém que mesmo assim as pessoas não conseguem evitar rir.

8 – Do havaiano: Pana Poo

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

Sabe quando você esquece o lugar das chaves do carro, de casa ou qualquer outra coisa e leva os dedos à cabeça e faz aquele esforço para se lembrar? Pois é, os havaianos possuem uma palavra para essa atitude: panna poo.

9 – Do francês: Dépaysement

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

Esse é o sentimento de não pertencer a um país ou cultura, de quando você se sentir deslocado de sua origem ou um imigrante em qualquer lugar.

10 – Do urdu: Goya

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

Essa palavra é um tanto complexa, pois é normalmente utilizada para analisar as narrativas de histórias, se elas são capazes de criar um bom suspense e um senso de descrença do que pode ocorrer nas próximas páginas.

11 – Do sueco: Mangata

Fonte da imagem: Reprodução/Huffing Post

Essa palavra descreve aquele caminho de luz que a Lua cria com seu reflexo sobre a água do mar.

12 – Do tcheco: Litost

Fonte da imagem: Reprodução/Carlos Romero

Sentimento de quando alguém imagina o estado de sua própria miséria no futuro e fica agoniado com a possibilidade.

13 – Do alemão: Drachenfutter

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Termo para descrever os maridos que dão constantes presentes para suas esposas parar compensar as desculpas esfarrapadas de quando chegam muito tarde em casa.

14 – Do tcheco: Prozvonit

Fonte da imagem: Reprodução/Carlos Romero

Gíria para os que ligam para um celular somente uma vez e já desligam para que a outra pessoa ligue de volta. Algo equivalente ao nosso “dar um toque”.

15 – Do português brasileiro: Cafuné

Fonte da imagem: Reprodução/Carlos Romero

Opa! Uma palavra brasileira na lista. Esse termo todos nós já conhecemos e gostamos de receber, aqueles carinhos de mãe na cabeça.

16 – Do escocês: Tartle

Fonte da imagem: Reprodução/Carlos Romero

Aquele momento em que você vai cumprimentar ou apresentar alguém que não vê há tempos e esquece o nome do sujeito.

17 – Do japonês: Wabi-Sabi

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Estilo de vida em que consiste aceitar o ciclo natural do crescimento e declínio da vida, em encontrar a beleza cotidiana mesmo nas imperfeições diárias.

Bônus: Saudade?

“Desde sempre nos falaram que “saudade” é uma palavra essencialmente do português e que não existe tradução literal em outras línguas. Entretanto, isso não é totalmente verdade. Outros idiomas possuem sim equivalentes da palavra “saudade”, porém que nem sempre podem ser aplicados nas frases como nós brasileiros fazemos.

Apesar de ser considerada uma das palavras mais difíceis de traduzir no mundo, encontramos o termo em outras línguas, como no alemão (sehnsucht) e no polonês (tesknota). As variações do uso variam conforme as normas e a gramática dos idiomas, porém o significado original é o mesmo nas línguas que possuem a descrição do sentimento – independente de como ele é utilizado gramaticalmente. Pois é, parece que “saudade” não é algo exclusivo nosso. Em compensação, temos o “cafuné”!

Se conhecer alguma outra, pode enviar nos comentários.

*Nada do Texto acima é meu.  Postei aqui como recebi.